Capítulo 11

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Alix narrando

Ela me deixou pensativo com o que disse. Será que estava nutrindo sentimentos por mim? Decidi não provocar, pois queria que ela comece a refeição.

- Obrigada, senhor Alix. Já estou até melhor.

- Ouvir isso me deixa em paz. Trouxe umas coisas para você, vou deixar ali na cadeira. Quando você se sentir bem pode ver. - Peguei as coisas na sala e coloquei na cadeira. Tenho que trabalhar do escritório, qualquer coisa bate lá. Sai do quarto e fui para o escritório.

Perdi a hora no trabalho online, tinha duas organizações iniciando e eu estava de frente. Ouvi batidas na porta.

- Posso entrar? - Mahelí falou antes de abrir.

- Entra! - Gritei e me levantei. - Aconteceu alguma coisa? - Estava preocupado com ela.

- Não, está tudo bem. Só vim trazer sua janta.

- Que horas são? - Olhei para o relógio e já ia dar dez da noite. - Me perdi no tempo. Caminhei até ela e peguei a bandeija de sua mão. - Só vou jantar se você jantar também. - Ela abaixou os olhos. - E aí? - A observei.

- Não tenho escolha, né? Eu janto.

- Muito bem, então vamos. - Sentamos e jantamos. Mahelí permaneceu calada durante a refeição, quase não levantava a cabeça. - Viu as coisas que eu trouxe? - Falei, para quebrar o silêncio.

- Vi. Muito obrigada. Naquele cordão e brinco, são diamantes rosa?

- São sim. Você gostou?

- Sim, são lindos. Nunca tinha visto por serem raros e muito caros.

- Cada pedra me custou duzentos e cinquenta e nove milhões. - Ela engasgou com a comida ao me ouvir falar.

- O quê? Como vou sair com aquilo nas orelhas e no pescoço? Eu vou usar e te devolvo assim que o evento acabar.

- Considere um presente e um pedido de desculpas. Só tem três diamantes, um em cada brinco e um no cordão. Não ficou tão caro.

- Não ficou tão caro? - Ela arregalou os olhos para mim.

- Eu não tenho onde gastar, então é melhor presentear alguém. Se você quiser algo é só me avisar. Depois da janta eu quero te levar para estrear uma coisa. Chegou ontem. - Dava para ver a curiosidade em seus olhos.

Jantamos e peguei um casaco para Mahelí e para mim. Andamos até meu Bentley Continental GT Orange. Abri a porta para ela entrar.
Dirigi até o aeroporto, descemos e andamos até um helicóptero parado.

- Isso é seu? - Os olhos dela estavam arregalados.

- Sim. Meu novo brinquedinho. - A ajudei a entrar no helicóptero e se acomodar. Dei a volta e sentei do lado dela.

- Você vai pilotar? - Ela se inclinou para frente e tentou olhar para fora, para ver se mais alguém viria.

- Vou sim. Se segure. - Liguei o helicóptero e logo estávamos no ar. A cidade estava linda e iluminada. O dia estava perfeito, sem nenhuma nuvem. Mahelí olhava, para fora, com os olhos brilhantes . - Está gostando? Podemos fazer sempre que eu tiver tempo.

- Estou gostando sim. Muito obrigada por isso. - Após muitos minutos, descemos e fomos para casa.

- Seu semblante está melhor. - Falei ao chegarmos em casa.

- Obrigada por me proporcionar uns minutos de paz.

- O evento vai ser no final de semana. Você me acompanharia? Se não quiser ir, não vou obriga-la. Mas vou ter que alugar alguém.

- Não precisa. Eu vou com senhor. - Ela abaixou a cabeça. - Ainda mais que já gastou uma fortuna nas coisas para eu usar.

- Já falei que é um presente. E chega desse negócio de senhor, eu não sou tão mais velho do que você. Agora vá descansar. Eu tenho muito trabalho, acho que vou virar a noite.

- Obrigada. Boa noite e bom trabalho. - Ela caminhou em direção ao quarto e eu ao escritório.

Essas organizações estão me dando um trabalhão. Os sócios são inexperientes, tenho que explicar várias vezes a mesma coisa. De La Cruz me abandonou, não sei por onde anda.
Sempre que ligo ele me responde o básico e desliga, talvez o veja no evento.
As horas se passaram e meus olhos estavam queimando de sono, queria um café para me manter acordado, mas não posso parar.
Ouvi batidas na porta.

- Pode entrar. - Falei e continuei digitando, com os olhos agarrados no notebook.

- Com licença. Trouxe um café para você. - Ela estava com a bandeja, tinha café e algumas rosquinhas.

- Você lê pensamentos? - Parei de digitar e a encarei. - Eu estava aqui pensando em café agora.

- Que bom, cheguei na hora certa. - Ela sorriu.

- Por que ainda está acordada? - Ela se aproximou e colocou a bandeja em cima da mesa.

- Estou preocupada com você. Sei como é ter que virar noite acordada, já fiz alguns plantões. Um café sempre é bem-vindo.

- Muito obrigado. - Bebi o café e saboreei estava uma delícia. - Está delicioso, bem forte para me manter acordado. Obrigado.

- Que bom que gostou, não quero te atrapalhar. Vou indo. - Ela se virou para sair.

- Não está me atrapalhando. Quer sentar aqui? - Tinha uma cadeira em frente a mesa. - Coloca a cadeira aqui do meu lado, vem ver como é divertido fazer isso aqui. - Falei em um tom de brincadeira. Ela puxou a cadeira até ao meu lado, sentou e encarou o notebook. Expliquei como funcionava e ela entendeu na hora, como os líderes das organizações não estavam entendendo? Pensei até que não estava sabendo ensinar.

Ficamos ali por mais algumas horas, ela me ajudou a fazer as planilhas. Economizei bastante tempo e adiantei as coisas do outro dia. Acabamos às cinco da manhã.
Mahelí foi para seu quarto e eu fui para o meu.

Fiquei pensativo, pois Lena nunca me ajudou em nada. Nunca nem me serviu comida, imagine fazer comida para mim?
Sou uma pessoa muito difícil de confiar em outra, sou muito desconfiado. Mas quando confio fico cego, pelo jeito é isso. Não reparei que aquela megera estava me traindo.
Talvez eu tenha que ser menos grosso com Mahelí, sou uma das causas da depressão dela.
Sei que sou frio e não demonstro sentimentos, acho que nem sei sorrir.
Mas meu coração não é totalmente de pedra, ainda tem um pedacinho de carne nele.

Dormi até às nove da manhã. Acordei com um cheiro de café da manhã. Tomei banho, me vesti e sai do quarto.
Mahelí estava com o café da manhã posto, tudo muito saboroso.

- Bom dia. - Ela estava com um sorriso nos lábios.

- Você não dormiu? Tem até bolo aqui.

- Dormi por duas horas, tenho o dia todo para descansar. Sente-se.

Sentei e tomamos o café da manhã farto.

Fake Love - Triologia 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora