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O dia havia chegado, onde esperávamos o voo com a companhia dos amigos, Ortega estava querendo chorar com a nossa despedida, assim como Cheryl e Melissa.

A notícia da gravidez de Wednesday as deixou mais emotivas, Yoko que pegaria um voo para Seattle no mesmo dia que nós, quase desmaiou quando soube e não conseguiu parar de chorar um minuto se quer.

Se existia uma pessoa mais emotiva que ela, era apenas Gomes, que estava quase sendo estrangulado por Wednesday, que até tentava controlar seu humor.

Abraçou cada um ali quando o voo chamou, os cachorros iriam conosco na primeira classe, o bom de ser psicologa e ter contatos com outras psicologas e dinheiro, é que você pode conseguir papeis que diziam "Pets de apoio" os deixando fora de risco dos porões das aeronaves.

Morticia me apertou forte, dizendo que nos visitaria assim que possível. Ela iria, com certeza, principalmente quando o bebê nascesse.

Luzia ainda seria a médica encarregada do nosso caso e iria uma vez ao mês nos visitar. Levando com ela todos seus equipamentos de visita domiciliar na mala.

Mesmo que ela tivesse os contatos dela na nossa nova morada, médicos de confiança, sabia que Wednesday não ia gostar de desconhecidos a tocando, mesmo que Luzia confiasse. Eu também preferia ela para fazer tal coisa.

Deu um abraço apertado na cunhada, ela tinha sido a última que abraçaria. Sentiria muita falta das conversas com ela e também das suas brincadeiras.

— Nos visite assim que conseguir, me ouviu?

— Eu vou, pode ter certeza — Lhe deu um beijo na testa, a fazendo esboçar um sorriso tristonho — Sentirei sua falta, cunhadinha.

— Também irei, Jen.

Deu espaço para Wednesday se despedir dela, Ortega de fato a tinha cobiçado, uma irmandade meio esquisita, mas forte o suficiente para deixar ambas com marca.

A última coisa que fez antes de pegar as malas e seguir para os portões, foi deixar a chave do Mustang com o sogro, que me deu a certeza de que nossos carros chegariam em segurança até a fazenda. E se dependesse de Gomes Addams, sabia que assim seria.

Quando entregou a passagem para os funcionários e eles sorriram e nos falaram "Boa viagem", pensou em Chloe fazendo o mesmo. A viu indo aquele dia, as mesmas ações que nossos amigos e familiares estavam nos vendo ter naquele momento.

A sensação do novo assustava, amedrontava, mas ao segurar na mão da esposa, soube que poderia enfrentar qualquer coisa. Assim como enfrentou durante todos esses anos.

A primeira classe estava vazia, tendo apenas nós como passageiros, uma privacidade exclusiva para um voo de sete horas.

Um voo que seria exaustivo, principalmente para Wednesday. As cabines privativas da primeira classe possuíam duas poltronas reclináveis com televisão. Era uma cama em meio as nuvens.

Williams ficou com Lilith e David com Celline, cada um nos seus mundos, sendo os filhos cada um com um livro na mão, acompanhados dos cachorros que se deitaram no chão e começaram a cochilar assim que o avião levantou voo e começou o trajeto.

Wednesday fechou os olhos e apoiou a cabeça o meu ombro. Desde nossa pequena Dr, quando pela primeira vez na vida parou tudo no meio de uma transa porque viu que suas ações eram exclusivamente para me torturar, ela estava tentando não deixar seus hormônios desnivelados me afetarem. Diria que ela estava mais apegada a mim, não me querendo longe de jeito nenhum depois do que ocorreu e da minha chateação pela sua birra.

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