Capítulo Vinte e Seis

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Os meninos da contenção conhecia o Nico, eles liberaram e nós subimos o morro.

Eu ia olhando tudo, cada detalhe.

Paramos em frente a uma casa enorme, ela era branquinha.

Tinha vários homens armados na porta da casa.

Nós descemos do carro e cumprimentamos os rapazes.

Na garagem no já vimos o tal aniversariante.

- E aí Alex, parabéns meu chegado! - ele entregou uma sacola Lacoste.

- Que isso pô.

- Parabéns! Eu não sabia seu gosto, mas te trouxe isso. - eu entreguei uma corrente de ouro que eu comprei quando tava vindo pra cá.

- Ih caralho, tô podendo ein.

Ele não contou história e já colocou a corrente.

Ele era jovem, ele também era bonito.

- Que bom que gostou. - dei um sorriso.

- E aí Nico, vai me apresentar tua dona não? Finalmente arrumou uma mulher pra te colocar na coleira. - ele deu risada. - Filha de puta de bom gosto.

Eles deram risada.

- Essa é a Fernanda, ela é mulher do Cobra pô. Ele veio sozinho, aí como ela queria vir, aí trouxe ela.

- Tô entendendo não. E quem é a mina que o Cobra trouxe?

Ele entrou e eu fui atrás.

Que história é essa?

Ele nos levou até a área externa da piscina que ficava nos fundos.

Eu vi aquela cena e não acreditei.

Era a Vanessa e o Victor, ela tava sentada nas pernas dele beijando ele.

Fiquei parada, apenas olhando.

Quando ele me viu, ficou branco e ela também.

Não falei nada, virei as costas e saí.

Nico me acompanhou.

- Ou, ou, pra onde tu vai? - o Victor me segurou.

Me soltei e da saí de lá, Nico acelerou o carro e a gente foi embora.

- Puta que pariu...

Eu abaixei a cabeça e comecei chorar.

- O que eu fiz pra merecer isso?

Ele ficou calado, isso tá muito estranho-

- Tu sabia disso, Nicolas?

Ele coçou a nuca.

- Sabia...

- E tu não me contou? Puta que pariu, tu é igualzinho a ele.

- Pô, veja o meu lado, como eu ia te contar isso?

- Para o carro! Para! Se tu não me contou, tu é igual a ele. E tu não ousa me seguir.

Ele parou e eu desci.

Fui descendo o morro a pé mesmo, não sabia pra onde tava indo, só tava indo.

Onde eu passava recebia cantadas.

- Ou, tá perdida?

Olhei pro lado e era um rapaz moreno.

- Não!

- Parece que tá. Chora não pô, tu é linda demais pra tá assim.

Ele foi me acompanhando com a moto.

Eu só conseguia sentir ódio do Victor e da Vanessa, eles me enganaram todo esse tempo.

- Tu não é daqui.

Fiquei calada e continuei descendo o morro.

Uma moto parou do meu outro lado, era o Victor.

- Bora, a gente precisa bater um papo.

- Eu não vou contigo a lugar nenhum!

- Sobe na moto Fernanda, isso não é um pedido.

Subi na moto do outro rapaz e ele acelerou e foi embora.

- Pra onde tu quer ir?

- Pra casa do caralho se possível.

Ele deu risada.

Eu continuei chorando, mas era de ódio.

Ele parou em uma praça.

- Onde tu mora? Eu te deixo em casa.

- Alemão.

Ele tocou pra lá.

Eu ensinei o caminho a ele e ele me deixou em casa.

- Tu é a mulher do Cobra, né?

- Era.

- Então me passa teu número já que tu tá solteira.

Passei meu número.

- Fernanda, né? Eu sou o Kaleb.

- É... Valeu por me salvar.

- Que isso, tamo junto.

Ele saiu catando pneu.

Cumprimentei os meninos e entrei pra dentro de casa.

Não demorou muito e a porta foi aberta, era o Victor.

- Tu tá doida? Subir na garupa de um cara que nem conhece?

No Morro do Alemão Onde histórias criam vida. Descubra agora