Mahelí narrando
Ouvir aquela mulher diabólica fazer planos de vender meus filhos me acendeu uma ira.
Eu não tinha medo de morrer, mas eu temia por meus filhos.- Você não vai ser louca de querer encostar nos meus filhos, eu mesma te mato, com as minhas próprias mãos. - Falei com ódio.
- Olha aqui, não testa a minha paciência. - Ela soltou meu rosto e cravou as unhas no meu pulso. Você está achando que tem sete vidas? Agora não tem De La Cruz para morrer em seu lugar.
Ouvir aquilo me acendeu uma ira. Lembrei do dia que ele perdeu a vida no meu lugar. Soltei o meu braço das unhas delas, mirei o rosto de Lena e dei um soco com toda a força que tinha.
Ela caiu no chão com o nariz sangrando, urrava de dor. Me aproximei dela e cuspi em cima.- Lave a sua boca para falar dele, sua cadela. - Um dos homens que estava na sala me puxou para trás, segurando minhas duas mãos atrás do meu corpo. Eu queria dar uma coça naquela vaca. - Me solta! Tenho que ensinar uma lição para essa cretina. Você acha que me garanto em Alix? Acha que me garantia em alguém? Você não sabe nada sobre mim, eu não preciso de ajuda para quebrar a sua cara. Já você, é uma covarde, se garante nesses homens aqui. Me deixa sozinha com você.
- Tira ela daqui. - Remo falou, se referindo a mim. - Levem Lena para o hospital.
- Eu não tenho medo de suas ameaças. Guarde bem isso, Alix não pode fazer nada com você, mas eu posso. Não mexe com a minha família, sua mal amada. Não toca no nome de De La Cruz, ou eu vou arrancar seus dentes.- Me arrastaram por um corredor e me colocaram trancada em um quarto.
Olhei ao redor, se tinha como eu fingir dali. Eu estava no terceiro andar, não dava para tentar fugir, a barriga não ajudaria muito. Tentei manter a calma para transmitir para os bebês.
Estou trancada aqui tem uns três dias, eles só vem trazer minhas refeições.
Imagino como está Alix, estou com medo de acontecer algo com ele, caso tente me resgatar. Pelo menos Igor está bem, se ele estivesse aqui minha mente estaria a mil por hora.- Com licença. - Um segurança entrou, trazendo meu almoço. Ele olhou para meu rosto e ficou parado. De onde eu o conhecia?
- De onde eu te conheço? - Fiquei parada olhando ele.
- Doutora Mahelí? - Ele estava assustado.
- Sim, sou eu. - Eu não lembrava onde eu tinha visto aquele homem.
- Eu sou quem acompanhava Lucero, a senhora que engasgou com a carne, na Califórnia.
- Sim, lembrei. E como ela está? - Sorri.
- Está bem. Ela chegou hoje.
- Ela está aqui? Por quê? - Será que eles iriam leiloar uma senhora com cinquenta anos?
- Ela é mãe de Remo. Não fale que te contei. - Minha boca se formou em um O. - Vou falar que a senhora está aqui.
- Mas isso pode te prejudicar. Não se prejudique por mim.
- Está tudo bem. Vou arrumar um jeito. Coma tudo, foi ela mesma quem preparou as refeições hoje. Mas ela não sabe que tem alguém aqui, acha que são só os segurança e o filho. Vou já contar para ela.
- Qual é mesmo seu nome?
- Wagner. Vamos dar um jeito de te tirar daqui, a senhora é uma pessoa muito boa, não merece nada de ruim. Já volto. - Ele saiu e eu fiquei ali, pensativa.
Na hora da janta, Remo entrou no quarto desesperado. O pavor estava estampado em seus olhos.
- Mahelí, eu preciso de sua ajuda. - Ele estava desesperado.
- O que aconteceu? - Levantei assustada da poltrona.
- É a minha mãe. - Quando ele falou eu gelei. Será que tinha engasgado novamente? - Onde ela está?
- No quarto, me falaram que você é médica, não é isso? Vem. - Ele foi na frente e eu atrás. Entramos em um quarto e lá estava ela, deitada na cama.
- Preciso de uma caneta. - Trouxeram a caneta, tirei a carga e enfiei a caneta na cicatriz da traqueostomia, fazendo um buraco. Logo ela conseguiu respirar. Lucero abriu os olhos lentamente e me enxergou.
- Doutora Mahelí? Como conseguiram trazer a senhora da Califórnia? - Sua voz estava fraca e ela não conseguia abrir os olhos direito.
- Está tudo bem? A senhora não está se cuidando do jeito que falei, não é? - Sorri.
- Você se conhecem? - Remo perguntou.
- Sim, operei sua mãe na Califórnia. - Passei a mão nos cabelos dela.
- Ela foi um anjo, ficou comigo todos os dias. Até quando era sua folga, devo minha vida a ela.
- Eu não sabia disso. Aquele hospital é seu? Por isso aquele hospital se chama De La Cruz? É uma homenagem a ele?
- Sim. Fico feliz que a senhora esteja bem. Vai precisar de um pontinho aqui, se tiver os matérias eu mesma posso fazer. Tenho que fazer alguns procedimentos.
- Aqui tem um hospital subterrâneo. Tudo o que você precisar tem lá, só me fala o que é, eu pego. Os médicos só vem para cá em caso de emergência. - Remo falou.
- Está vendo doutora, porque meu filho não me visitava? Ele é um mafioso.
- Entendo. Mas dá para ver que ele a ama muito.
- Sim. Ele é meu companheiro. Tem como nos deixar sozinhas?
- Vou buscar a coisas, escreva aqui o que é preciso. - Escrevi no celular dele. Lucero parecia que queria falar algo, mas estava com dificuldade.
Dei os pontos e fiz os procedimentos necessários e ela ficou de repouso.
Pediu para eu ficar no mesmo quarto que ela, Remo permitiu.
Tenho cuidado de Lucero, ela está de recuperando bem. Já tem dias que estou no mesmo quarto que ela.- Mahelí, senta aqui um pouquinho. Deixa eu te contar uma coisa.
- Sim, senhora Lucero. - Sentei ao seu lado na poltrona.
- Eu vou te tirar daqui, está bem? Eu não quero que aconteça nada de ruim com você, nem com seus bebês.
- Eu vou arrumar um jeito, a senhora não pode se arriscar por minha causa.
- Remo é meu filho de criação. Eu fui casada com um mafioso, engravidei dele e perdi o bebê. Ele me colocou para a rua e logo engravidou a empregada. Uma pessoa me encontrou e me levou para casa, cuidou de mim e me deu assistência, acabei me apaixonando por ele. Engravidei dele, mas tive que abandonar o bebê assim que nasceu. Meu ex marido descobriu onde eu estava, ameaçou matar o pai do meu filho, não contei que eu tinha engravidado. Ele me trouxe e me fez criar o filho dele com a empregada. Ele a matou na minha frente, temi por meu filho. Se eu tentasse procura -lo ele faria coisa do tipo com ele e com o pai dele. Nunca contei isso pra ninguém.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fake Love - Triologia 1°
RomansaApós um mafioso ser traído por sua noiva, ele passa a não acreditar que o amor pode existir. Ele se torna mais sombrio e solitário, achando que só existe amor falso. Para sua surpresa descobrirá o que é ser amado e o que é amor, ele verá como am...