Capítulo 42

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Mahelí narrando

Deixei Bryan cuidando de tudo no hospital, estou fazendo um experimento. Se ele der conta das coisas, vou deixá-lo no controle do hospital e vou para a Espanha.
Entendo que Alix não pode deixar alguém no controle da máfia no lugar dele, não tem alguém de sua confiança. De La Cruz foi nos deixar.
Para mim é mais fácil, posso ir e ajudar Bryan de longe.
Eu sempre disse que deixaria tudo por ele, estou disposta a abrir mão.

Quero fazer uma surpresa, sinto que devemos ficar juntos. Ele tem que acompanhar a gestação, ele precisa de mim e eu dele.
Não posso priva-lo de acompanhar a evolução do nosso bebê ou nossos bebês, ainda não sabemos quantos são.

Alix fica grudado em mim o dia todo, fazendo carinho e beijando minha barriga. Nem nos meus melhores sonhos o imaginava assim.
Ele é controlador, dominador e super protetor mas de um jeito bom. Eu amo isso nele.
Nunca tive tanta atenção de alguém, tanto amor, carinho e cuidado.
Vou sentir falta disso quando ele tiver que voltar para a Espanha.

Voltamos ao hospital, faltando três dias para Alix ir embora. Fizemos a ultra e apareceu dois bebês.
Alix beijou tanto minha barriga, eu só conseguia chorar e pensar em De La Cruz. Ele seria um tio tão babão.
Passamos na casa de Celine para dar a notícia, todos estão muito felizes.

Fomos para casa, Alix está mais grudado do que nunca em mim.
Dá para ver que tipo de pai ele será.
Temos vivido momentos lindos, esse um mês foi mágico. Valeu a pena ter suportado a dor da separação.

Levei Alix no aeroporto, a despedida foi terrível.
É difícil se acostumar com coisas ruins, com coisas boas nos acostumamos muito rápido.
Chorei e fiquei agarrada nele até a hora do embarque.

- Eu te amo, não esquece. - Ele passou a mão em meu rosto.

- Não tem como esquecer. - Olhei  em seus olhos. - Já estou morrendo de saudades, meu amor.

- Eu também. - Seus olhos estavam rasos de lágrimas. - Se cuida, está bem? Assim que der eu volto. - Ele me pediu e tomou meus lábios.

- Eu te amo. - Segurei sua mão em meu rosto.

- Cuida das nossas sementinhas aí dentro. Não faça muito esforço, por favor.

- Prometo que vou me cuidar. - O abracei. - Quem que eu vou acordar de madrugada agora? - Sussurrei para ele com a voz triste.

- Sua tarada. - Ele sussurrou em um tom de riso. - Já estou até vendo, quando eu voltar. Vamos ficar trancados no quarto o dia todo.

- Por certo que sim. Você é irresistível, sou louca por você. - Alix me soltou do abraço e tomou os meus lábios.

- Te amo. Se cuida, por favor.

- Te amo. Se cuide também. - Anunciaram o embarque. Alix foi caminhando e eu fiquei parada, chorando horrores e dando tchau até ele sumir das minhas vistas.

Desci as escadas e caminhei em direção ao carro.
Meu coração parecia que ia quebrar, senti como se um pedaço tivesse sido tirado.
Eu tenho que resolver as coisas por aqui, o mais rápido possível. Não vou conseguir ficar longe do meu esposo.

Voltei para casa e deitei na cama, ali ainda estava com o cheiro dele.
Peguei o travesseiro e abracei, imaginando ele ali.
Chorei tanto que acabei pegando no sono.
Acordei com o celular tocando, Alix já tinha chegado na Espanha, tinha acabado de desembarcar. Já eram seis da manhã.

Levantei e preparei o café da manhã, fiquei parada por um momento, achando que ele chegaria.
Me senti tão solitária, sem ele aqui.

Meu celular tocou novamente, já tinha passado uma hora que Alix me ligou. Agora ele estava em uma chamada de vídeo, já estava em casa.

- Oi meu amor. -Ele estava deitado na cama que costumava ser minha.

- Oi, meu mor. - Sequei as lágrimas.

-Voce está chorando? - Ele levantou e sentou na beirada da cama. - O que aconteceu? Está com dor? Fala meu amor.

- Está tudo bem. Não precisa ficar preocupado. Só estou com muita saudade de você. - A crise de choro veio forte.

- Eu vou voltar, amanhã estarei aí. Não fica assim, por favor.

- Não. Não precisa voltar tão cedo assim. Você tem muitas coisas para resolver, sei como é sua vida. Já está distante por um mês, eu vou trabalhar minha mente, é necessário esse afastamento.

- Tenho que confessar que estou de coração partido também. Estou sofrendo muito, não queria ter deixado vocês. Não sei como lidar com isso, está doendo muito ficar longe. Eu te amo Mahelí, fala para nossas sementinhas que papai os ama muito. - Ele limpou uma lágrima no canto do olho.

- Eu falo sim. Eles também amam muito o papai e estão com saudades dos beijinhos e dos carinhos na barriga.

- Eu vou tentar voltar o mais rápido possível, me ligue sempre que puder. Não se preocupe se vai me atrapalhar, vocês são minha prioridade.

- Te amo, Alix.

- Te amo, Mahelí.

Alix desligou e eu me permiti chorar, tentei ser forte ao falar com ele.
Vou conversar com Bryan para ele assumir o hospital, não vou conseguir ficar longe de Alix.

Cheguei no hospital e pedi para Bryan ir na minha sala.
Pedi para ele assumir a direção do hospital, explique a situação.
Que não estava conseguindo ficar longe de Alix.
Ele ficou meio temeroso , mas aceitou. Bryan é capacitado para cuidar do hospital.

Ele foi atender alguns pacientes e eu permaneci na sala.
Chegou uma paciente grave e mandaram me chamar, corri imediatamente para atende-la.

Lucero foi encaminhada imediatamente para a cirurgia, se não fosse operada naquele momento o óbito era certo.
Eu era médica de emergência, já estava acostumada com agitação.
Ela havia engasgado com um pedaço de carne e broncoaspirou. Por pouco não foi a óbito por bronco asfixia.
Ela ainda deu uma parada cardíaca, mas consegui traze-la de volta.

Deixei Lucero com medicamento na veia no CTI e fui avisar aos parentes que a operação foi um sucesso.
Tinha apenas um segurança do lado de fora, esperando por notícias, me informou que o filho estava trabalhando, que não conseguiu chegar ao hospital.
O segurança mesmo que tinha a levado para o hospital.

Ele agradeceu e falou que informaria ao filho sobre o sucesso da cirurgia.
Informei que ela talvez teria alta após 48 horas.
Tínhamos que ver como o organismo dela reagiria.

Fake Love - Triologia 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora