Capítulo 57.1 - A última ceia

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ATENÇÃO

Esse capítulo possuí conteúdo sensível: violência física e psicológica, leia com cautela e caso prefira evitar pule para o final e leia o breve resumo.

Aquela foi a semana mais aterrorizante de todo o período em que Ian passou no seu cativeiro de luxo. Completamente isolado de tudo e de todos, ele não podia nem sair do seu quarto até que a "sua irmã" fosse encontrada. A última pessoa que ele tinha visto antes de ficar trancafiado foi Mike.

— De onde você tirou aquela ideia absurda de circo? — sussurrou Mike assim que se certificou que estava sozinho com Ian no quarto.

— Eu li em um livro — Ian deu de ombros e apontou para a estante com a cabeça.

— Sorte sua que o Rei do Inferno está completamente cego por sua Rainha e acreditou até mesmo em uma bobagem como essa — Mike balançava a cabeça incrédulo, ele nunca tinha visto seu chefe assim, era compreensível que Ian estivesse encantado com um homem mais velho, rico, bonito e poderoso, entretanto era diferente para Dante. O mafioso geralmente desmascarava os inimigos antes mesmo que eles pudessem reagir, também não costumava repetir suas companhias, muito menos se apaixonar. Certamente algo diferente aconteceu dessa vez. Algo estava fazendo com que ele agisse de forma tão estúpida.

— Acho que ele se encantou com o meu rebolado — riu Ian.

— Tenho certeza de que é algo mais do que isso, garoto. Você não faz ideia de quantas mulheres tentaram conquistar o Rei do Inferno dando uma chave de perna nele ou as técnicas que elas aplicavam para satisfazê-lo sexualmente, mas nada foi eficiente. Pra ser sincero eu nunca o vi assim. É impressionante.

— Você acha que ele gosta de mim? — perguntou Ian arregalando tanto os olhos que chegaram a brilhar. — Quer dizer gostar gostar de mim, estar apaixonado.

— Eu conheço bem o chefe que eu tenho, mas não sei dizer se isso é bem uma paixão, ele me parece apenas obcecado, foi a mesma coisa quando ele quis que eu entrasse no Inferno.

— Ele pediu pra você ser o príncipe dele? — perguntou Ian fazendo uma careta, só de imaginar Dante correndo atrás de outra pessoa já o deixava chateado.

— Bem... Sim... Mas não da maneira que ele corteja a Ivy, ele me queria como soldado.

— Você deve ter deixado uma boa impressão nele.

— Eu o impressionei e nunca mais poderei deixá-lo, é assim que funciona.

— Então eu o impressionei — sussurrou Ian com um sorriso largo, mais para si mesmo do que para Mike. — E agora? O que eu faço?

— Como assim o que você faz? Achei que você tinha tudo planejado.

— Eu tinha... Quer dizer, eu tenho... Mas e se meu marido não quiser me ver?

— Não o chame assim, a não ser que você queira arruinar tudo que conquistou. Agora preciso ir, garoto — disse Mike passando as mãos nos cabelos de Ian e bagunçando-os — Já passei tempo o suficiente aqui para a nossa suposta ligação e você terá três dias para pensar bem em um plano do que fazer daqui pra frente.

E foi o que Ian fez.

Todo aquele tempo ele passou apenas com Orlando, fosse cantando e dançando, ou lendo ou apenas pensando em seus próximos passos. Apesar do medo ele estava feliz, revivendo em sua mente as boas memórias com o seu marido e se divertindo com o seu novo amigo. Aparentemente o pássaro parecia mais feliz, comendo cada vez mais e assim como Dante o havia instruído, Ian o alimentava bem para que ele crescesse forte e saudável.

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