CAPÍTULO 5

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               WILLIAM CARDINALLI

O homem da sessão de BDSM amarrou o corpo da mulher com corda de cânhamo.
— O que ele está fazendo com ela?
— O que estamos observando é o bondage, uma prática que envolve a restrição do corpo, geralmente realizada com o uso de cordas, como no caso das amarras Shibari, entre outras técnicas. Em alguns casos mais avançados, o Dominador pode até mesmo realizar suspensões, mas não tenho certeza se o mestre André utilizará essa técnica. — Natália para de olhar para André, que está apenas com uma calça de couro, sem camisa, no meio do quarto com sua submissa nua, com as amarras Shibari erguendo o corpo dela da forma que ele quer que ela fique. Então, Natália me encara perplexa.
— Qual a finalidade disso? — Estalo minha língua em desaprovação.
— Olhe a cena. — Ordeno. Ela vira para o espelho à nossa frente, onde a submissa já está içada, mas ainda sobre seus pés. André ordena que ela fique quietinha enquanto desliza um dos chicotes por seus seios, barriga e pélvis. Ele começa a contornar o bico dos seios de sua submissa, que não suporta a provocação e acaba se contorcendo. Ele a pune com um golpe.
— O dominador aprecia ter sua submissa entregue e sob seu controle, seja através de restrições no bondage ou por meio de comandos diretos. Para a submissa, a sensação de vulnerabilidade e erotismo é emocionante. O BDSM é um jogo que envolve poder, entrega e domínio, representado pelas siglas BD (bondage e disciplina), DS (dominação e submissão) e SM (sadismo e masoquismo). — Explico de forma objetiva. Natália suspira e eu me aproximo dela, não tocando seu corpo, mas o calor dos nossos corpos se mistura e sinto sua respiração ficar mais ofegante.
— O mestre André, depois de içar o corpo de sua submissa, irá usar os clipes de mamilos. — Explico, e logo em seguida podemos ver ele pregando o clip em um de seus mamilos, ouvindo o grito de dor da mulher quando ele dá um pequeno puxão. André a recompensa ao passar a mão em seus cabelos. Os braços bem amarrados com laços não permitem que ela se movimente. Ele então alcança o clamps de clitóris. Ela treme, e André dá alguns comandos, e ela se mantém imóvel. Ele a masturba esfregando seus dedos entre os lábios vaginais dela, friccionando a pele.
— Uau. — Natália exclama e aperta uma coxa contra a outra. Sua excitação pode ser sentida por mim, me deixando abalado ao desejar tocá-la aqui, agora, desejando que ela se entregue a mim, sem nenhuma reserva. André continua com os movimentos até sua submissa gemer de prazer, punindo-a com uma chicotada em sua boceta.
— Oh! Por que ele bateu nela? — Sorrio de lado e me aproximo mais de Natália, seu corpo treme, o calor dos nossos corpos se incendeia.
— Ela gemeu.
— Está me dizendo que não se pode gemer?
— Não, só se ele permitir. — Sano sua curiosidade.
— Se eu... Se eu... Gemer aqui... Você me punirá?
— Se fosse uma de minhas submissas, sim — Ela faz uma careta.
— Qual seria a punição? — Sua voz dá uma leve tremida, mas seus olhos nunca saem da cena que está rolando, onde André está com o grampo de clitóris em mãos e aos poucos, com suavidade e destreza, aplica no clitóris da submissa.
— Isso deve doer muito. — Sussurra, quase soltando um gemido.
— Não necessariamente, na maioria das vezes proporciona sensações intensas de prazer, aumentando a sensibilidade e a excitação na região. Ela vai gozar apenas com alguns estímulos de seu Dom. — Revelo, e então assistimos ele brincando ao puxar o grampo algumas vezes antes de dar a ela o orgasmo que ela pede, ao ponto das pernas dela ficarem trêmulas e a suspensão conter seu corpo de ir ao chão. Natália chia ao ver a mulher gozar lindamente à nossa frente, suas pernas ficam se esfregando uma na outra.
— Isso é muito excitante. Você... Nós... Você, vai ficar aí parado ou vai me beijar?
— Preciso do seu consentimento.
— Para que?
— Para tocá-la.
— Por que preciso consentir?
— É assim que funciono.
— Me toque, William. — Estalo minha língua.
— Não.
— O que?
— Não é assim.
— Eu estou louca para gozar, e você está aqui tendo uma DR de como eu devo consentir?
— Deixe. Vamos? — Resolvo levá-la para sua amiga.
— Nada disso. — ela se vira para mim.
— Como? — indago irritado.
— Você me trouxe para esta sala para assistir a uma cena de sexo com você e não me tocou em momento algum, não avançou o sinal nem me deu um beijo sequer, lembrando que você me deu esses passes idiotas, fez questão que eu viesse aqui e simplesmente quer me dispensar. Você é gay? — as palavras dela me levaram ao limite, em um ato de total descontrole eu prendo suas mãos acima de sua cabeça.
— Quietinha. — minha respiração está alterada, sua respiração está ofegante, eu encosto o corpo dela no vidro da cabine.
— Eu...
— Shhh... sua boca atrevida acabou de colocá-la em apuros. — revelo irritado e excitado, essa petulante conseguiu me deixar duro com sua boca atrevida, e isso é inadmissível, eu nunca fiquei excitado com desobediência e agora essa diaba está mudando tudo.
— Eu funciono com regras, ordens e obediência, Natália, e a única coisa que sua boca atrevida fez hoje foi me desafiar. — revelo mais do que já revelei a qualquer outra mulher.
— Mas parece que não foi o suficiente, senhor perfeitinho. — aperto suas mãos ainda mais e as seguro com apenas uma das minhas mãos. Ela roça seu corpo no meu, e eu reprimo um gemido, cazzo, essa mulher será minha perdição.
— Calada... — ordeno com autoridade, tentando não demonstrar como estou afetado, e olho para seu rosto bonito, sua boca de batom vermelho vibrante, sua sobrancelha bem feita, seus olhos tão quentes como o inferno.
— Diga: "Senhor, eu quero que me toque, tem meu consentimento." — instruo, assisto ela revirar os olhos, sua boca se mexe e eu espero para ela soltar qualquer palavra impertinente para eu soltá-la e mandá-la ir, mas ela vê o desafio em meus olhos, ela me encara com os olhos mais fingidos de submissão que já vi alguém fazer e diz de forma doce e com uma falsa submissão.
— Meu senhor, eu quero que me toque, tem meu consentimento. — assim que ela permite, a primeira coisa que faço é limpar seus lábios, eu esfrego meus dedos por seu batom vermelho, o espalhando por sua boca e borrando a cor vermelha, sentindo a maciez de seus lábios e a sedosidade.
— O que está fazendo? — sussurra ofegante.
— Tocando-a. Quero que, quando estiver no mesmo ambiente que eu, baixe os olhos e olhe para seus pés, quero que se dirija a mim apenas por "senhor" ou "mestre", não discuta comigo ou questione minha autoridade. — explico minhas regras, ela abre um sorriso travesso.
— Que regras idiotas. Quando você vai me beijar? Não acredito que vamos ficar nessa baboseira de regras. — eu a libero e respiro fundo.
— Vamos. — eu abro a porta e não deixo que ela me questione, então ela me segue nervosa e bem chateada. Não tenho tempo para insubordinação e tenho uma submissa me esperando, a qual não irá me desafiar em momento algum. Assim que estávamos para entrar no elevador, vejo Leon Rocha, um promotor de justiça corrupto, seu sorriso arrogante e postura galante logo mostra que conhece Natália.

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