Capítulo 24

66 6 2
                                    

Alix narrando

Ouvir De La Cruz falar aquilo me fez ferver de raiva. Já que eu tinha que passar por ele, eu passaria.
Tentei dar um soco nele e ele desviou. Sei que vou levar uma coça, pois ele é muito melhor na luta do que eu.
Tentei atingi-lo várias vezes, ele só se esquivava e defendia.
De La Cruz me imobilizou no chão e sentou em cima de mim.

- Pode ir Mahelí, ele não vai conseguir sair daqui. Esse carinha aqui tem que esfriar a cabeça.

- Eu tinha que ter deixado você morrer, isso sim. - Gritei com ódio, olhando para ela. - Tinha que deixar você morrer naquela van. - Estava com ódio nos olhos.

- Cala a boquinha, já está falando muita besteira. - De La Cruz tapou minha boca com a mão.

- Se eu tivesse coragem eu eliminava o vínculo que tenho com você, Alix. Mas eu não tenho coragem de matar nossos bebês, eu não sou uma assassina. A provisão que escolhi foi para salvar vidas e não tira-las. Acho que desde o começo estava nítido que não iríamos dar certo, somos o oposto. Desculpe eu ser tão ingênua e ter me apaixonado por você. Obrigada por esses dois presentes que você me deu, deles eu sei que vou receber amor verdadeiro e que não estarei mais sozinha. Prometo sumir da sua vida, pode deixar que não contarei para seus filhos que o papai não os quis. Direi que você é um homem bom, só é muito ocupado com seus afazeres. Mas direi que um dia você aparecerá para vê-los. - Ela andou até a saída, segurando a barriga, seu semblante  era de dor, parou antes de sair.  - Você acabou de me matar agora, não se preocupe. Não precisa carregar o arrependimento de ter salvo a minha vida. Esqueça que eu existi um dia na sua vida, infelizmente não conseguirei fazer o mesmo. Me lembrarei de você a cada sorriso, a cada ida ao médico para ver nossos bebês. Não é tão fácil esquecer os dias felizes que vivi, me desculpe não ser o suficiente e ser insignificante. É uma pena eu não ter conseguido deixar bem claro meus sentimentos por você. - Ela falou e saiu.

- De La Cruz, me solta. Eu tenho que ir atrás dela. - As lágrimas escorreram em meus rosto. - Era melhor ela ter me dado um tiro. Como vou viver sem ela? Como pude ser tão burro?

- Você é um completo idiota, eu falei para você repetir os exames.

- Ela está grávida de mim? Isso é verdade?

- De quem mais seria? Ela está com dois meses de gestação. Tem esse período que vocês se relacionaram?

- Mas o teste diz que tem menos tempo. - As lágrimas escorriam.

- Você é burro ou o que? Isso foi quando ela descobriu. Quanto tempo você tem a ignorado?

- Ela falou meus bebês, são quantos? Você sabe? - Eu nem fiz questão de levantar mais, que dor no peito eu estava sentindo.

- São dois. Eu estava lá no dia em que ela chegou para fazer a ultra. Ela estava desnorteada, entrei com Mahelí na sala. Se você se comportar eu te mostro o vídeo, filmei sem ela ver. - De La Cruz me soltou um pouco. - Até pensaram que eu era o pai. - Ele sorriu daquele jeito brincalhão.

- Sem graça. - Falei com raiva. - Vou socar sua boca, daí esse sorriso vai sair daí rapidinho.

- Você é um fracote, não consegue me acertar.

- Por que você não me contou? - Olhei para ele com os olhos tristes.

- Pra você fazer isso aqui tudo? Vou te pedir uma coisa, está bem? Deixe-a em paz, Mahelí não pode se estressar e nem se esforçar. No dia que foi sequestrada, sua placenta descolou. Ela corre risco de perder os bebês

- Eu tenho que cuidar dela De La Cruz. Se ela perder esses bebês ela morre junto. Ela tem depressão. Eu sei o que tive que fazer para ela desistir de morrer, se ela perde os bebês, nunca mais me perdoa.

- Mahelí tem alguém? Tem família? Amigos?

- Não, só um pai viciado em jogos. Nem esperou o corpo da mãe dela esfriar e já está com outra. - Lembrei de Mahelí chorando no dia em foi no cemitério. Sentei no chão e segurei a cabeça com as mãos, as lágrimas escorreram em meu rosto.

- Se eu soubesse que ia acontecer isso tudo, eu teria ficado com ela. Você é muiito cabeça quente.

- Você está falando que ficaria com minha mulher? Logo você que não quer casar?

- Com ela eu casaria. Dá para ver que já sofreu muito. - Levantei a cabeça para olha-lo. - Se você deixar eu caso com ela e crio seus filhos. - De La Cruz estava sério, olhando para frente.

- Tudo é uma brincadeira para você? - Ele olhou para mim e sorriu.

- Não estou brincando. Me faz mal ver Mahelí sofrer, me sinto culpado.

- Vai ver como ela está. Eu vou te visitar em breve. Vou refazer os exames em outros laboratórios.

- Se for para você ir e arrumar confusão, é melhor que não vá. Ela não pode ter aborrecimentos, você sabe que te considero pra caramba, mas ela está precisando de ajuda, você tem que colaborar.

- Vou ficar quietinho, prometo. Tenho que tentar concertar a besteira que fiz. Tomara que ela consiga me perdoar.

- Ela te ama, seu idiota. Se não te amasse já estaria longe de você, até abortaria para não ter vínculo. Você não consegue enxergar isso?

- Eu sou um completo idiota mesmo. Desculpe por mais cedo. - Levantei e o abracei.

- Você da sorte que eu sou seu amigo, amigo não, irmão. Se não você ia ver só uma coisa, te daria uma surra daquelas e você seria chifrudo novamente. - Ele sorriu.

- O quê? Eu vou dar um tiro na sua cara, seu bastardo.

- Bastardo é você. Não pensa antes de fazer as coisas. Da sorte que eu te amo. - De La Cruz me abraçou. - Tenta ser feliz irmão. Deixa os traumas de lado, vai perder a oportunidade? Seja menos rígido. Você não vai ter seu amigo o tempo todo, para consertar as burradas que você faz. Em breve vou embora, mas eu quero ir em paz, sabendo que você está feliz.

- Você pode até ir, mas se eu precisar você aparece aqui. Eu sei que você vai me socorrer.

- Eu acho que não vou conseguir aparecer não, eu nunca fui pra este lugar, mas é muito longe. - Ele sorriu.

- Se você não vier, eu vou até você.

- Não vou deixar endereço, aprende a se virar sozinho. Agora tenho que ir, mais tarde ainda tenho que trabalhar. Tenho que descobrir quem tentou sequestrar Mahelí.

- Obrigado irmão, cuida dela por mim. Se eu não estivesse tão envolvido, eu deixaria ela se casar com você. Seria a melhor opção para ela.

- Pois é! Por que não vim quando você pediu para leva-la? Mas agora já era.

- Você gosta dela De La Cruz? Você fala de Mahelí de um jeito diferente. - Olhei seu rosto e esperei sua resposta.

Fake Love - Triologia 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora