- Come aí.
Ele me entregou um pão com mortadela, eu agradeci e comi.
Eu tava com muita fome, mas não queria abusar dele.
- Qual que é teu nome?
Dei uma pausa no pão e falei.
- Fernanda. E o seu?
- Cobra.
- Isso não é nome de uma pessoa. - voltei a comer meu pão.
- Meu nome é Victor, mas eu prefiro que me chamem pelo meu vulgo.
- Ok Victor.
Ele arqueou uma sobrancelha.
- Obrigada por me ajudar, mesmo. - coloquei o prato na mesinha de centro. - Vou ser sempre grata a você.
- Tamo junto.
O silêncio toma conta, até ele quebrar o clima.
- Tu pode ficar com o quarto de visitas, ele é o segundo do lado direito.
- Muito obrigada, você salvou minha vida.
Os olhos dele permaneciam em mim todo o tempo.
- Atividade, já é.
Ele levantou do sofá, pegou o fuzil que tava em cima da mesa e saiu.
Eu peguei o prato que comi e lavei.
Olho no relógio da cozinha e é 09:31.
Se eu me esforçar, eu consigo fazer um almoço pra ele, já que ele me ajudou.
Olho na dispensa e na geladeira, tem tudo o que eu preciso pra fazer um almoço.
Fiz arroz, feijão, bife, salada e suco de maracujá.
Coloquei um prato, um copo e os talheres na mesa pra quando ele chegasse.
Meio dia e meio a porta é aberta e ele entra, coloca o fuzil no sofá e vem até a cozinha. Eu estava ali em pé esperando ele.
- Qual foi?
- Eu não sei se vai ser do seu agrado, mas eu fiz um almoço pra você, pra agradecer por você ter me ajudado.
Peguei a tijela que eu coloquei o feijão, a travessa do arroz e depois da salada.
Peguei os bifes e coloquei em um prato e levei até a mesa. E por fim, peguei a jarra de suco e servi no copo.- Valeu.
Ele se serviu e eu fui pra cozinha terminar de lavar umas louças.
- Ou, tu já comeu?
- Ah não, depois eu como.
Ele continuou comendo quieto.
Terminei as louças e ele terminou de almoçar. Ele mesmo lavou o restante das louças que ficou depois que ele terminou de almoçar.
- Valeu pelo rango, eu vim justamente pra perguntar o que tu ia querer comer.
- Não foi nada. - sorri timidamente.
- Tava bom pra caralho. - ele tirou a camisa e jogou no sofá.
Sorri em forma de agradecimento.
Ele tinha o corpo tão atraente, mas mudei logo a atenção pra tv.
O radinho que tava na cintura dele soou.
- Patrão, a Gabi tá aqui na boca 3.
- Atividade.
Ele levantou, pegou o fuzil e jogou a camisa no ombro e saiu.
Abri a dispensa e vi que tinha trigo, resolvi fazer um bolinho, acho que ele vai gostar, é o mínimo que eu posso fazer pra agradecer ele.
Fiz um bolinho de cenoura com cobertura de chocolate e coloquei na mesa.
A noite chegou tão rápida, quando o Victor chegou, eu estava dormindo no sofá. Me levantei sem jeito.
- Eu fiz bolo de cenoura, não sei se você gosta.
Ele pegou uma fatia e comeu.
- Tá gostoso.
Sorri em forma de agradecimento.
- Você pode me emprestar uma camisa e uma bermuda? Eu queria tomar banho.
Ele subiu as escadas e eu fui junto, atrás dele, claro.
Ele me entregou uma camisa e uma bermuda Tactel, agradeci e entrei no quarto que eu supôs que era o da visita.
Tomei um banho e me troquei. As roupas ficaram largas e enormes.
Desci as escadas e percebi o olhar dele sobre mim.
Ele não conseguiu controlar o riso, foi a primeira vez que ele sorriu pra mim.
Fiquei envergonhada.
- Victor, eu posso pegar um pedaço de bolo?
- E desde quando tu precisa pedir algo que quer? Vai lá e pega ué.
- Obrigada!
Peguei uma fatia de bolo e comi no cantinho da cozinha, sou muito tímida pra certas coisas.
Voltei pra sala, ele estava assistindo alguma coisa na tv, ele parecia interessado.
- Victor, o que você gosta de comer?
Parece que ele não escutou, vou falar de novo.
- Victor, o que você gosta de comer? É que eu tava pensando em fazer fricassê pro almoço e...
Ele me interrompeu.
- Cala a boca porra, eu tô assistindo.
Eu tomei um susto, me calei e baixei a cabeça. Parecia que eu tinha acabado de falar com o Eduardo.
Me encolhi no sofá e comecei chorar quietinha.
- Pô, foi mal... É que era um bagulho importante daqui do morro.
Abaixei a cabeça e fiquei quieta.
Quando ele subiu a escada, eu subi também, fui pro meu quarto temporário e fiquei lá sentada na cama.
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No Morro do Alemão
Fanfiction+18 | Esse livro possui conteúdo pesado, se você for sensível, recomendo não ler. Fernanda é uma jovem de 24 anos que é casada com um capitão da PM. Ela vive uma vida resumida em sofrimento, até conhecer o Cobra. Ela crê que sua vida irá mudar e mel...