Capítulo Trinta e Seis

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Victor narrando

Tava felizão, ia pra casa de praia com a gata, mas aí vem os b.o.

Apareceu uma missão de última hora e eu vou ter que ir os com os cria.

Peguei minha nave e fui na casa da Fernanda, fui descendo o morro na tranquilidade, fico todo orgulhoso do meu morro.

Parei na porta dela e saí do carro, já toquei logo a campainha.

Demorou quase nada e ela veio me atender, já tava era esperando.

- Entra!

Eu entrei e me sentei no sofá.

- Pô gata, moiou nossa viagem, vou ter que ir na missão.

- Ah, tudo bem! - ele sentou do meu lado no sofá.

Eu acordei sentindo umas parada estranha hoje, um negócio ruim.

- Pô, tu fica com essa minha correntinha, quando eu voltar eu pego com tu, já é?

Entreguei a correntinha a ela.

- Não fala assim não Victor, parece até uma despedida. Você vai e voltar, relaxa.

- É que eu tô sentindo umas parada esquisita, um negócio ruim.

- Então não vai, Victor.

- Eu não tenho essa escolha, eu tô de frente.

- Mas não vá não, fique aqui, comigo.

- Eu tenho que ir, mas eu volto e quando eu voltar eu largo essa vida e nós se manda pra minha casa de praia.

Abracei ela.

Olhei no relógio e tava quase na hora de ir.

- Posso te dá um beijo? Vai ser meu amuleto da sorte.

Ela me beijou, pô que vontade de não ir nessa missão.

O radinho tocou e eu já tava ligado o que era.

- Aê patrão, a van já tá aqui na espera.

- Já é, broto já aí.

Abracei e ela e ela me levou até a porta.

- Pô, espero que tu me perdoe pelas merda que eu já fiz contigo, se eu não voltar da missão, tu fica com tudo pra tu, meus carro, as moto e a casa também, já é?

- Para de falar isso Victor, você vai voltar!

Abracei ela de novo, dessa vez um abraço mais demorado.

Entrei no carro e desci o morro, a van tava na entrada esperando, peguei minha mochila e já entrei na van.

Aquela sensação ruim não passava.

Fernanda narrando

Quando o Victor foi pra missão, o Nico que ficou no comando.

Hoje ele e os meninos chegam, eu e mais algumas pessoas estamos esperando no bar da dona Lourdes.

A van parou em frente, todos descerem, menos ele.

Meu coração já apertou, cadê ele?

Eu sei que nós não tínhamos nada a algum tempo, eu também tinha uma mágoa dele por causa das coisas me fez passar.

Mas apesar de tudo, eu também tinha gratidão.

Na última vez que nos vimos ele falou que ia voltar e ia sair dessa vida.

- Cadê ele Niltinho? Cadê?

Todos aparentavam estar tristes, algo não tá normal.

- CADÊ ELE? - eu gritei.

- Ele morreu... - o fumaça falou.

- O quê? - parece que na hora eu levei um tiro, senti minhas pernas ficarem fracas.

- Ele pediu pra te entregar isso.

Peguei o papel e comecei a ler.

Iae loirinha, pô sei nem como começar a escrever pra tu.

Se tu tá lendo essa carta aí é por que eu não vou voltar, a vida é assim, se aconteceu é por que tinha que acontecer.

Espero que tu me perdoe pelas merda que já fiz contigo, aquele papo de tu ficar com as minhas paradas é sério, morô? Se tu não quiser eu volto só pra puxar teu pé de noite hahaha.

Eu vi tarde demais que tu era a mulher da minha vida, vacilei demais contigo, me perdoa por tudo.

Me perdoa por todas as vezes que eu te fiz mal e tem impedi de conhecer alguém que realmente merecesse você.

Tu se cuida e lembre que eu amo tu, o teu jeito, tudo teu. Eu vou cuidar de tu daqui de cima, eu amo você. ❤️

Eu caí de joelhos no chão, eu não consigo acreditar.

Ele se foi pra sempre...

No Morro do Alemão Onde histórias criam vida. Descubra agora