Capítulo 54

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Mahelí narrando

Almoçamos e contamos um pouco de nossas histórias.
Celine conversava com Lucero sobre como eu salvei sua vida. 
Alix a observava enquanto me ajudava a cuidar dos bebês.
Bryan estava jogando vídeo game com Igor.

- Mahelí, será que ele é minha mãe? - Ele me perguntou quando fomos para o quarto trocar as crianças.

- Tudo indica que sim, meu amor. - Ele se aproximou de mim, após deixar os bebês nos berços.

- Me abraça? - Seus olhos estavam rasos de lágrimas.

- Vem aqui. - Abri os braços para ele e ele entrou no meu abraço.

- Ela carrega uma dor que é visível. Vou pegar o álbum de família e vou mostrar para ela. Se ela for minha mãe, vai reconhecer meu pai.

- Se você se sentir confortável, faça isso. - Me afastei para olhar seu rosto. - Eu quero que você seja muito feliz. Eu estarei aqui para te ajudar e celebrar com você.

- Te amo. Obrigado por curar tantas coisas aqui dentro de mim. Nunca me imaginei procurando minha mãe. Estou ansioso e pedindo a Deus que essa senhora seja ela.

- Podiam fazer um teste de DNA. Posso falar com ela.

- Fale, por favor. - O puxei para um abraço.

Alix desceu os álbuns de família dele, realmente Raphael era idêntico a ele.
Lucero chorou ao ver as fotos. O pai de Alix estava na foto com o filho no colo.
Ela mostrou a foto que estava em sua carteira, a foto estava meio amassada e desbotada, mas dava para ver perfeitamente, lá estava o bebê Alix.

- Olha isso Alix. - Falei. Era a mesma roupa que ele estava no hospital.

- Então isso quer dizer que a senhora é minha mãe? - Ele estava com os olhos arregalados.

- Sim. - Ela limpou o rosto com as costas das mãos. - Sinto muito por ter te abandonado. Foi para privar a sua vida e a de seu pai.

- Posso te dar um abraço? - Alix estava em prantos.

- Você faria isso? - Ele andou em direção de Lucero e a envolveu em seus braços. - Ah meu filho! Me perdoe. - Os dois choraram abraçados um no outro.

- Eu carreguei tanto ódio dentro de mim, pensando que a senhora não me queria. Sofri todo esse tempo, olhando só o meu ponto de vista. Desculpe. - Ele fungou.

- Que bom que você não me procurou, isso poderia ter colocado sua vida em risco. Não tenho do que te perdoar. Agora eu posso morrer em paz. - Ela o olhava com olhar de amor.

- Não diga isso, temos que colocar o tempo perdido em dia. Seus netos estão aí, precisam das avós. - Celine estava abraçada em mim e chorava juntamente conosco. - Posso te trazer para morar conosco? - Alix estava ansioso.

- Seria um sonho. Mas você sabe como as coisas funcionam na profissão de vocês. Remo virá atrás de mim, tenho que conversar com ele primeiro. Confesso que vai ser muito difícil dele aceitar. - Não falamos nada para ela, mas Remo estava sendo caçado pela máfia. Por tráfico de mulheres e crianças. Em breve ele serão expulso do conselho.

- Está bem, mas a senhora pode vir quando quiser. - Alix falou.

Ficamos até ao anoitecer juntos, contando como nos conhecemos, sem citar o nome de Remo. Contamos de nossas perdas e de como Alix era uma pessoa difícil.
Os dias tem passado e nós estamos tão felizes, nossa família é tão linda e amável.

Eles fizeram exames de DNA, constatou que Lucero realmente é mãe de Alix.
Ela vem em nossa casa todo final de semana, dou receitas médicas para ela apresentar a Remo, caso ele pergunte onde ela está indo.

As crianças já estão com três meses, nossa vida está bem tranquila, tenho até medo.
Hoje terei que leva-los no pediatra e Alix não poderá ir comigo.
Estou cheia de seguranças, quatro no carro na frente, um dirigindo o carro que eu estou com os bebês e Igor,  quatro no carro atrás.

A última vez, que sai sozinha com Igor não terminou bem. Pelo menos sei que Remo não fará nada, mas Lena está  por aí. Não ouço falar dela desde o dia que quebrei seu nariz com um soco.

Entramos no hospital da máfia pelo estacionamento subterrâneo.
Lucero estava na porta do elevador me esperando, ela ia me acompanhar hoje.

- Olá minha querida. - Ela me abraçou e me deu um beijo no rosto. - Oi meu lindinho. - Ela abraçou Igor e deu um beijo no topo de sua cabeça.

- A sua benção vovó. - Ele respondeu.

- Deus te abençoe meu amorzinho. E vocês? Cadê os bebês da vovó? - Ela falava com Alanna e Raphael, que estavam no carrinho.

- Digam oi para a vovó. - Falei para os bebês. - Vocês tem que ser educados igual ao irmão de vocês. - Dei um beijo na cabeça de Igor. - Vamos?

- Sim. - Lucero respondeu e entramos no elevador. Antes das portas se fecharam vi quatro carros pretos chegando, me assustei um pouco , mas logo relaxei, ali era o hospital da máfia. Apertei o botão para as portas se fecharem.

- Mamãe, esses carros são suspeitos, todos tem o mesmo adesivo do carro que sequestrou a senhora. - Igor falou.

- O quê? Você reparou em um adesivo filho? - Meu coração acelerou. Igor era muito detalhista.

- Vou ligar para o papai e vou informar. - Igor pegou o celular e ligou para o pai. Logo ele estava falando as placas dos quatro carros que acabara de estacionar. Como ele gravou em tão pouco tempo?

- O elevador parou no terceiro andar, descemos e eu apertei para ir para o quinto andar, tentando despista-los, caso fosse realmente algo conosco.

Descemos e eu caminhei o mais rápido que pude junto com Lucero.

- Vou ligar para Remo, ele não pode estar envolvido nisso. - Ela estava nervosa.

- Isso é coisa de Lena. Ele falou que estava me vigiando por três anos, como eu pude esquecer disso? - Senti meu coração bater no pescoço.

- Se ela tocar em vocês eu a mato com minhas próprias mãos. - Entramos em um quarto vazio e ficamos ali. Meu celular tocou, era Alix.

- Mahelí, oi meu amor. Mantenha a calma,ok?

- O que está acontecendo? É aquele mal amada, não é?

- Sim. É ela. Chego em vinte minutos. Desculpe por isso. O dono do hospital já foi avisado, ele é do meu grupo. Eles vão proteger vocês. Agradece a Igor, se não fosse por ele eu não conseguiria agir. Te amo, estou indo buscar vocês.

Ele desligou o celular e eu fiquei apreensiva.
Em poucos segundos o quarto se encheu de homens, vestidos de terno preto e com armas.



Fake Love - Triologia 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora