Capítulo 4

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Alix narrando

Mahelí estava muito abatida e desanimada, fiquei parado por uns minutos a observando.

- Fiz o café da manhã. Se o senhor quiser tomar.

- Me chame de Alix. Meu nome é Alix Chevalier.

- Está bem, senhor Alix.  - Ela arrumou a mesa do café, juntou algumas coisas na bandeja e saiu em direção ao quarto. Fiquei a observando entrar no quarto.

As frutas estavam cortadas, o suco pronto, os ovos com bacon, torrada, pão, bolo, café. Café? Tanto tempo que não tomava café em casa.
Sentei e comi, estava tão convidativo.

- Alix, bom dia. - Uma voz de masculina ecoou na cozinha. Aquela vez era conhecida. De La Cruz caminhou até mim e se sentou do meu lado.

- Bom dia meu amigo. Veio buscar o sua comprar? - Sorri para ele.

- Você está bonito hoje, olha que isso é uma coisa difícil de fazer. Deixar você bonito. - Ele riu.

- Para de gracinha. Falou o mais feio!

- Estou cheio de fome, não durmo desde ontem e nem me alimento. Ando com umas dores estranhas. - Ele pegou as coisas e colocou em um prato, parecia estar com fome mesmo. Tomei o café vagarosamente, degustando aquele sabor.

- Você vai no meu casamento? - Esperei ele acabar de comer para perguntar.

- Então meu amigo, eu vim aqui mostrar uma coisa. Conheço você e sei que tem que ter provas para te convencer de algo. - Ele abriu o terno e pegou um envelope, jogou em cima da mesa. - Sou seu amigo e não vou deixar você viver uma vida de engano. Por mais que você fique com raiva de mim, eu não posso ser um Judas com você. Se tiver casamento depois disso, eu vou.

Peguei o envelope e abri, eram fotos de Lena com outro homem. Aquilo fez arder uma chama dentro de mim.

- Eu não estou acreditando nisso. - Meus olhos estavam pegando fogo.

- Estou nessa investigação há três meses. Ontem ela estava nesse hotel com esse mesmo homem.

- Desgraçada! - Amassei algumas fotos que estavam em minha mão. - Eu vou mata-los. - Levantei com ódio nos olhos. Meu olhar ficou sombrio.

- Esqueceu quem ela é? Eu te avisei para não se envolver com a filha de um mafioso. Você não pode fazer nada com ela, quer uma guerra a essa altura do campeonato? - Sentei novamente e segurei a cabeça com as mãos.

- Desgraçada! - Eu queria estrangular Lena.

- Calma irmão. Pior se você tivesse se casado, por isso que eu não quero me casar nunca, tá louco?

- Quem é o cara, De La Cruz? De qual máfia ele é?

- Ele trabalha para máfia, o cara é um Zé ninguém. Faz cobranças, entende? É um cara frio e traiçoeiro. Se tiver que matar mulher, criança, idoso, ele faz o serviço. O nome é Andrey, Andrey Rivera.

- Aaaaah, que ódio! - Dei um grito e bati na mesa. - Eu vou no casamento. Me dá aqui a foto pra eu gravar os cornos desse cara, se eles aparecerem lá eu vou mata-los. Que se lasque a máfia. - Levantei derrubando a cadeira, fui no meu quarto e peguei algumas armas.

- Alix, pensa direitinho. Você vai arrumar uma guerra, por uma pessoa que não vale a pena . - A voz calma do meu amigo me fez refletir. Ele sabia como me acalmar.- Sentei na cama e me permiti chorar de raiva, por não poder fazer o que estava com vontade.

- Aquela manipuladora! Como eu pude ser tão otário. Ah não! - Comecei a rir. - Eu dei um conjunto de cordão e brinco para ela no valor de dois milhões de dólares, presente de casamento. - Passei a mão no rosto. - Ainda bem que não coloquei nada no nome dela, ia passar depois do casamento.

- Irmão, o importante é que tudo foi descoberto. Eu não pude te falar antes da provas, eu mesmo investiguei.

- Obrigada irmão. Eu estou com ódio, mas estou aliviado. - Dei um abraço em De La Cruz. - Quero ficar sozinho para colocar meus pensamentos nos lugares.

- Tem certeza? Não vai fazer nenhuma besteira?

- Não, pode ficar tranquilo. Só quero ficar sozinho. A menina está no quarto, o segundo daqui para lá.

- Alix, considere um presente meu para você. - Não entendi o que ele tinha falado.

- Não entendi. Repete. - Eu parei de frente para ele e segurei em seu braço.

- E moça, é um presente meu para você. Eu sabia que você ia ficar destruído, pelo menos vai ter alguém para distrair a mente.

- Você está maluco? Só pode estar zoando com a minha cara. De La Cruz, como vou ter uma mulher de leilão não minha casa? Ela é virgem , você sabe disso?

- Sério? Ganhou dois presente em um então. - Ele sorriu para mim.

- Qual a parte do EU QUERO FICAR SOZINHO, que você não escutou?

- Você vai ficar sozinho com ela. Estou indo, não precisa me agradecer. - Ele soltou meu braço, que estava o segurando, com facilidade, o cara é bom na luta e na defesa pessoal. - Se cuide. Até mais.

- De La Cruz! Seu bastardo. - Gritei. Ele fechou a porta do quarto, em seguida escutei sua moto partindo.

Era só o que me faltava, traído e com uma pessoa que nem conheço na minha casa. Pior que nem sei o que aconteceu com ela, como veio parar nisso.
Fui na adega e peguei todas as bebidas que pude, já que não posso mata-los, vou dar um jeito de esquecer essa dor.

Fiquei o dia todo trancado bebendo. Presenteei tanta aquela ingrata, por que ela tinha que fazer isso comigo?

Já era noite, meu nível de consciência começou a ser prejudicado, eu já não estava raciocinando direito.
Eu só queria acabar com aquela dor e afastar aqueles pensamentos terríveis.
Peguei minha arma e sentei na cama,  coloquei a arma embaixo do meu queixo e engatilhei. As lágrimas escorreram no meu rosto, fechei os olhos e estava disposto a apertar.
Senti uma mão me segurando, puxou a arma e jogou longe, ao cair a arma disparou.

- Ei, olha para mim. - Seus olhos estavam arregalados. - Olha para mim.

- Me deixa em paz! Eu só quero morrer, nem isso eu posso fazer? - Minha voz estava se arrastando.

- Escolhe outro dia, hoje não. - Olhei para ela e ela estava sangrando.

- Mahelí, você está sangrando. - Sua blusa branca estava ficando vermelha. Minha consciência voltou na hora em que vi seu rosto ficando pálido, em segundos ela caiu.

Fake Love - Triologia 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora