No Morro do Alemão

Capítulo Trinta e Cinco

A casa era muito bonita, toda branquinha, tinha um primeiro andar.

Por incrível que pareça, eu nunca tinha visto essa casa.

Entrei na casa e ela tava toda mobiliada.

- É o mínimo que ele poderia fazer, né? Já que ele te provou de tanta coisa e te fez tanto mal.

Subi com as malas e depois me joguei no sofá.

- Cansei!

- Amiga, eu vou ter que ir. O Léo tá me esperando pra gente ir bater a ultra do bebê.

- Tá bom, se cuida!

Ela foi embora e eu fiquei admirando a minha nova casa.

Eu só aceitei por que ele insistiu muito.

Vou ter que ir lá no shopping comprar um notebook pra poder trabalhar.

Peguei meu celular, o capacete e a chave da moto.

Tirei a moto pra fora da garagem e fechei o portão.

- Vai aonde?

Era o Nico. Ele tava no carro dele.

- Vou lá no shopping comprar um notebook pra poder trabalhar.

- Fiquei sabendo que vocês separou aí eu vim ver se era verdade.

- É, é verdade. Agora eu tenho que ir, por que mais tarde eu tenho uns relatórios pra entregar.

- Quer ir de carro? O sol tá rachando.

E era verdade mesmo, mó calor.

Abri o portão, guardei a moto e o capacete.

Entrei no carro e nós fomos descendo o morro.

Ele tava muito gato, uma camisa preta de gola e uma bermuda.

- Pô, finalmente, né?

- E a tua mina lá?

- Da em nada, eu gosto mermo é de tu.

Saímos do morro e fomos direto pro shopping.

Nós entramos na loja da Samsung e eu comprei logo o notebook, tava com um pouco de pressa, já que tinha uns relatórios pra entregar a até às dez, já são duas da tarde.

- Quer comer alguma coisa?

- Não, eu já tenho que voltar pra casa pra configurar o notebook e fazer o relatório.

- Já é.

Nós saímos do shopping e fomos logo pro morro.

Ele parou o carro em frente a minha casa.

- Valeu Nico. - sorri e desci.

Do outro lado da rua, tava Victor me olhando.

Entrei pra casa e já fui direto começar a configurar o notebook pra logo começar o relatório.

Entreguei o relatório e fiquei descansando.

Alguns dias depois...

Minha vida anda muito parada em todos os quesitos.

O Nico acabou se afastando, só por que simplesmente ele viu umas mensagens na tela do meu celular.

Ele não gostou que o Kaleb e o Alex me mandaram mensagem.

Mas ele não vê que várias mulheres mandam diariamente pra ele e ele responde dando liberdade, e aí?

Eu até fiquei sabendo por alto que ele tava comendo uma mina aí, mas nem falei nada.

Até por que não temos nada, né?

Se ele pensa que eu vou deitar por ele, vou é nada.

Enquanto ele pega geral eu vou ficar chupando dedo? Mas não vou mesmo!

Peguei minha moto e fui dá um rolê pelo morro, hoje tava tudo meio parado, logo hoje que é sexta e a noite.

Parei em no barzinho da dona Lurdes pra tomar uma gelada.

Peguei um litro e sentei em uma mesa.

Fiquei olhando o movimento.

O Victor parou a moto e sentou junto comigo.

- Milagre é esse tu sozinha.

- A Bia anda meio afastada, mas tá de boa, eu entendo que ela tá ocupada com as coisas do bebê.

- O Léo também tá sumido depois que saiu do movimento. Vou pegar mais um litro e um copo.

Ele levantou e pegou um litro e um copo.

- Tu quer não sair por aí?

- Ir pra onde?

- Sei lá, pra onde tu quiser.

Fiquei pensando em algo, mas nada veio a mente.

- Tô querendo ir passar o fim de semana na minha casa de praia, tu quer ir não?

- E o morro? - tomei um gole da minha cerveja.

- O Nico fica de frente, nós chama o Léo e a Bia pô.

- Até que não é má ideia.

- Claro que não, bora tentar uma aproximação pô, se rolar rolou, se não cada um segue sua vida.

- Esse é o intuito da coisa, né?

- Também. - ele colocou a mão na minha coxa.

- Vamos lá depois convidar eles.

- Manda uma mensagem aí pra ela.

- Vou é ligar.

Ligação on.

- Bia, o Victor pediu pra convidar você e o Léo pra passar o fim de semana com a gente na casa de praia dele.

- Ih amiga, nem vai dá. A gente combinou de ir pra casa de sítio arrumar o quarto do bebê, montar berço, guarda roupa. Fica pra próxima.

- Ah tudo bem.

- Tchau amiga, tô meio ocupada aqui.

Ligação off.

- Não vão.

- Então vai só nós.