Capítulo 1

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Mahelí narrando

Me chamo Mahelí, tenho 23 anos, cursei a faculdade de medicina e me formei essa semana.
Vivi com meu pai e minha mãe até os 18 anos na Califórnia. Costumávamos ser um família feliz, até meu se envolver com jogos.

Nos mudamos para a Espanha tem uns cinco anos.
Ainda bem que fiz logo minha faculdade, assim que cheguei aqui.
Tem um ano que meu pai começou se afundar por conta de jogos.
Minha mãe entrou em depressão por conta disso. 
Meu pai se afundou nas bebidas pra tentar esquecer as dividas.

Fiz uma prova e uma  entrevista online, para um hospital na Califórnia e fui contratada, estou tão feliz.

Peguei o ônibus para casa, estou mega ansiosa para contar para minha mãe.
Desci do ônibus e fui caminhando em direção a minha casa, achei estranho os dois carros pretos parados em frente a casa.
Entrei em casa e a sala estava escura, alguém me segurou por trás e tapou minha boca.

- Fica quietinha. - Eu me debati um pouco., por causa do susto. - Se fizer gracinha eu enfio uma bala na sua cabeça. - Tentei me acalmar. Ele me levou para a cozinha, lá estavam meu pai e minha mãe.

- Mamãe. - Meu olhos ficaram rasos de lágrimas, ela estava sentada em uma cadeira com as mãos e pés amarrados. Sua cabeça pendia para o lado. - Mamãe! - Gritei. Tentei me soltar para ir em direção a ela.

- Fica quietinha aqui. - O homem que estava me segurando, enrroscou a mão no meu cabelo e me puxou para trás.

- Deixe eu ver se ela está bem, por favor. Ela não tem andando bem. - As lágrimas escorreram em meu rosto.

- Temos umas coisas para acertar com seu pai. Se ele não tiver como liquidar a dívida, vamos ter que arrumar uma maneira de receber nosso dinheiro. - O homem que estava com a arma na cabeça de meu pai falou. - Já estou bem estressado, então não banque a heroína.

- Então senhor Muriel, como vamos fazer? - Um terceiro homem que assitia tudo sentado na cadeira e fumava um charuto, perguntou ao meu pai. A voz dele era fria, deu até um arrepio na coluna.

- Eu já falei que não tenho como pagar. - Meu pai chorou. - Eu estou falido. - Ele estava sentado em uma cadeira, com as mãos amarradas para trás. Seu rosto estava todo ensanguentado.

- Então vamos ter que receber de outro jeito. - O homem que estava sentado falou. Ele tirou o soco inglês e colocou no bolso. - Vamos leva-la.

- Não, por favor. Não façam isso. - Meu pai falou, mas não vi sinceridade em sua fala.

- Ou é isso, ou é uma bala na cabeça da sua esposa. - O homem se levantou, pegou a arma da cintura e engatilhou. Colocou a arma na cabeça da minha mãe.

- Não, por favor. Eu vou com vocês, mas deixem minha mãe em paz. Eu imploro. - As lágrimas começaram escorrer freneticamente.

- Pois bem, está decidido. Vamos. - O homem foi até no meu pai e deu uma coronhada nele, o sangue espirrou longe. - Quando você lembrar da sua filha, lembre que foi você que destruiu sua família. Se continuar da mesma maneira, a próxima vai ser sua esposa. - Ele segurou o cabelo do meu pai e puxou para trás para ele olhar em seus olhos. - Muda Muriel, ou você vai me ver novamente.

Ele o soltou e foi andando em direção a porta de saída. Colocaram um enforca gatos nas minhas mãos e um capuz preto na minha cabeça.
Fui caminhando até do lado de fora, me enfiaram dentro de um dos carros e ali começou o meu verdadeiro pavor.

O carro andou por horas, até que parou. Eu não tinha a mínima idéia de onde estava, meu corpo tremia incontrolávelmente. Só podia ser meu sistema nervoso, as lágrimas escorriam sem parar.
Nem consegui me despedir da minha mãe, sei que ela não vai durar muito tempo, naquele estado que se encontra logo vai partir.
Eu tentava me controlar para não deixa-los nervosos.

- Oi Remo, estou com uma pessoa aqui para você. Vou mandar fotos, daí você me fala quanto vale. - Alguém falava no celular. Eles faziam tráfico de mulheres?

Me puxaram para fora do carro e em colocaram de pé. Arrancaram o capuz da minha cabeça o homem, que estava sentado outrora, começou a tirar fotos minhas.

- Você é virgem ou não? - Ele me perguntou.

- Sim, sou sim. - Olhei para baixo.

- Ah que alegria. Vai valer mais dinheiro ainda. É porque eu estou precisando muito do dinheiro, se não eu mesmo ficaria com você para mim. - Ele segurou meu rosto com a mão, apertando minhas bochechas.

- O que você vai fazer comigo? - Criei coragem para perguntar.

- Seu pai está com uma dívida muito alta, temos que arrumar a grana. Temos que pagar umas pessoa, entende? Então vamos leiloar você.

- O quê? Leilão? - Eu me tremia toda.

- Sim. Tomara que você dê sorte de ser comprada por alguém bom, tem muitas pessoas ruins nesse ramo.

Me enfiaram  no carro novamente e enfiaram o capuz na minha cabeça.  O carro começou a andar. O tempo passava e nada de chegarmos no local, cochilei e fui acordada com uns tapinhas no rosto.

- Ei!

- Onde estou? - Meus olhos estavam arregalados.

- Chegamos. - O prédio era enorme, bonito por fora e por dentro. Entramos no elevador e o homem que estava comigo apertou o botão, para irmos pro subterrâneo. O elevador começou a descer, uma onda de pavor veio sobre mim.

- Não me leve para esse lugar, por favor. - Eu me tremia da cabeça até os pés.

- Facilita, por favor. Eu não quero ter que machucar esse seu rostinho lindo. - Ele olhou nos meus olhos.

O tal homem me arrastou  corredor afora, entramos em um escritório todo espelhado.

- Fala Andrey, quanto tempo. O que te trás aqui? - O homem estava sentado em uma cadeira giratória, atrás de uma mesa de madeira maciça, com um charuto na boca.

- Olá, Remo. Trouxe essa gracinha aqui para você. Ela é virgem.

- Sério? - Ele levantou e veio em nossa direção.  Me segurou pelo queixo e examinou meu rosto. - Ela é linda. Fiquei até com água na boca, se não for vendida hoje eu mesmo vou compra-la. Pode levá-la para a sala de preparo.

- Senhor Andrey, o que vão fazer comigo? - Eu estava desesperada e comecei a chorar.

- Olha aqui. - Ele me segurou pelo rosto. - Não repita meu nome, ok? - Seus olhos eram frios, sua voz era seca e tão fria quanto seus olhos.

- Desculpe. - Abaixei os olhos.

Fake Love - Triologia 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora