Capítulo Cento e Doze 2° Temp.

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Nano 🤑

Era nítido como a Cecília ficou abalada com a perca da nossa filha, no velório da nossa filha, ela desmaiou diversas vezes.

Hoje tá fazendo um mês que a Jade se foi, eu também me sinto culpado.

Culpado por ter rejeitado ela, falado pra ela ter abortado, isso tá me corroendo.

Exatamente um mês que a minha vida tá louca, eu tô sem cabeça pra nada, minha rotina é cuidar da Cecília que ainda não consegue acreditar e reagir.

Eu deixei o comando do morro com o Tito, quero cuidar da Cecília nesse momento tão difícil das nossas vidas.

Entrei no quarto dela, ela tava arrumando as roupinhas da nossa filha, aquilo cortava meu coração.

- Eu trouxe um misto e um suco de laranja pra você. - coloquei em cima da cama dela, que tava toda bagunçada.

- Obrigada... O que você queria que eu fizesse realmente se realizou...

- Do que você tá falando?

- Abortar a nossa filha...

- Cecília, tu não tem noção do quanto eu me sinto culpado por ter falado aquelas merda pra tu, eu também me culpo.

Ela limpou o rosto e sentou na cama.

Ela comeu calada, ela mudou demais depois de tudo o que aconteceu, mas eu tô ligado que não é fácil, também tô passando por isso.

Cecília ✨

Três meses se passaram desde que eu perdi a minha filha.

Hoje eu já consigo sair de casa, comer normalmente, mas eu não me sinto completa.

Era pra minha filha tá aqui, comigo.

- Eu trouxe isso aqui pra tu. - ele me entregou uma bolsa de besteira.

Fernando tá todos os dias aqui em casa, sempre tentando me animar ou algo do tipo, ele meio que se sente culpado.

- Valeu.

Ele sentou ao meu lado na cama.

- Como que tu tá?

- Eu tô viva. - forcei um sorriso.

- Quer sair? Dá uma volta, quem sabe.

- Não, eu quero ficar em casa mesmo.

- Já é. - ele deitou e ficou mexendo no celular.

A nossa relação é uma "amizade".

Nesses meses que passaram, ele realmente tá mudando, isso é bom pra ele mesmo.

Ele não saiu um momento do meu lado, tá sempre cuidando de mim, me dando todo o suporte.

O celular dele tocou, ele levantou rápido pra atender.

Fiquei mexendo no celular, enquanto ele tava do lado de fora conversando no celular com alguém.

- Eu vou ter que ir resolver umas parada lá com o Tito, depois nós se tromba.

Ele saiu e fechou a porta do quarto.

Me deitei pra ler um livro, acabei dormindo com o livro na mão.

Acordei, já tomei um banho e me vesti.

Vou aproveitar que hoje é domingo pra organizar a agenda semanal.

Ouço batidas na porta e logo em seguida a porta é aberta.

- Cecí, hoje vai ter churrasco lá na casa do traste do meu irmão e é claro que você vai.

- Ah não Bruna, nem brinca.

- Mas você vai sim! Você precisa sair dessa casa. - Camila entrou de braços cruzados.

- Em meia hora nós estamos saindo, ok?

- Tá, tá.

Elas saíram do meu quarto comemorando.

No Morro do Alemão Onde histórias criam vida. Descubra agora