Capítulo 48 - Marte e Vênus Jogam Xadrez

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O discurso durante a festa foi preparado com a intenção de impressionar a plateia, mostrar para a sociedade como Dante era um homem de família e mostrar para o submundo que Ivy lhe pertencia.

Por isso enquanto recitava cada palavra cuidadosamente, Dante observava os rostos na multidão, Ian estava próximo ao palco sorrindo, Armando estava no fundo ao centro observando o perímetro, Isaac estava perto do palco observando atentamente e concordando com tudo, Mike estava no fundo à direita sério como sempre, Roberto, líder do Rio Esfinge, estava no fundo à esquerda, de guarda, Clóvis e Augusto, líderes do Vale dos Ventos e Colina de Rocha, respectivamente sorriam satisfeitos posicionados ao meio. Humberto líder Malebolge estava entre outros políticos ouvindo atentamente, Samuel Líder do Lago da Lama estava de braços dados com sua esposa Rosa e ambos pareciam verdadeiramente encantados.

Todos posicionados estrategicamente, fosse para influenciar pessoas importantes ou para garantir a proteção.

Os repórteres convidados estavam próximos ao palco e vários peões estavam espalhados por toda a festa. Era visível do palco que a área estava completamente segura, o tiro silencioso veio de supetão. Surpreendendo a sociedade e o submundo que até então se misturavam tão perfeitamente naquele ambiente.

Foi uma grande surpresa para todos, acima de tudo para Dante que nunca imaginou que alguém seria tão audacioso ao ponto de dar um tiro no meio do seu casamento.

Repassando aquela cena em sua mente repetidas vezes Dante aguardava o médico do Inferno atender sua esposa, ou melhor seu cunhado, ele não sabia mais o que estava acontecendo, tudo estava muito confuso.

Dentro da mansão havia uma instalação médica e vários profissionais de plantão onde os integrantes do Inferno eram atendidos caso precisassem de alguma intervenção cirúrgica, era a forma mais fácil de não levantar muitas suspeitas, só em casos muito graves um hospital de confiança com uma equipe de confiança era utilizado.

Por sorte, o caso não era grave e o atendimento pôde ser feito na própria mansão. Rapidamente a equipe médica chegou ao local e começou a tratar a vítima. Dante tentou acompanhar todo o procedimento, mas foi impedido por Mike.

— Você vai mais atrapalhar do que ajudar, deixe que eles façam o trabalho deles.

Desde então os dois aguardavam no escritório em silêncio, Dante fumava seu charuto distraidamente enquanto Mike o observava.

A falsa paz que tomava o ambiente era assustadora, Dante exibia uma expressão transtornada, o ódio transparecia em seu rosto, ele estava com raiva, preocupado e com medo. Ele não sabia o motivo de Ian ter tomado o lugar da sua esposa, nem onde ela estava nesse momento, mas ele sabia que isso não era uma boa coisa.

Uma batida na porta quebrou o silêncio, Armando entrou no escritório sério.

— Analisei as filmagens feitas pela imprensa na hora do tiro e identifiquei o atirador. — Armando tirou uma foto do bolso, nela aparecia um rapaz loiro de terno cinza e entregou para Dante — Foi Ian, o seu querido cunhado tentou matar a própria irmã.

No momento do tiro, Dante debruçou-se sobre Ivy, bloqueando a vista dos demais, apenas quem se aproximou pôde ver a peruca caída e um pequeno vislumbre da roupa íntima, por isso, ninguém além do Rei do Inferno, Mike e a equipe médica, sabia a real identidade da pessoa atingida pelo tiro.

— Monte uma busca para encontrá-lo e revise as filmagens na busca de algum infiltrado do Paraíso — respondeu Dante sem demonstrar um único fio de emoção, como se aquela informação não fosse uma grande surpresa.

— Considere feito — Armando saiu do escritório tão rápido quanto entrou.

— Se Ian está na sala de cirurgia, por que montar uma busca para procurá-lo? — questionou Mike aproximando-se de Dante.

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