- Você não vai Victor, já falei!
Ele queria me deixar em casa e voltar pro baile, eu não concordei.
- Desde quando tu manda em alguma coisa?
Ele segurou meu pescoço.
- Vai, me bate! Seja covarde novamente!
Só calei a boca, ele deu um murro na minha bochecha.
Eu caí no chão.
- COVARDE!
Ele me levantou pelos cabelos.
- Tu nunca mais abre a boca pra dizer o que eu devo ou não fazer, já é?
Eu só sabia chorar.
- Eu quero ir embora daqui...
- Tu não quer nada, tu quer o que eu quiser.
Ele me jogou no chão.
- E se tu tentar sair desse morro, eu te busco até no inferno e te mato, tá me ouvindo?
Ele saiu e bateu a porta.
Ele era igualzinho ao Eduardo...
Me levantei e fui olhar meu rosto, tava vermelho e a minha bochecha por dentro tava toda cortada.
Lavei a boca por dentro e deitei logo na cama.
Acordei e fui logo me olhar no espelho, meu rosto tava um pouco inchado.
Resolvi ir na farmácia comprar antibiótico pra isso melhorar logo.
- Eu quero um amoxicilina, líquido.
O rapaz que me atendeu me olhou estranho e me chamou de canto.
- Senhora, se isso foi uma agressão, você pode denunciar.
- Pra quem? Pro meu ex marido que é capitão na PM?
- Então é complicado mesmo. Se cuide, por favor!
Agradeci e fui pra casa.
No caminho encontrei com a Bia.
- O que foi no rosto? - ela tocou.
- O Victor, por dentro tá tudo cortado.
- Ah, bora pra minha casa.
Ela me levou pra casa dela e olhou como ficou por dentro, tomei o remédio e deitei no sofá.
- Amiga, você quer um caldinho de feijão?
- Não precisa amiga.
- Você precisa de se cuidar. - ela trouxe uma tigelinha com um pouco de caldo de feijão preto.
- Obrigada, por tudo!
Ela me abraçou e foi terminar o almoço.
Não demorou muito e o Léo chegou, mas chegou acompanhado do Nico.
- Amor, sobe comigo pra me ajudar com os papéis daquela casa de sítio que a gente queria comprar.
- Amiga, eu vou ajudar o Léo, qualquer coisa me chama.
Sentei no sofá, pra que ele sentasse junto comigo.
- Deixa eu ver.
Ele olhou meu rosto.
Ele acariciou meu rosto.
- Como tu aguenta tudo isso?
Deito a cabeça no ombro dele.
Escuto um barulho de moto parando e me afasto dele, eu sei que é o Victor.
O Nico sentou lá na mesa de estar e ficou mexendo no celular.
Eu peguei a bula do remédio pra ler.
A porta é aberta, olho pra trás e é o Victor.
- Bora pra casa.
Ele pegou no meu braço.
- Eu vou ficar aqui com a Bia e o Léo.
Nico já levantou e se aproximou.
- Pô patrão, pega leve com a mina, ela tá machucada.
- Tu não se mete, a mulher é minha! Bora Fernanda, anda.
- Não Victor, eu quero ficar aqui!
- Eu te perguntei? Você vem comigo.
Ele começou a apertar meu braço com força.
- Me solta! - gritei.
A Bia e o Léo desceram correndo os degraus da escada.
- Victor, solta a minha amiga, seu babaca!
- Tu acha que tá falando com quem? Tu me respeita.
- O Victor, solta a Fernanda pô, tu quer machucar mais a tua mulher? - Léo tentou apaziguar.
- Eu só quero levar ela pra casa.
Ele soltou meu braço.
- Eu não quero ir com você... Você é igual ou até pior que o Eduardo!
Ele me jogou no chão e começou me chutar.
Os meninos afastaram ele de perto de mim.
- Tu tá doido caralho? - a Bia tentou ir pra cima dele, mas o Léo não deixou.
Eu fiquei deitada no chão com a mão na barriga.
O que eu fiz pra ter esse vida?
Eu levantei sozinha.
- Por que você não me mata logo? - eu gritei alto.
Bia veio me abraçar.
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No Morro do Alemão
Fanfiction+18 | Esse livro possui conteúdo pesado, se você for sensível, recomendo não ler. Fernanda é uma jovem de 24 anos que é casada com um capitão da PM. Ela vive uma vida resumida em sofrimento, até conhecer o Cobra. Ela crê que sua vida irá mudar e mel...