Capítulo 55

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Mahelí narrando

Eles estavam a mando do dono do hospital, estavam fazendo nossa segurança.

Lembrei do dia em que fui sequestrada e ela deu aquele sorriso diabólico com aquelas unhas postiças cravadas no meu rosto.
Se eu não recuei quando as crianças estavam na minha barriga, imagine agora que eles estão do lado de fora?

- Igor, proteja sua avó e seus irmãos, está bem? - Segurei o rosto dele com as mãos para olhar em seus olhos.

- E a senhora mamãe? - Seus olhos estavam rasos de lágrimas.

- Eu vou proteger vocês. Caso eu falhe, não deixe nada de ruim acontecer com você, nem com seus irmãos. Eu te amo. - Dei um beijo no topo de sua cabeça.

O celular de Lucero começou a tocar, era Remo. Ela colocou no viva voz ao atender.

- Mãe, onde a senhora está?

- Estou no hospital Madri. Você está por trás disso Remo?

- Não, isso é coisa de Lena. Ela está obcecada. Tentei convence-la, mas não deu certo. Mãe, eu não posso te defender aí. Aí é território de outra máfia, respeitamos os territórios. Por mais que o pai de Lena possa entrar e sair daí, ele também não tem domínio nessa área. Isso não vai acabar bem, essa louca está pedindo para morrer.

- Está tudo bem. Eu vou ficar bem.

- Mas se descobrirem que você é minha mãe e pensarem que eu estou envolvido? Eles podem pensar que a senhora é x9. Mãe, pelo amor de Deus, o que a senhora foi fazer aí? Tenta se manter viva, tá? Eu vou arrumar um jeito de te buscar.

Ele desligou e Lucero sorriu para mim. Com o semblante de alívio.

- Pelo menos sabemos que ela está sozinha. - Respondi.

- Eu tive que abandonar meu filho recém nascido por causa desses mafiosos que acham que são donos das pessoas. Se Lena entrar aqui, eu mesmo a mato. Se o pai dela vier atrás, mato também. Já falei, ela pode ser filha do diabo e o pai o próprio diabo, eu mato esses desgraçados. Ser casada tanto tempo com um mafioso teve suas vantagens. - Ela foi até no segurança. - Me dê uma arma. - Ele deu a arma na mão dela.

- A senhora sabe usar ? - Perguntei surpresa.

- Sim, só nunca tinha precisado. Deixe ela entrar aqui.

Os tiros começaram lá fora. Nos colocaram em outro quarto secreto, era um quarto, dentro de outro quarto. Uma parede falsa dava acesso.

Fique ali encolhida, agarrada em meus filhos e em Lucero.
Após alguns minutos o barulho do lado de fora cessou. Fiquei mais aliviada.
Não sei por quanto tempo ficamos ali, eu só pensava em Alix e na minha família.

Abriram a porta do quarto e eu levei um baita susto.

- Meu amor. - Alix correu em minha direção. - Você está bem, não está? - Ele segurou meu rosto com as mãos e me permiti chorar, sentindo uma onda de alívio. Tudo parecia seguro quando Alix estava.

- Estou. Estamos bem.- Falei em meio ao choro. Ele me deu um selinho e um abraço apertado.

- Vocês estão bem? - Ele abraçou Igor e abraçou Lucero.

- Estamos bem, papai. - Alix passou a mão nos bebês, que dormiam tranquilamente nos carrinhos.

- Lena não estava com eles, mas ela está por perto. Vou atrás dela.

- Não Alix. - Segurei seu braço.

- Não podemos viver coagidos o resto de nossas vidas, temos que dar um jeito nisso.

- Eu não quero que nada de ruim aconteça com você. Por favor Alix. - Eu chorava.

- Nada vai acontecer, está bem? Mas eu tenho que cuidar da minha família. Ela é um problema do meu passado, se não fosse por mim, Lena não estaria nos perturbando. Eu sabia que tinha que ter matado essa infeliz assim que descobri a traição. De La Cruz não deixou. - Ele respirou fundo.

- Se você a tivesse matado, não estaria aqui agora. Eu nem ia te conhecer como homem. Nem teria nossos filhos. Talvez nem tivesse conhecido Igor.

- Verdade, De La Cruz era um ótimo amigo. Tenho que agradece-lo por não ter me permitido sair naquele dia. Mas eu tinha que ter dado um jeito nela. Tenho que agradecer a você também, por não ter deixado eu tirar minha vida. Imagine, eu morto e Lena aí, vivendo e fazendo um monte de besteiras. Não gosto nem de pensar se eles te pegassem de volta. - Ele respirou fundo e olhou para Lucero. - Desculpe mãe, sei que é seu filho, mas Remo não me desce. Por isso tenho que proteger vocês. Ele está por trás de muitas coisas erradas.

- Entendo filho, eu tenho algumas suspeitas. O pai dele fazia muitas coisas ruins , ele herdou isso dele. - Lucero respondeu.

- Eu tenho que fazer alguma coisa, o pai de Lena vai responder para máfia, por isso que aconteceu. Ela não pode fazer isso aqui. Se o pai não pode, imagine ela? Fiquem aqui, já volto.

- Alix, não faz isso. - Segurei no braço dele novamente.

- Eu já volto. - Ele me abraçou e deu um beijo em minha testa. - Cuide deles por mim, está bem filho? - Ele olhou para Igor enquanto estava abraçado comigo.

- Sim senhor, papai.

- Já volto. - Segurei o rosto dele e dei um selinho. Morrendo de medo de algo ruim acontecer.

- Te amo. - Falei.

- Te amo, você é a mulher da minha vida. - Ele se afastou e logo a porta se fechou.

Deixei Igor com os bebês e com Lucero. Fui atrás de Alix, já estava tudo calmo, mas eu estava receosa.

Alix saiu com uns seguranças e entrou em um carro, certamente estava indo atrás do pai de Lena. Fiquei parada na calçada do hospital vendo o carro sumindo na estrada.
Vi uma pessoa do outro lado da rua, era Lena. Ela estava toda de preto e com um arma na mão.

Olhei na altura do meu peito, tinha uma luz vermelha do laser. Olhei para ela e a lambisgoia deu aquele sorriso diabólico.
Escutei o disparo e a minha reação foi fechar os olhos e me encolher.

Me dei conta que os tiros não eram de Lena para mim. Os disparados não pararam, daí me atentei que não vinham do lado oposto, iam da
direção que eu estava.

Abri os olhos e vi alguns seguranças na minha frente. Lena estava caindo do outro lado da rua, ela estava cravejada de tiros.
Um segurança me abraçou e me levou para dentro do hospital.

Meu desespero começou, imaginei Alix indo conversar com o pai de Lena e ele descobrindo que a filha foi alvejada.

Corri o mais  rápido que pude e subi as escadas, nem esperei o elevador. Entrei na sala onde as crianças estavam, o desespero estava visível no meu rosto.

- O que houve? - Lucero perguntou assustada. - Eu ouvi tiros.

- Mataram Lena. Tenho que ligar para Alix. Ele está indo encontrar o pai dela, estou com medo do que pode acontecer.

Fake Love - Triologia 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora