Ligados Pela Obsessão

CAPÍTULO 4

            WILLIAM CARDINALLI

Encaminho-me na direção onde avisto Natália, e ela demora a perceber minha presença. Sua amiga me vê primeiro e me analisa por alguns segundos, parece uma mulher decidida, com um olhar afiado e desafiador. É bem bonita, com olhos verdes brilhantes e sorriso tímido, posso entender um pouco do porquê Corrado está mal. Quando Natália encontra meus olhos, sua respiração parece prender. Percebo que, por baixo de sua timidez, há um espírito livre e indomável – um traço que não me agrada. Não tenho interesse em mulheres que desafiam minha autoridade ou me dão trabalho. No entanto, devo ser amigável; caso contrário, Natália não me seguirá.

— Boa noite, moças lindas! — quando foi que falei assim com alguma mulher? — Estão gostando do Club? — indago para Natália, ela é o alvo de minhas atenções.

— Sim, estamos gostando muito. Obrigada, William. — respondeu Natália com graciosidade.

— Por nada, linda. Quero te levar para um tour. Você aceita? — usei um flerte decadente, mas acho que funcionou, Natália olha para a amiga que a incentiva a me seguir.

— Aceito. — sua timidez, de agora parece sincera. Gostei de sua resposta.

— Você ficará bem aqui sozinha, amiga? — perguntou Natália a Eloá, ela sorri para Natália confirmando com a cabeça.

— Se você quiser, pode nos acompanhar, senhorita? — pergunto querendo confirmar sua identidade.

— Eloá. E muito obrigada pelo convite, mas prefiro esperar Natália aqui. Se divirta, Natália.

— Tá bom, amiga, já volto. — Natália espera que eu lidere o caminho, e eu faço isso colocando minha mão direita na base de sua coluna, sentindo seu corpo se inclinar levemente em resposta ao meu toque firme. Gosto de como ela se comporta ao meu lado. Talvez ainda tenha alguma chance de jogarmos essa noite.

— Para onde vamos? — pergunta quando chegamos ao elevador.

— Vou te mostrar o segundo andar. — ela me encara com curiosidade e expectativa.

— O que tem lá?

— Uma segunda boate VIP, para clientes Premium.

— Oh, então vocês ricos não se misturam com os pobres mortais lá embaixo? — a fito encabulado por sua ousadia.

— Possuímos alguns clientes que não se adequam com os serviços mais inferiores da boate do térreo. — explico e a porta do elevador se abre e entramos em um espaço mais sensual, escuro com as luzes da parede vermelhas, quadros apelativos e o neon destacam mais a sensualidade e extravagância do local. Observo o olhar de Natália quando percebe um casal se pegando na pista de dança. Não permitimos sexo aqui no segundo andar, mas alguns exibicionistas gostam de fazer um aquecimento e chamar a atenção, e quem sabe descolar um voyeur. O casal estava dançando ousadamente, o homem parado e a mulher estava se esfregando nele de forma provocante, Natália suspira ao vê-la se agachar em um rebolado eficiente e voltando lambendo a mão dele, e ele sorri em aprovação. Ela se vira de costas e empina sua bunda e ele deixa um tapa, eles começam a fazer um vai e vem como se ele a estivesse comendo por trás. Como meus impulsos de dominante são maiores que eu, me aproximo de Natália e pergunto em tom exigente.

— Gosta do que vê? — vejo-a engolir saliva e não deixar de observar a cena nem por um momento.

— Não deveria ser proibido?

— Talvez.

— Eles estão se pegando na pista de dança e olha quantas pessoas estão assistindo isso. — exclama surpresa pela cena que se desenrola. A música erótica termina e o casal se beija devassamente antes de sair para fora da pista, mas pode notar a excitação do homem evidente em sua calça.