Capítulo Cinquenta

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- Tu não podia ter chamado o cara pra vir aqui sem eu saber Fernanda, tu coloca um estranho dentro de casa e ainda acha que eu tenho que ficar calmo?

- Ele é o arquiteto, veio ver o quanto pra começar o projeto e passar o orçamento.

- E quem disse que nós vai morar aqui? Nós vai voltar pro morro e fazer o quarto dela lá.

- Não Victor, eu não vou voltar pra lá, eu quero ficar aqui e eu vou ficar aqui! Se tu gosta da tua vida perigosa eu não gosto e também não vou expôr a minha filha a isso! Me desculpa mas essa é a minha opinião.

- Tua filha é? Então se vira aí pra pagar tudo da tua filha, nem conta comigo pra nada. A partir de hoje tu se vira sozinha com tudo, se fode Fernanda.

Ele saiu bravo e foi embora.

Graças a Deus eu tenho um bom dinheiro guardado do tempo trabalhado e posso facilmente arrumar outro trabalho no mesmo ramo do antigo.

Como uma pessoa muda assim da noite pro dia? Voltou pro poder e esqueceu de tudo o que vivemos, se ele prefere assim, assim vai ser.

Eu já recebi o vídeo do fotógrafo, mas não enviei pra ninguém, guardei pra mim mesmo, queria ter essa recordação.

Me deu a louca e eu liguei pra Bia, eu sentia falta dela, da nossa amizade.

Ligação on

- Bia?

- Ah, oi!

- O que você acha de passar o final de semana aqui em casa com o Léo e o Victor Júnior? Eu queria contar as novidades e também me reaproximar de vocês, eu sinto falta de vocês... Queria me desculpar pelo forma que te tratei, você me desculpa?

- ....

- E o que você me diz da gente passar o final de semana juntas?

- Olha Fernanda, eu não quero essa reaproximação, ok? Nossa amizade foi bom enquanto durou, eu tô bem com a minha família, só eles importam, ok? Vive sua vida que eu vivo a minha, não me liga mais ou tenta algum contato.

- Só me diz... O que eu te fiz?

- Nada! Eu só não quero mais essa amizade, ok? Tchau! Vê se me esquece.

Ligação off.

Nossa... Doeu ouvir ela falando daquela maneira comigo...

Eu as vezes me sinto sozinha, sinto falta da nossa amizade, mas se ela prefere assim, tudo bem.

Saí de casa e caminhei pela a enorme praia deserta, eu sentei onde a água batia no meu pé.

Fiquei por horas ali sentada, pensando na vida e refletindo em tudo.

Eu não posso mais me sentir sozinha, agora eu tenho a minha filha, que é meu porto seguro, meu tudo.

Fiquei admirando cada onda que vinha, eu amava esse contava com o mar, eu me sinto renovada.

A paz desse lugar é invejável, eu acho que nasci pra isso, pra esse lugar, pra essa paz.

No Morro do Alemão Onde histórias criam vida. Descubra agora