WILLIAM CARDINALLIOs olhos de Natália estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Ela tentou cobri-los com um óculos escuro que Lizandra ofereceu quando apareceu na pousada para se despedir. Meire também apareceu para abraçar Natália e Glória. Depois dos dois dias mais confusos e estranhamente sentimentais que passei ao lado de Natália, precisei me afastar um pouco. Eu nunca agi movido por sentimentos, e não será agora que farei isso, mesmo com esse desejo beirando a loucura.
O helicóptero decolou com Natália agarrada às minhas mãos. Ângelo resolveu ir conosco e ficou na pousada, trabalhando em alguns explosivos que iríamos usar. Ele não ficou muito satisfeito por eu não ter aparecido para auxiliá-lo. Uma Natália emotiva era pior que uma irritada. Seus dedos seguravam os meus com força, assim o voo todo, mas ela não me encarava.
Saímos do heliponto e seguimos para a casa que comprei para ela. Precisava entregá-la antes de ir embora. Odiava despedidas, então não haveria uma.
— Por que estamos aqui? Pensei que me deixaria em casa. — sussurrou, sem me encarar. Não respondi. Saltei do carro e dei a volta para abrir a porta para ela.
— Venha. — disse, seguindo para dentro sem esperar por ela. Quando estávamos na sala de estar, volto meu olhar para o dela. Ela estava em lágrimas, e precisei controlar meus impulsos para não levá-la para o quarto e foder seu corpo macio até esgotar minhas forças e pensamentos.
— Sente-se.
— Prefiro ficar de pé.
— Como quiser. Esta casa... ela é sua. — Não suportando essa maldita distância que coloquei entre nós, a pego em meus braços e me sento com ela no meu colo, no sofá. — Comprei-a logo depois de nossa primeira vez aqui. — Revelo, fazendo com que ela encare meus olhos. — Sei que fui um filho da puta por roubar sua virgindade em um aparador. Não consegui te dar um jantar, não sei se consegui criar os laços que você desejava. Mas uma coisa eu quis fazer. Eu quis que este lugar fosse especial para você. Para nós. — Sussurrei a última palavra. — Sou péssimo com palavras. Você sabe que não acredito ter sentimentos bons em mim. Mas se eles existissem, seriam para você. — confesso, vendo ela soltar vários soluços.
Pego uma pequena caixa de cima da mesinha e a abro para que Natália possa ver.
— Eu disse no início que seria apenas sexo, que não queria envolvimento. — Ela balança a cabeça, sem conseguir controlar o choro. — Esta gargantilha é uma prova de que voltarei para você, se me aceitar de volta. — Deixo que a vulnerabilidade arranhe minha voz e limpo minha garganta. Assisto Natália deslizar os dedos sobre a peça. A gargantilha era feita de ouro branco de 18 quilates, com uma corrente fina e delicada. O pingente central era a inicial “W”, intricadamente desenhada e envolta em pequenos diamantes.
— Nossa... — Ela limpa suas lágrimas e toca no “W”, parecendo analisar o que aquilo significaria. — Isso quer dizer que está firmando um compromisso comigo? — confirmo. — Não irá transar com nenhuma mulher?
— Não.
— Voltará para mim assim que resolver seus problemas na Itália?
— Sim. — Vejo-a limpando as lágrimas.
— Não está brincando comigo, William? Eu não aguentaria isso. Meu coração está doendo. — sussurrou, e eu beijo seus lábios.
— Quer continuar sendo minha?
— Esse é meu maior sonho. Eu te... — Não permito que ela complete a frase. Não estou pronto para ouvi-la se declarando para mim, não quando tudo é tão incerto entre nós. A beijo e ficamos assim por vários minutos.
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Ligados Pela Obsessão
RomanceLivro+18 Natália, uma jovem de 25 anos do interior de Minas Gerais, sempre viveu sua vida sem limites, até que um furacão de caos e dominação chamado William entra em seu caminho. William, aos 34 anos, é um membro da Máfia siciliana que veio ao Bras...