Capítulo 57 Superproteção - parte 2

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Enviar Ian para o quarto foi outra missão complicada, o rapaz insistia que passaria a noite com Dante, mas no fim foi persuadido. Aquilo deixou o mafioso extremamente perturbado, ele não era mais capaz de ostentar a sua máscara perto do rapaz. Por isso não esperou que ele acordasse para o café da manhã no dia seguinte, apenas deixou o remédio para ressaca, água gelada e um bilhete. Assinou como "D.", era uma forma secreta de admitir que havia gostado do apelido. Coisa que jamais admitiria, nem para si mesmo.

Assim como não podia permitir que Ian o tocasse novamente, já bastava aquele olhar que queimava todo o seu âmago, o calor de sua mão era demais para suportar. Ele tinha feito um voto para a sua esposa e iria respeitá-lo até o fim de sua vida, pois isso era o que significava casamento para ele.

Era difícil concentrar-se nos negócios devido a ansiedade, mas foi o que Dante fez no dia seguinte e claro fez os preparativos para que Ian lhe contasse a verdade. Ele precisava mais do que nunca que sua Rainha voltasse, só assim seus pensamentos sobre seu cunhado iriam finalmente desaparecer.

— Vamos atrás dela assim que o rapaz lhe disser o paradeiro dela? — perguntou Mike que traçava as estratégias de busca em um quadro branco no escritório de Dante na Ganância. O mafioso costumava trabalhar da própria mansão, mas desde que o seu novo convidado de honra havia se instalado ele preferia trabalhar em outro lugar e evitar que seu plano pudesse ser ouvido.

— Não, ela virá até nós — disse Dante tranquilo admirando uma das fotos do seu casamento — O meu casamento com Ivy foi um negócio e o custo-benefício será baixo caso ela não retorne, pois tudo o que ela ganhou de benefício no contrato será invalidado com uma anulação.

— Você investiu muito nesse casamento, tem certeza de que vai desistir assim? — perguntou Mike cético.

— As coisas que você pode usar pra manipular as pessoas são: família, reputação e dinheiro — disse Dante levantando três dedos — comecei pela família, mantendo Ian em cativeiro, mas isso não me pareceu muito eficiente, — ele baixou um dedo — reputação não é algo com que eu queira mexer, afinal manchar a reputação da minha esposa seria manchar a minha também e eu não quero que isso aconteça — baixou o segundo dedo — restou o dinheiro, ela é uma mulher gananciosa, então tenho certeza que ao ameaçar a sua maior conquista, a obrigará a voltar pra mim.

— Então você não tem a mínima intenção em anular ou se divorciar dela, pois isso causaria um escândalo, certo?

— Ela não precisa saber disso. — Dante começou aquela relação jogando para vencer e continuaria até o final, ele faria de tudo para ter a sua esposa de volta, inclusive manipulá-la mais uma vez.

— Precisa mesmo de algo tão elaborado? Sei que ela está com ciúmes, mas talvez se vocês conversassem poderiam resolver todas essas questões, afinal você está sendo fiel desde o casamento. — pontuou Mike esperando convencer o chefe a não descontar tudo em Ian, além do medo de que o garoto acabasse se entregando, tudo isso só lhe dava mais trabalho. Era menos do que quando Dante costumava fechar contratos sexuais com várias mulheres, mas ainda o impedia de focar no seu trabalho de verdade que era estudar o inimigo e preparar estratégias junto com Armando para derrubar o Paraíso.

— Como dizia Dostoiévski: "É preciso mais do que inteligência para agir com inteligência" e minha Rainha é muito inteligente, eu preciso superá-la para que ela aja como eu quero.

A estratégia era simples, levar Ian para o culto de Isaac e fazer com que ele presenciasse as penitências causadas a pecadores. O jovem era medroso e isso daria o incentivo que faltava. Usar o bispo também seria útil já que ele havia descoberto a verdade desde o início e eram os homens do Cemitério de Fogo que buscavam por Ivy em segredo, já que os soldados pessoais de Dante estavam protegendo a Mansão caso o Paraíso decidisse atacar.

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