Silence

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— Lilith! Williams — Enid chamou ambos do pé da escada — Vamos logo.

Sempre sorria verdadeiramente para o pequeno caos envolvendo os filhos, que não se demonstravam tão pontuais quanto deviam. O que deixava Enid um pouco eufórica, porque quando um estava arrumado e pronto para sair, o outro ainda nem tinha penteado os cabelos.

Acordá-los de manhã era uma tarefa difícil, principalmente Williams, que precisava de bons dez minutos para repor suas energias e encontrar sua alma perdida. Mas não era só de manhã que a correria acontecia, desde que a vida no campo foi habituada a nossa rotina, não existiam celulares, ambos saiam para explorar as terras, ou iam para a casa de Celline e David e só voltavam quando chamávamos.

E gostava daquilo, gostava mesmo, porque era saudável, aquele caos era saudável para todos nós. Mirou a esposa do sofá, Enid estava linda, absurdamente linda, contente e vivia sorrindo. E só Morgana sabia o quanto aquilo era bom.

Única coisa que dizia ser ruim em meio a tudo, era que ela dormia cedo demais devido à rotina, então, oito horas era o máximo que ela ficava acordada. E achava um pouco chato, porque com o crescimento da barriga e a montanha-russa de sensações em meu interior, às vezes dormia muito tarde.

Não era culpa dela, já que a mesma acordava quatro da madrugada muitas vezes. E ela sempre, mais sempre ficava me fazendo companhia mesmo que estivesse morrendo de sono. Mas não conseguia lutar muito e acabava dormindo no meu colo, às vezes dormia acariciando meu ventre.

Enid me fazia seguir a risca todas as recomendações medicas, não pegar peso, relaxar, boa alimentação. O mesmo que eu fazia com ela na gravidez de Williams.

O sexo acontecia, por alguma rasão via a esposa como um pedaço de carne. Ela não mentiu quando disse que não estava ressentida com meu toque, mesmo que eu tivesse tido um belo de um receio na primeira vez que estreamos a cama. Ficou com medo dela se afastar, mas ela não fez, pelo contrário, me pediu para mordela só para eu tirar a cisma que me corroía.

— Minha nossa, vou precisar começar a chamar vocês dois uma hora antes dos nossos compromissos?

Enid mirou ambos com um ar claro de indignação.

— Eu estava esperando a Lilith arrumar os cabelos — Williams pulou o último degrau.

— Não consigo fazer trança embutida sem meus braços cansarem — Enid a mirou rindo — Foi mal se não puxei o talento da mamãe.

Ela apontou na minha direção, de fato tinha rapidez em fazer tranças devido a anos de prática.

— Ok, já estamos mais do que atrasados — Enid veio até mim e me segurou a mão, mesmo que conseguisse se levantar do sofá sem dificuldades, ela sempre me ajudava — Peguem os casacos e Wiiliams, ponha o gorro.

Ambos foram até os cabides e fizeram o que foi ordenado, Enid já estava com meu casaco na mão, pois o tinha deixado em cima do sofá.

Ela esperou meus braços passarem pelas mangas para soltá-lo sobre meu corpo e fechar meu zíper.

— Você sabe que eu poderia fazer isso sozinha, não sabe?

— Sei! — Enid abraçou meus ombros e beijou minha testa — Mas eu gosto de cuidar de você.

Era uma ação recíproca, porque adorava ser cuidada e também adorava cuidar dela.

Seguimos rumo aos carros estacionados, iriamos com o meu por Enid achar mais confortável para minha pessoa. Viu David e Celline sentados na varanda da casa azul partilhando de uma xícara com líquido fumegante.