Vestido de coragem, ou melhor com algumas roupas de Ivy, que dava praticamente na mesma coisa, Ian foi ao encontro inesperado de Samanta, ele escolheu uma lanchonete próxima de casa que estava sempre vazia naquele horário, para sua surpresa a ex colega aceitou o seu convite sem pestanejar. Ao chegar no local combinado, a jovem o esperava sentada em uma mesa remota o surpreendendo ainda mais. Desconfiado, ele confiscou o celular dela e até a revistou a fim de garantir que o acidente do motel não se repetisse.
— Isso é mesmo necessário? — perguntou Samanta sem conseguir conter a sua curiosidade, levada por aquele sentimento a jovem estava receosa quanto a reação de Ian após a sua traição e ao mesmo tempo era consumida pela vontade de saber o que o levou a entrar em contato com ela.
— Considerando que da última vez você tentou me vender para alguns agiotas, toda precaução é pouca contigo.
— Me desculpe — disse Samanta com sinceridade — Eu estava desesperada, consumida pelo ciúme e não consegui raciocinar direito, minha irmã tem esse efeito em mim.
— Irmãs, né? Parece que foram feitas pra nos deixar loucos — Ian tentou deixar o clima mais leve mostrando empatia, se ele ia pedir ajuda para Samanta precisava que ela se sentisse confortável com ele, além do mais aquele era o gancho perfeito para começar a introduzir a sua história.
— Você tem irmãos? — perguntou Samanta surpresa — Achei que você fosse órfão.
— Ah sim, sou órfão, mas tenho uma irmã, que me causa problemas todos dias, assim como a sua acredito — disse Ian com um sorriso, Samanta parecia menos tensa, sua tática estava funcionando, tudo foi friamente calculado para esse momento, não tinha como dar errado, ele sairia dali com dicas preciosas para conquistar de Dante e finalmente ter toda a riqueza e o luxo que merecia.
— Ah, ela me deixa furiosa, sempre querendo roubar o que é meu — disse Samanta batendo na mesa fazendo o porta guardanapo tremer e quase cair.
— Você gosta de mim tanto assim? — perguntou Ian de uma forma segura que ele nunca seria capaz se uma parte de Ivy não estivesse com ele naquele momento.
O sangue preencheu as bochechas de Samanta deixando-a corada instantaneamente com a pergunta, ela não estava acostumada com um Ian tão direto, ele costumava ser alheio às relações interpessoais, apesar de ler bem o ambiente quando se tratava de outras pessoas, quando era consigo ele parecia não enxergar o óbvio. A ex colega teve tempo suficiente para observar o objeto da sua admiração e sabia exatamente o modus operandi dele, algo estava diferente e ela gostava ainda mais disso.
— Sim, eu gosto — admitiu Samanta.
— Gosta tanto que preferia que eu fosse vendido pra um bordel a que eu ficasse com a sua odiosa irmã, não é? — Ambos sabiam que a pergunta era retórica, Ian era perspicaz e estava mais aguçado do que nunca.
— Eu sei que fui horrível e que mereço ser tratada assim, mereço ser tratada pior do que isso na verdade — disse Samanta em um só fôlego, como se ela tivesse segurando tudo aquilo há muito tempo — nada que eu te disser ou fizer vai justificar as minhas ações e eu não espero que você me perdoe de verdade, só de você estar bem e ter me procurado primeiro já deixa meu coração aliviado — ela fez uma pausa esperando que Ian dissesse algo, mas suas resposta nunca veio, então ela prosseguiu — Quando sua mensagem chegou eu achei que era uma armadilha dos agiotas para me pegarem também, então quando cheguei aqui e vi você tão bem eu me senti verdadeiramente feliz. Eu não preciso do seu perdão, eu sei que não mereço ele, se você está bem já basta.
— Que belo discurso altruísta pra uma pessoa que foi tão egoísta não tem tanto tempo — disse Ian pegando a mão de Samanta, sua mente não estava ordenada como sempre, tudo que pensava era "O que a Ivy faria e uma situação como essa?" "Aja como a Ivy" "Seja como a Ivy", foi assim que aquelas palavras venenosas escaparam de sua boca e não tinha mais volta para as subsequentes — Você me deve, Samanta. Me deve muito, mas muito dinheiro. Você sabe o inferno que passei por sua causa? — a mão de Samanta estava gelada, úmida e trêmula, seu nervosismo era tão claro que dava a Ian uma sensação nunca sentida antes, a sensação de dominação.
— Eu...
— Shiiii — o dedo indicador de Ian pressionou os lábios de Samanta para silêncio-lá — Eu ainda não acabei de falar.
Com um leve aceno, Samanta concordou, ajustou sua postura sem nunca largar a mão de Ian que agora entrelaçava seus dedos nos dela.
— Boa garota — o sorriso de Ian era doce com uma pitada de loucura, Samanta podia sentir a temperatura do seu corpo aumentar em resposta — Eu passei por grandes provações na minha vida e a maior de todas elas foi no dia que você me traiu, no entanto graças a toda essa dor eu consegui despertar e agora eu sei o que eu preciso, não melhor, o que eu mereço, e você querida Sam, vai me ajudar.
— Como eu posso te ajudar?
— Eu preciso que você me ensine como seduzir uma pessoa.
— Por que eu não te mostro?
Com passos lentos e hipnotizantes, Samanta levantou-se de seu lugar à frente de Ian sem nunca soltar a sua mão, puxou um pouco a cadeira em que o jovem estava sentado deixando-o de frente para ela, ignorando o rangido estridente e sem se importar com a pequena plateia da lanchonete, sentou-se no colo do Coelho que não parecia nada assustado nesse momento. A mão entrelaçada a de Ian se aproximou ao seu peito enquanto a outra roçava na nuca do rapaz até chegar aos fios loiros, puxando-os com leveza.
Os olhos cor de jambo brilhavam de uma forma diferente, refletindo aquela figura que antes parecia ser tão inocente, Samanta era a personificação da luxúria que Ian sentia desde que seus lábios tocaram o membro massivo de Dante e agora estavam tomados pela boca de Sam.
A regra "peça tocada, peça jogada" está em vigor para quase todos os eventos presenciais oficiais. Esta regra estabelece que se um jogador tocar uma peça na sua vez de jogar, ele deve mover a peça tocada (se houver um lance legal que possa ser feito com essa peça).
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Nota da Autora
Admito que nem eu esperava por esse final 🤨
Quanto fogo no cu ein Ian?
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Jogo Perverso
De TodoDante é o chefe da Máfia local, um homem tão poderoso que tem toda a cidade sob seus pés, conhecido como o Rei do Inferno, ele é promíscuo e cruel, sempre teve a mulher que queria como queria até que cansasse dela. Um dia tudo mudou quando ele se in...