Capítulo 64 - Moinho de Vento

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Todo dia era igual, Ian tomava café sozinho em uma mesa enorme, em uma sala enorme, em uma casa enorme. No papel ele era dono de metade de tudo aquilo, era casado com o dono da outra metade, porém passava dias sem ver o seu marido e quando o via era completamente ignorado, exceto quando iam para eventos e como Dante precisava manter a fachada, Ian vestia-se de Ivy e o acompanhava, assim tendo breves momentos de atenção e uma falsa liberdade, era tudo mentira, era tudo vazio, era tudo que ele merecia.

A sua vida agora era uma imensa, vazia, falsa moradia, vestida de mansão disfarçando a sua verdadeira identidade, uma prisão, úmida, imponente e solitária.

Após a noite da festa Ian passou a sair do seu quarto, porém, continuava sozinho e quando cruzava com os empregados da casa era ignorado, tratado apenas com silêncio. Ele podia gritar, maltratar as pessoas e quebrar coisas, ninguém falava nada com ele, pois a ordem era essa e todos sabiam o que significava desobedecê-la.

Naquele lugar Ian não podia ver televisão, não tinha acesso a internet ou qualquer aparelho eletrônico, não podia nem ouvir música, apesar de ter uma vitrola antiga na sala de estar, ele não podia usá-la.

O que lhe restava era cantar e dançar sozinho em seu quarto, mas sentia falta da plateia, dos aplausos e principalmente da atenção. Sua coisa preferida no mundo inteiro, já não era tão divertida, ele precisava arranjar algo novo.

Foi no meio da noite enquanto rolava na cama impaciente tentando dormir algo raro aconteceu, Dante entrou no seu quarto, cheirando a tabaco e uísque, seu cabelo estava bagunçado, rosto corado, camisa social de manga branca dobrada até os cotovelos e alguns botões aberto. O homem imponente cambaleou até a cama de Ian e o puxou com força, nenhuma palavra foi dita, não era preciso, o desejo queimava em seu olhar.

Aquele era o vislumbre da esperança iluminando Ian, Dante estava cada vez mais próximo era só agarrá-lo. As mãos grandes do mafioso rasgaram o pijama com uma fúria intensa expondo o corpo frágil de uma só vez.

Ian não usava roupa íntima e o ato agressivo, feroz e repentino o fez reagir instantaneamente, o pau duro apontou para Dante, que o encarou com desdém.

— Você é nojento — rosnou Dante jogando-o na cama e passando a mão pelos cabelos — Você é uma putinha sedenta, mas eu nunca vou te dar o que você quer.

Confuso Ian olhou para o homem à sua frente, fervendo enquanto sua ira e seu desejo brigavam entre si.

— Se eu sou nojento, por que veio ao meu quarto arrancar a minha roupa no meio da noite? — Ian sentou-se na cama deixando que o resto do tecido caísse no chão, abriu as pernas, com um joelho levantado apoiou o braço e segurou o rosto suavemente, expondo sua ereção e ao finalizar a sua pergunta lançou um olhar provocante enquanto lambia e mordia o lábio inferior, ele sabia que seduzi-lo era o caminho. O olhar cheio de desejo, a calça marcada, a respiração cortada, Dante estava cheio de tesão e só precisava de um incentivo para entregar-se, por isso cada palavra que o jovem rapaz pronunciou foi acompanhado de gestos sensuais.

— Vim te avisar que irei viajar amanhã, não sei quando irei voltar, os empregados farão tudo para te satisfazer, desde que não te deixem sair da mansão, não te permita ter contato com o mundo do lado de fora e não falem com você. — Dante falava em tom de deboche, mostrando o tipo de armadilha em que Ian caiu, mas seu olhar o traía e não conseguia parar de cobiçar o corpo nu à sua frente.

— Que pena, — Ian ajoelhou-se na cama e engatinhou em círculos pela cama — Achei que tinha vindo em busca disso — ele ficou de quatro na frente de Dante inclinando o tronco para frente e elevando o quadril, abriu as pernas devagar, enquanto olhava de lado para o mafioso que engoliu em seco.

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