Capítulo 68.1 - Caçada do Rei Selvagem

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Atenção: Esse capítulo possuí cenas gráficas de violência e gore, leia com cuidado e caso se sinta desconfortável, pule para o final do capítulo onde encontra-se um resumo.

Todo mundo usa máscaras, seja para se proteger, se misturar ou se encaixar, Dante a usava para ter ainda mais poder. Com a sua dissimulação somada a seu carisma natural, o Rei do Inferno era facilmente adorado por todos. Ser admirado pela alta sociedade era extremamente prazeroso, ter todos aqueles homens em ternos caros, com relógios de luxo, sapatos de grifes e carros milionários o admirando desde a tenra idade era uma grande massagem em seu ego. E ele não perderia o seu status por causa de um coelhinho tarado.

O casamento que parecia tão auspicioso tornou-se a sua maior fraqueza, a sua obsessão tornou-se a sua maior decepção e se entregar ao seu desejo era o caminho para a sua ruína. Se descobrissem sobre Ian, tudo desmoronaria, seu status na alta sociedade viraria piada, seus subordinados não o respeitariam mais e seus inimigos ririam de sua desgraça. Além do mais Ian usava a existência daqueles que sabiam do seu segredo para manipular o Rei do Inferno e isso não poderia continuar de forma alguma.

Era preciso dar um jeito naqueles homens, evitar que o rumor se alastrasse e dar uma lição em seu coelhinho, para que ele nunca mais tentasse sair da toca.

Já era quase noite e Ian continuava adormecido, mas Dante não queria mais esperar. Invadindo o quarto onde o havia colocado depois do seu desmaio repentino, Dante observou sua coisinha dormindo serenamente. Nem parecia aquele rapaz atrevido que se mostrou com tanta vontade para todos aqueles homens, que estava sempre despertando os desejos mais profundos das pessoas, inclusive do próprio Rei do Inferno. Tê-lo tão calmo era quase como se pudesse domá-lo e talvez fosse realmente possível. Era isso que Dante testaria em breve.

— Acorda, coelhinho! — gritou Dante colocando algumas roupas sobre a cama, não se aproximaria mais do que isso, era perigoso demais.

Murmurando Ian se encolheu e enterrou o rosto entre os travesseiros, certamente seu corpo ainda pedia descanso.

— Francamente — Dante bufou.

Como se estivesse dominado por um feitiço Dante, foi tomado por uma vontade de deitar-se ao lado de Ian e abraçá-lo. Essa insensatez parecia crescer a cada instante. Era surpreendente o efeito que aquela coisinha tinha sobre si. Precisava acabar com tudo isso logo, ensinar-lhe uma lição e confiná-lo longe de tudo e de todos, inclusive de si mesmo. Só assim tudo poderia voltar a ser como era antes.

Irritado Dante puxou o lençol da cama com força, o baque no chão não afastou os pensamentos indesejados, ainda mais sendo seguido de um gemido de dor. Ian ainda estava desnudo e levantou do chão atordoado tentando entender a situação.

— Tome um banho e se arrume, teremos uma festa especial hoje. — Dante pegou as roupas em cima da cama, que ele mesmo tinha selecionado, e entregou a Ian.

Ainda sonolento, Ian olhou para as roupas que devia usar e se arrastou até o banheiro. Dante permaneceu em pé ao lado da cama, olhando na direção em que Ian havia desaparecido atrás da porta. Não ousava sentar-se nos lençóis que continham aquele cheiro tão inebriante e viciante. Precisava reprimir o seu desejo até que desaparecesse, não era normal o que estava sentido, talvez fosse melhor procurar um médico de confiança, talvez estivesse com algum problema hormonal ou o estresse estava mexendo com a sua cabeça. Era isso, precisava fazer um check-up completo com urgência.

A porta do banheiro se abriu revelando Ian em um terno preto simples, porém elegante, abotoado até a metade e sem nenhuma camisa por dentro, formando um decote longo e sedutor. As marcas deixadas por Dante estavam levemente à mostra deixando-o orgulhoso por um minuto, seu sorriso lhe entregou. Disfarçou e subiu o olhar para perceber a maquiagem simples e a peruca. Era demais para o seu coração, tão esforçado bombeando tanto sangue diretamente para a sua ereção.

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