Acordei e logo levantei da cama. Escovei os dentes e desci a escada.
Era cinco e meia da manhã, sempre levantava esse horário pra colocar a mesa pro Eduardo.
Fui na cozinha peguei as frutas que tinha, pão e frios e coloquei na mesa.
O bolo já estava na mesa.
Fiz um copo de suco de laranja pra ele e me sentei no sofá.
Liguei a tv baixinho pra que ele não acordasse. Todo esforço pra não fazer barulho foi em vão, pois ele tinha acabado de acordar.
- Bom dia!
- Bom dia! - ele olhou pra mesa confuso. - Que isso?
- Fiz um café da manhã pra você, espero que goste. - sorri.
- Eu não como de manhã, só um café preto mesmo.
Ele foi na cozinha e fez um café na máquina de cápsula.
Enquanto ele esperava o café, eu ia retirando as coisas da mesa. Tive que jogar fora o suco, eu estava sem fome.
Ele tomou o café em silêncio.
- Não precisa fazer almoço pra mim, já é?
- Tá bom.
Ele terminou a xícara de café e logo saiu.
Passei a manhã inteira faxinando a casa, tava precisando de uma faxina pesada.
Terminei a faxina era quase noite, Victor não pisou o pé em casa hoje.
Aproveitei que tava faxinando e já fiz a janta pra ele. Fiz arroz, feijão preto, frango e purê. Fiz um suco de manga pra completar a janta.
Arrumei a mesa, aproveitei e fiz um pratinho pra mim. Comi rapidinho e lavei as louças.
Fui pro quarto e acabei pegando no sono.
Alguns dias depois...
As manchas roxas sumiram todas, agora eu posso sair e arrumar um emprego, viver minha vida.
Eu e Victor quase não nos vemos mais, ele está sempre ocupado.
Ele comprou algumas roupas pra mim, mas eu vou pagar ele assim que conseguir um emprego.
Andei a favela toda procurando um trampo.
Quando a noite caiu, já tinha desistido de procurar, quando finalmente achei um bar que estava contratando garçonete.
Aceitei, fiquei tão feliz por ter conseguido.
- Amanhã você começa, eu sou a Lurdes, dona do bar.
- Tá bom dona Lurdes, muito obrigada pela oportunidade. - sorri pra ela.
- Amanhã as sete, de segunda a sexta.
- Tá bom.
Agradeci mais uma vez e saí do bar.
Ia subindo a favela tranquilamente pra chegar em casa, quando o Victor para a moto ao meu lado.
- Resolveu sair da toca. - ele desceu da moto.
- Sim.
- Tava onde?
- Eu fui procurar emprego, consegui no bar da Lurdes.
- Tô ligado. - ele ficou meio estranho.
- Eu quero ter minha independência financeira, ter minha casa, minhas coisas do meu jeitinho.
- Tu não tá feliz lá em casa?
- Mas a casa é sua, eu já invadi seu espaço por muito tempo, eu preciso ter o meu espaço.
- Tô indo pra casa, vai querer uma carona?
- Ah não, pode ir.
Ele montou na moto e ligou.
- Deixa de firula, bora logo.
Eu subi na moto e a gente foi pra casa dele.
Entramos e ele foi logo na cozinha.
O celular dele tocou e ele atendeu.
- Qual foi Gabi?
- Tá chapando?
- Tenho nada contigo não, desinfeta caralho.Ele desligou e se jogou no sofá.
- Bora pedir uma pizza?
Ele tá todo estranho.
- Pede aí pra você, tô sem apetite.
Ele pediu a pizza que não demorou muito e chegou. Ele pegou uma fatia e olhou pra mim.
- Tu não quer mesmo?
- Não.
Ele comeu em silêncio.
Eu subi a escada e fui pro "meu" quarto.
Acordei animada pro trabalho.
Escovei os dentes e saí voada de casa.
Entrei no bar e logo coloquei a farda e a touca.
O horário de pico é o horário do almoço, assim a Dona Lurdes falou.
O bar lotou, várias pessoas fazendo pedidos.
- Dona Lurdes, mais uma parmegiana, agora para mesa 6.
- Tem o que aí pra comer?
Uma voz familiar, olho pra trás e vejo Victor.
- Ah, oi. Aqui o cardápio. - dou o cardápio a ele. - O prato do dia hoje é parmegiana de frango.
- Pode ser isso aí, faz cinco, um pra mim e quatro pros mano que tão na mesa comigo.
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No Morro do Alemão
Fanfiction+18 | Esse livro possui conteúdo pesado, se você for sensível, recomendo não ler. Fernanda é uma jovem de 24 anos que é casada com um capitão da PM. Ela vive uma vida resumida em sofrimento, até conhecer o Cobra. Ela crê que sua vida irá mudar e mel...