Capítulo 8

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Mahelí narrando

Tenho vivido dias exaustivos, mas me sinto na obrigação de cuidar de Alix.
Só de ele não ter me forçado a nada e ter deixado eu ficar em sua casa, já estou imensamente grata.

Ele é rabugento e arrogante as vezes, mas eu sei lidar com pessoas assim.
Cuidei dele por longos sete dias, estou precisando dormir.
Alix tomou banho, se arrumou e passou na cozinha, eu estava preparando a refeição.
Ele tomou café vagarosamente e se levantou para sair, falou que tinha umas coisas para resolver na máfia.
Fiquei ali até ele sair. Corri para meu quarto e deitei, estiquei minha coluna na cama.
Prometi para ele que eu sumiria das vistas dele, depois que ele melhorasse.

Deitei na cama e dormi. Quando acordei já estava quase escurecendo.
Preparei a refeição e deixei em cima do fogão. Jantei e fui o meu quarto, tomei banho e deitei.

Escutei passos na casa, devia ser ele.
Estava tão exausta que nem me dei o luxo de levantar, fique deitada de lado, adormeci bem rápido.

Alix narrando

Cheguei da reunião e vi a comida me cima do fogão, ainda estava quente.
Olhei ao redor e a casa estava um total silêncio, achei até estranho.
Fui até o quarto de Mahelí, fiquei parado em frente a porta.
A luz fraca do abajur passava por baixo da porta, deduzi que ela estava lá.
Fui para meu quarto e tomei um banho, voltei e coloquei minha janta. Comi rápido e logo subi para dormir.

Os antibióticos já tinham acabado, no criado mudo tinha alguns medicamentos, mas era para dor.
Dormi mas toda hora acordava, parecia que estava faltando algo.

Me arrumei e passei na cozinha para fazer meu café, para minha surpresa, a mesa estava posta. Tudo fresquinho, até às torradas estavam quentes. Comi e sai.

Voltei a noite para casa, a janta estava quente, em cima do fogão.
Fiquei em frente a porta do quarto dela, mas não quis bater novamente.

Já tem quinze dias que não vejo Mahelí, só sei que tem outra pessoa comigo porque minhas refeições estão sempre prontas.

Hoje o dia foi cansativo demais, quando voltei para casa senti que estava sendo seguido.
Avisei aos seguranças, entrei rapidamente com meu carro e o portão se fechou, um carro preto parou e começou o tiroteio.
Eles atiravam em direção a minha casa, revidamos e eles cantaram pneu.
Entrei em casa, com o celular em uma mão e a pistola em outra. Mahelí estava parada na sala, seus olhos eram puro pavor.

- Você está bem, certo? - Ela se tremia dos pés a cabeça. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa ela andou em minha direção e me abraçou. Quis arranca-la de mim, mas a crise choro que ela teve me impediu. Ela estava abraçada em minha cintura e seu rosto estava encostado no meu peitoral.

- O que você está fazendo? - Perguntei com frieza. Meus braços estavam caídos na lateral do meu corpo. Pendi a cabeça para o lado, tentando olha-la.

- Você falou para não te abraçar por trás e nem te tocar quando estiver distraído ou dormindo. Isso não se encaixa em nenhum desse requisitos.

- Mas quem disse que você pode me abraçar, quem te deu esse direito de me abraçar? Me solta. - Falei grosseiramente.

- Desculpe. Eu fiquei preocupada. - Ela baixou a cabeça e entrou para o quarto. Dava para ouvir o choro dela da cozinha. Fui até a porta de seu quarto e fiquei ali parado, deu vontade de entrar, mas só fiquei ali, parado.

Fui para o quarto, tomei banho e deitei na cama. Fiquei encarando o teto por um momento. Pensei em como Mahelí estava com os olhos tristes e o alívio que sentiu ao me ver.
Pensei no abraço que ela me deu e no choro, por medo de ter acontecido algo comigo.
Coloquei um braço em cima dos olhos e adormeci.

Pela manhã levantei e fui na cozinha beber água, o café da manhã já estava posto. Fui até o quarto dela e bati na porta.

- Olá, bom dia. - Abri a porta vagarosamente.

- Bom dia. Ela estava deitada de lado na cama, encolhida.

- Vem tomar café comigo. - Queria me desculpar, mas eu nem sei fazer isso.

- Não estou com fome, obrigada. Pode tomar café em paz.

- Ah, era tudo o que eu queria ouvir. - Fui até a cama e a peguei de lá. Joguei Mahelí nos meus ombros e caminhei com ela até a cozinha. - Quando eu não queria comer, você me obrigava, não era assim? - A coloquei sentada na cadeira junto a mesa.

- Mas você estava doente. Eu prometi sumir, depois que você melhorasse.

- Estou cansado de comer sozinho. Fica. - Peguei as coisas e coloquei em um pratinho. Comecei a comer, enquanto Mahelí permanecia com os olhos fixos no chão.

- Desculpe por ontem. Fiquei desesperada, tive medo de algo ruim acontecer com você. - Ela secou um lágrima que escorreu.

- Não aconteceu, eu estou aqui, está bem? Agora come. - Comecei falar. - Tenho um evento nesse final de semana. - Na verdade eu ia sozinho, mas descobri que Lena estará também. - Gostaria de pedir para me acompanhar. - Ela levantou os olhos e me olhou. - Minha ex vai estar lá, por isso quero aparecer com alguém.

- Entendi. - Ela abaixou os olhos novamente.

- Vou comprar sua roupa, acessórios , jóias e saltos. Vai vir uma pessoa fazer seu cabelo, unha e maquiagem.

- Está bem. - Ela permanecia com os olhos tristes.

- Quero que você seja a mulher mais linda da festa. - Levantei seu rosto com o indicador. - O que é? Por que está tão calada? - Eu a observava. A agitação dela me irrita, mas vê-la tão quieta me incomodou.

- Só estou passando um momento doloroso. São alguns conflitos internos.

- Entendi. Então já que não é doença, menos mal. - Uma lágrimas escorreu em seu rosto. A observe em silêncio. Tomamos café e ela estava em um silêncio absoluto.

- Com licença, senhor Alix. Vou voltar para meu quarto. - Balancei a cabeça concordando. Ela caminhou até o quarto e eu fiquei observando. Que raios deu nela? Tive vontade de ir atrás, mas controlei meus impulsos.

Sai para algumas reuniões, vez ou outra Mahelí vinha em minha mente. Será que ela gostaria de visitar a mãe?

Fake Love - Triologia 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora