Capítulo Vinte e Dois

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- Você não vai Victor, já falei!

Ele queria me deixar em casa e voltar pro baile, eu não concordei.

- Desde quando tu manda em alguma coisa?

Ele segurou meu pescoço.

- Vai, me bate! Seja covarde novamente!

Só calei a boca, ele deu um murro na minha bochecha.

Eu caí no chão.

- COVARDE!

Ele me levantou pelos cabelos.

- Tu nunca mais abre a boca pra dizer o que eu devo ou não fazer, já é?

Eu só sabia chorar.

- Eu quero ir embora daqui...

- Tu não quer nada, tu quer o que eu quiser.

Ele me jogou no chão.

- E se tu tentar sair desse morro, eu te busco até no inferno e te mato, tá me ouvindo?

Ele saiu e bateu a porta.

Ele era igualzinho ao Eduardo...

Me levantei e fui olhar meu rosto, tava vermelho e a minha bochecha por dentro tava toda cortada.

Lavei a boca por dentro e deitei logo na cama.

Acordei e fui logo me olhar no espelho, meu rosto tava um pouco inchado.

Resolvi ir na farmácia comprar antibiótico pra isso melhorar logo.

- Eu quero um amoxicilina, líquido.

O rapaz que me atendeu me olhou estranho e me chamou de canto.

- Senhora, se isso foi uma agressão, você pode denunciar.

- Pra quem? Pro meu ex marido que é capitão na PM?

- Então é complicado mesmo. Se cuide, por favor!

Agradeci e fui pra casa.

No caminho encontrei com a Bia.

- O que foi no rosto? - ela tocou.

- O Victor, por dentro tá tudo cortado.

- Ah, bora pra minha casa.

Ela me levou pra casa dela e olhou como ficou por dentro, tomei o remédio e deitei no sofá.

- Amiga, você quer um caldinho de feijão?

- Não precisa amiga.

- Você precisa de se cuidar. -  ela trouxe uma tigelinha com um pouco de caldo de feijão preto.

- Obrigada, por tudo!

Ela me abraçou e foi terminar o almoço.

Não demorou muito e o Léo chegou, mas chegou acompanhado do Nico.

- Amor, sobe comigo pra me ajudar com os papéis daquela casa de sítio que a gente queria comprar.

- Amiga, eu vou ajudar o Léo, qualquer coisa me chama.

Sentei no sofá, pra que ele sentasse junto comigo.

- Deixa eu ver.

Ele olhou meu rosto.

Ele acariciou meu rosto.

- Como tu aguenta tudo isso?

Deito a cabeça no ombro dele.

Escuto um barulho de moto parando e me afasto dele, eu sei que é o Victor.

O Nico sentou lá na mesa de estar e ficou mexendo no celular.

Eu peguei a bula do remédio pra ler.

A porta é aberta, olho pra trás e é o Victor.

- Bora pra casa.

Ele pegou no meu braço.

- Eu vou ficar aqui com a Bia e o Léo.

Nico já levantou e se aproximou.

- Pô patrão, pega leve com a mina, ela tá machucada.

- Tu não se mete, a mulher é minha! Bora Fernanda, anda.

- Não Victor, eu quero ficar aqui!

- Eu te perguntei? Você vem comigo.

Ele começou a apertar meu braço com força.

- Me solta! - gritei.

A Bia e o Léo desceram correndo os degraus da escada.

- Victor, solta a minha amiga, seu babaca!

- Tu acha que tá falando com quem? Tu me respeita.

- O Victor, solta a Fernanda pô, tu quer machucar mais a tua mulher? - Léo tentou apaziguar.

- Eu só quero levar ela pra casa.

Ele soltou meu braço.

- Eu não quero ir com você... Você é igual ou até pior que o Eduardo!

Ele me jogou no chão e começou me chutar.

Os meninos afastaram ele de perto de mim.

- Tu tá doido caralho? - a Bia tentou ir pra cima dele, mas o Léo não deixou.

Eu fiquei deitada no chão com a mão na barriga.

O que eu fiz pra ter esse vida?

Eu levantei sozinha.

- Por que você não me mata logo? - eu gritei alto.

Bia veio me abraçar.

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