Capítulo 47

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Igor narrado

Eles chegaram perto de mim e me observaram. Enfiei o celular no meio do kimono.

- Fica quietinho aqui. - Um deles me segurou pelo kimono, os outros dois entraram no banheiro.

- O que vocês querem? Me solta. - Me mexi disfarçando. Fingi estar com medo. Vi que eles estavam desarmados.

- Fica quieto moleque. - Ele segurou com mais força.

- Igor, você está bem? - Mamãe abaixou para falar comigo. Um dos homens a puxou para trás.

- Fique aqui! - O homem com uma cicatriz no olho a segurou. Aquilo me fez cerrar os punhos e olhar para ele com ódio.

- Estou bem, eu vou cuidar da senhora. - Respondi para a mamãe, meus olhos ainda estavam fixos nele. 

- Olha o pirralho achando que pode fazer alguma coisa. - O homem que estava me segurando falou. E gargalhou.

- Vai andando normalmente, não alarma. - O homem que estava com minha mãe falou. Ele colocou a mãe no ombro dela e olhou para a saída.

- Deixe-o ir. - Ela se referiu a mim. - Ele é só uma criança.

- Ele vem junto. Eu dito as regras aqui. Vamos logo. - Caminhamos até a van preta. Olhei a placa e memorizei.

Antes de entrar na van, me virei, deixando meu kimono na mão do homem que estava me segurando, meu celular caiu no chão. Dei um golpe nele e ele caiu do lado do celular. Outro homem veio e eu o acertei, fazendo cair desacordado.

- Peguem ele! - O homem que está com a mamãe falou. Sairam mais dois homens, um acertou minha boca com um soco, cuspi o sangue e continuei em posição de ataque. Derrubei o outro, o último foi mais difícil, ele deu alguns golpes em mim. Ele era bem mais forte que os outros. Cai na calça, segurando a costela.

O homem que estava com minha mãe a colocou sentada na van e deu a partida. Tentei levantar para ajudar. Fui mancando e segurando a costela, andei o mais rápido que pude. O último homem me segurou pelo pescoço e enfiou a mão na minha costela, onde estava doendo.
Estava com tanta dor que não consegui reagir.

O carro do papai rodou perto de nós, ele já desceu dando uma coronhada na cabeça do homem, deu um golpe e ele voou longe.  Enquanto estavamos distraídos, a van sumia na estrada.

- Você está bem? Heim? - Ele me olhava. Passou a mão na minha costela para ver se tinha quebrado. - Sua boca está machucada.

- Estou bem. Temos que ir atrás deles, eles levaram a mamãe.

- Você que fez isso aqui? - Ele se referiu aos homens caídos no chão.

- Sim. Desculpe. Estava tentando salvar a mamãe. - Peguei meu kimono e celular caído no chão.

- Toca aqui. - Ele estendeu a mão para eu bater. - Você é igual ao seu pai. Seu pai era muito bom na luta. Você é meu orgulho. Agora entra aí, vamos para um hospital. Tenho que cuidar de você primeiro, está com muita dor? - Ele discou um código no celular e falou que era para pegar os homens que estavam no chão.

- Eu estou bem, já estou acostumado com isso. Meu avô me batia muito. - Abaixei a cabeça. - Falava que eu era um bastardo e que não deveria ter nascido. Isso aqui não é nada, comparado ao que apanhava dele. - Sorri para meu pai.

- Eu sinto muito! - Seus olhos estavam rasos de lágrimas.

- Tudo bem, agora eu sou amado. Posso dizer que tenho uma família.

- Com certeza filho. Vamos ser melhores amigos, ok?

- Ok. - Sorri. - Agora vamos, não podemos perde-los de vista.

- Você tem certeza? - Papai perguntou e fiz que sim com a cabeça.

Entramos no carro e papai começou a dirigir, o carro dele parecia um trem bala.

- Papai vou digitar a placa para o senhor.

- Você gravou? - Ele me olhou surpreso.

- Sim. - Digitei a senha na tela do tablet, conectado no carro e logo a localização apareceu.

- Você é o melhor mesmo. - Ele bagunçou meus cabelos com uma das mãos. - Tem um spray para dor aí no porta luvas, peguei e espirre na altura de onde foi atingido. Peguei e espremi, foi alívio imediato.

Logo avistamos a van, ele preferiu ficar distante para não causar acidente.
Papai fez algumas ligações, a van entrou em um condomínio que parecia mais uma fortaleza.

Três horas depois descobrimos que a casa pertencia a um tal de Remo.

Alix narrando

Quando descobri que Remo estava por trás disso, senti um desespero na alma. Lembrei do dia do casamento, ele falando que tinha desejo em Mahelí e o soco que dei na cara dele.

Com certeza ele queria me atingir, só que ele foi baixo demais.
Pegar minha esposa grávida? Isso era um pedido de morte.

Deixei Igor no carro e me reuni com os mafiosos da cidade.
Eles já estavam o investigando por tráfico de mulheres e crianças , isso me deixou mais apreensivo ainda.
Reunimos um grupo para resgatar Mahelí sem por a vida dela em risco, o grupo vigiava a casa dele dia e noite.

Mahelí narrando

A van entrou em um condomínio cercado por segurança e câmeras.
O motorista me puxou pelo braço e entrou comigo na casa, a casa era muito bem decorada, tinha espelhos por todo lado.
Minha alma quase saiu do corpo quando vi quem era o chefe deles.

- Oi chefe, trouxemos ela. - O homem que estava me arrastando pelo braço falou, quando a porta do escritório abriu. Remo levantou da cadeira e veio em minha direção.

- Olá, Mahelí. Quanto tempo. Não nos vemos desde o seu casamento. Você está mais linda ainda com esse barrigão, pelo visto está próximo de nascer. Já vamos ter uns bebês para leiloar no mercado negro.

- Você não ouse falar dos meus bebês com essa boca suja. - Falei entre os dentes.

- Que gracinha, a mamãe leoa defendendo as crias. - Ele segurou meu rosto com uma mão e me fez olhar para ele. - Eu só queria matar Alix, mas tem alguém que me pediu você. Ela pagou muito bem por isso, Lena, lembra dela? - Meu coração disparou.  - Falando nisso, ela está aqui. Pode entrar Lena. - Ele soltou meu rosto.

A porta, que parecia um espelho, se abriu no canto da sala. A megera saiu com um sorriso estampado na cara.

- Ora ora, se não é a esposa de Alix. - O sorriso logo virou em cara de raiva. - Vamos ver em quem ela vai se garantir agora. Vamos ver se você tem topete agora para falar gracinhas na minha cara. Estou há tempos te monitorando, só não podia tocar em você, não estava no meu território e quando voltou para cá, nunca saia sozinha.

- É sério que você não tinha mais o que fazer? - Respondi sentindo ódio. - Não sabia que você era uma fã encubada.

- Olha aqui. - Ela segurou o meu rosto, afundando as unhas na minha bochecha. - Eu vou te matar e te esquartejar, vou enviar alguns pedaço para Alix. Ele e De La Cruz tiraram meu Andrey, agora eu vou tirar a mulher e os filhos dele. Só vou esperar as crianças saírem, daí vendo para o mercado negro. Vão valer muito dinheiro. - As megera me olhava nos olhos e abriu um sorriso diabólico.

Fake Love - Triologia 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora