Capítulo Dez

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Acordei e vi que o Victor ainda estava dormindo.

- Que horas já são? - ele abriu os olhos.

- Sete horas.

Ele levantou e tomou um banho, se vestiu e deitou ao meu lado.

- Me leva pra casa?

- Bora.

Tomei um banho, me vesti e nós saímos de casa.

- Vamo tomar um café aqui na dona Lurdes?

Concordei e nós paramos no bar da Dona Lurdes.

Entramos e sentamos numa mesa.

Uma moça morena de corpo esbelto veio nos atender.

- Oi Cobra, quanto tempo... - ele abriu um botão da blusa e entregou o cardápio a ele.

- Vou querer um misto e um suco de maracujá. Tu quer o que Nanda?

- Um suco de laranja.

- Já trago. - ela sorriu pro Cobra que estava vidrado no corpo dela.

- Essa que é a sobrinha da dona Lurdes? - perguntei me fazendo de boba.

- É.

Ele não tirava o olhar dela, que também retribuía.

Levantei e saí andando, ele estava tão interessado nela que nem percebeu quando saí.

Cheguei em casa e fui logo pra cozinha fazer algo pra tomar café.

Fiz um misto quente e comi.

Um mês depois...

Eu finalmente arrumei um trabalho lá na pista, agora eu trabalho em uma lanchonete. Trabalho das 8h as 4h da tarde.

Eu sei que tenho uma profissão, mas poxa, passei quase cinco anos de minha vida trancada, agora eu quero ver gente.

A Bia anda meio sumida por conta da novidade, agora ela tá focada em engravidar, mas eu entendo ela.

Em relação ao Victor, ele está meio que ficando com a Vanessa, desde o dia que fomos no bar da dona Lurdes ele não me procurou mais ou algo do tipo.

Descia o morro tranquila pra ir trabalhar, quando eu avistei o Victor sentado na moto dele me olhando. Ele estava junto com os meninos da contenção.

Meu celular tocou e eu atendi.

- Nanda?

Essa voz eu conheço... Eduardo.

- Oi? O que você quer?

- Eu vim te buscar, tô na entrada do morro. Nós precisamos conversar.

- Eduardo, você sabe que não temos absolutamente nada pra conversar.

Fui descendo o morro.

- Estou te esperando aqui.

Ele desligou e eu continuei descendo o morro.

Quando cheguei na entrada do morro, vi um carro preto afasto, eu sabia que o Eduardo estava ali dentro.

Comprimentei os meninos da contenção e fui andando.

O Eduardo saiu do carro e fechou a porta, ele se aproximou de mim.

- Nanda, volta pra casa, me perdoa... Eu te amo!

- Eduardo, nós não temos nada pra conversar. Eu preciso ir trabalhar.

- Eu te levo!

- Eduardo, não me procure mais. Eu quero ficar longe de você!

- Você já deve tá com outro cara, por isso tá assim, cheia de marra.

Fiquei em silêncio.

- Fala caralho. - ele segurou meu braço.

- Solta ela caralho.

Olhei pra trás e vi o Victor segurando um fuzil.

- O assunto é entre nós aqui, meu parceiro.

- Tu não vai mexer com a minha mulher não, larga dela.

O Eduardo me soltou e o Victor agarrou minha cintura.

- Você tá marcado, arrumou um inimigo, seu bandido desgraçado.

Ele entrou no carro e foi embora.

- Valeu. - forcei um sorriso.

- Fudeu, agora tu é minha minha mulher. - ele coçou a nuca.

- É de mentirinha.

- A palavra de um homem é um tiro, não tem volta.

- Aham, agora vou trabalhar.

- Te levo pô.

- Não precisa, já chamei um Uber.

Não demorou muito e o Uber chegou.

Depois de pegar um ônibus pra chegar aqui no morro, cheguei. Ainda tem toda essa ladeira pra subir, a vida de um mero trabalhador não é fácil.

Não podia gastar com Uber na volta, então foi no busão mesmo.

- E aí patroa. - os meninos da contenção me comprimentaram.

Fiquei sem entender.

- E aí, na paz? - forcei um sorriso.

Fui subindo o morro até que o Léo parou ao meu lado com a moto.

- Bora patroa.

Subi na moto e ele subiu o morro rapidinho, parou na casa do Victor. Fiquei sem entender.

- Léo, você tá bem?

- O Cobra trouxe tuas coisas pra cá, já que tu é a fiel dele, agora mora aqui né.

Ele saiu voado. Cumprimentei os meninos da contenção da frente da casa do Victor.

- Que porra é essa Victor?

- Eu te falei que fudeu, né? Então.

- Agora a gente tá amarrado um no outro, é isso?

- Basicamente estamos casados.

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