Capítulo 20 - Peão Imóvel

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O cheiro forte de uísque estava muito perto, o corpo quente pesava sobre Ian que ouvia palavras incompreensíveis para ele em um tom tão sedutor que estava deixando o rapaz louco. Todo o estímulo deixava seu corpo quente e sua mente em branco.

Todos os atos até então deixaram Ian muito confuso, como ele podia ter gostado de chupar um pau tão grande e de uma forma tão bruta?! Como seu corpo podia ter respondido de forma tão honesta e como sua virilha ardia com o tamanho do tesão que estava estava explodindo ali? Era estranho e confuso, mas o jovem não teve muito tempo para pensar sobre isso durante o ato, apenas quando ele achou que havia terminado, que os impactos o atingiram, só para as coisas evoluírem de forma rápida e incompreensível.

Sua mente lutava por alguma consciência e o medo misturado com a desconhecida luxúria era aterrorizante, totalmente diferente de quando os agiotas tentaram tomar o seu corpo, eles queriam violá-lo contra a sua vontade, já o homem em cima dele que mordia seu pescoço com tamanha vontade parecendo que seria capaz de arrancar a sua carne e beber o seu sangue como um vampiro sedento, o fazia tremer e desejar por mais.

As consequências daquele ato seriam muito graves, Ian sabia disso, ele tinha plena consciência de que Dante achava que ele era uma mulher e quando chegasse aos seus seios retos e sua virilha volumosa seria o fim, mas ele queria aproveitar aquilo o máximo possível, pela primeira vez ele sentia tanto desejo, desejo o suficiente para desistir da sua vida apenas por aquele breve momento.

Pronto para se entregar o jovem passou seus braços pelo pescoço de Dante, envolveu seus dedos em seus cabelos e partiu para um beijo voraz, seus lábios estavam próximos, seus olhos cor de jambo só refletiam luxúria, a respiração pesada e quente do Rei do Inferno o atingia o deixando inebriado tanto com o cheiro do álcool quanto com a vontade de ceder.

Os lábios se tocaram de forma brusca, o corpo em cima de Ian apenas desabou e parecia que não se mexia mais, Dante havia desmaiado em cima dele e a realidade bateu com tanta força na cara do jovem que ele despertou do transe depravado, o corpo quente pesou em seu peito e a poça de sangue no chão ao seu lado, até então ignorada, finalmente chamou a sua atenção, ele precisava sair dali.

Com um homem forte e alto em cima de um jovem franzino era difícil de se mexer e Ian tinha certeza que nenhum pedido de socorro seria atendido, ele já havia visto algumas mulheres na ala VIP se arrependerem de certas decisões e seus gritos desesperados foram ignorados, com ele não seria diferente.

O grande mistério no momento era como Ian iria tirar o homenzarrão de cima dele? Ele não podia passar o resto da noite sendo esmagado pelo Rei do Inferno enquanto encarava uma poça de sangue que parecia escorrer em sua direção. Ele era fraco e seu corpo doía devido às agressões que recebeu mais cedo e a adrenalina gerada pelos atos libidinosos estava passando.

Tudo que restava ao jovem rapaz era chorar, a dor física parecia se alastrar, as constantes violências que ele sofreu ao longo desse dia estavam finalmente atingido-o, a traição de Samanta, a tentativa de violação dos agiotas, a determinação de Dante de não desistir nunca de Ivy, o suicídio que havia acontecido a sua frente e nada disso havia o impedido de sentir aquele desejo estranho.

Foi um choque atrás do outro e o acordo parecia um fio de esperança em meio ao caos, era o farol que ele procurava enquanto navegava em mares desconhecidos e obscuros. Quando Dante propôs um boquete para mostrar a Ivy que ela precisava conhecer um homem de verdade, ele ficou muito cético quanto aquilo, afinal quem se sentiria atraído por alguém chupando um pau?

Aparentemente, ele.

A sensação de ser preenchido por aquela carne quente e pegajosa deu a Ian uma nova sensação de prazer que ele nunca havia sentido antes, o fazendo esquecer até das desgraças intermináveis daquele dia, o pior de tudo é que mesmo com Dante apagado sobre ele e com sua consciência recobrada, mesmo ele sabendo que uma pessoa havia se matado há pouco tempo naquela sala e que o sangue dela ainda estava derramado no chão ao seu lado, aquela vontade ainda morava nele.

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