Sophia abriu os olhos e a claridade excessiva fez com que os fechasse no mesmo instante. Sua cabeça parecia estar a ponto de explodir a qualquer momento.
Piscou repetidas vezes até se acostumar com a iluminação e conseguir manter os olhos abertos.
Estava numa cama tão grande e espaçosa que tinha certeza ser tamanho king. Os lençóis eram tão macios e limpos, que não tinha certeza de onde havia ido parar. Fez um esforço pra se sentar, puxou o lençol de cima de si e viu a camisa que vestia.
Duas vezes maior que ela, com uma estampa que com certeza era de alguma banda de rock que não conhecia. Estava sem calcinha e gelou ao pensar em que merda havia feito dessa vez.
Se levantou da cama pra explorar o quarto que estava. Um guarda roupa de madeira com as três portas de espelho e não ousou abrir pra mexer na intimidade do homem que ali morava. Não que tivesse certeza de que era mesmo um homem. Caminhou até a escrivaninha e se sentou na cadeira de couro preto, satisfatoriamente confortável.
Haviam três livros didáticos grossos ali, relacionados a literatura e isso a fez sorrir, ao menos era uma pessoa inteligente e com bom gosto. Muitos papéis, um estojo com canetas, era realmente alguém estudioso.
Sorriu para a fotografia, um homem que aparentava ter seus trinta anos estava abraçado a uma menina que tinha aparentemente sua idade. Os dois com a pele morena, cabelos lisos e olhos negros. Pareciam índios. Eram lindos.
O que a fez mais uma vez questionar se estava ali com o homem ou com a garota. Se levantou com a foto nas mãos, decidida a reparar nos detalhes do quarto para descobrir o sexo do ocupante.
As paredes de um azul escuro quase cinza, combinavam perfeitamente com o edredom que estava jogado no chão ao lado da cama, com estampa geométrica em cinza, azul marinho e preto. Era o homem, não havia dúvida.
Sentou na cama e olhou novamente a foto, reparando ainda mais no homem desconhecido. Tinha lábios carnudos e maxilar quadrado. Embora vestido de uma belíssima camisa social branca, Sophia conseguiu reparar seus músculos retesados enquanto abraçava a garota. Os dois sorriam felizes e isso a fez pensar, e se não fossem parentes e sim um casal?
Engoliu em seco e ficou tentando se lembrar do que tinha acontecido na noite anterior.
Sabia que tinha muita bebida envolvida em uma noitada com suas amigas. Lembrava-se de ter chegado ao bar cedo e que curtiam a música ao vivo. E era só o que conseguia se forçar a lembrar.
Rangeu os dentes, irritada com o grande lapso de memória, como era possível se lembrar apenas de dançar e depois de estar deitada na cama de um desconhecido que nem com ela estava. Fechou os olhos com força sua cabeça latejava tanto que com certeza não estava ajudando a se lembrar da noite anterior.
Ouviu passos se aproximando e levantou da cama com olhos arregalados. Pela primeira vez lhe passou pela mente que aquele homem podia não ser uma boa pessoa. E se tivesse sido sequestrada? E se foi abusada? E se não a deixasse sair e ir pra casa. Entrou em Pânico ainda com o porta retrato na mão e então a porta se abriu.
O homem tinha o cabelo desgrenhado, estava sem camisa e vestia uma bermuda de tactel cinza. Se tinha algo que podia dizer sobre ele, é que adorava cores neutras e frias. Ele sorriu ao vê-la acordada, tinha uma bandeja nas mãos, de longe Sophia conseguiu ver um jarro de suco e algumas torradas.
- Que bom que está acordada. - Se aproximou devagar, com medo de assustar a moça. - Pode me dizer seu nome?
- Não te disse na noite passada? - Sophia corou com a risada dele, que apenas balançou a cabeça negativamente. - Você me trouxe pra sua casa sem nem saber meu nome?
- Lembra alguma coisa da noite anterior? - Ergueu uma sobrancelha pra ela que negou com cabeça e arrancou mais uma risada do rapaz. - Começa tomando esse analgésico, com o tanto que você bebeu, deve estar a ponto de explodir.
Tirou o advil da embalagem e estendeu pra ela a cápsula em gel vermelha. Em seguida despejou um pouco do suco no copo e lhe deu também. Sophia nem perguntou mais nada, precisava desesperadamente daquele remédio.
- E então, seu nome é Mel ou Lua? - Questionou ao ver a mulher passar requeijão em uma das torradas e ela o olhou surpresa. - Bem, pela sua cara, imagino que não é nenhum dos dois. Você também disse se chamar Clarissa, mas tenho certeza que esse é o nome que menos combina com você.
- Tem razão, Lua e Mel são minhas amigas e Clarissa eu não faço ideia de quem seja. Meu nome é Sophia. - Revelou e ele fez um meneio com a cabeça, considerando aquela resposta.
- Bom, esse combina com você. - Deu risada e reparou em seu porta retrato jogado na cama. - Pegou isso? - Perguntou ao pegar e colocar no lugar, reparou que Sophia ficou constrangida.
- Desculpe, eu não quis ser enxerida, mas precisava saber com quem eu estava. - Ele deu risada. - Confesso que por alguns momentos fiquei em dúvida.
- Dúvida sobre o quê?
- Se estava com ela ou com você. - Sorriu mediante a gargalhada que ele havia soltado. - Não durou muito, isso é claramente um quarto masculino.
- Você é bi?
- Não oficialmente, mas eu não duvido da minha capacidade quando exagero no álcool. - Mais uma vez ficou constrangida. - Onde estão minhas roupas?
- Você vomitou nelas. - Revelou com um sorriso.
- Que vergonha! - Abaixou a cabeça e mordeu a torrada. - Devo ter te dado o maior trabalhão.
- Você é doida! - Ele disse ainda com bom humor. - Eu tenho certeza que nunca na minha vida conheci alguém tão doida quando você, qualquer dia vai cair numa furada.
- Você não é uma furada? - Ele negou com a cabeça, ainda sem dizer nada. - Sorte a minha, não é?
- Muita sorte, mas eu não vou negar que estou louco pra arrancar essa camisa e entrar em você mais uma vez. - Revelou e a loira arregalou os olhos, surpresa com o rumo que aquela conversa estava tomando. - Não vou fazer, pode comer tranquila.
- Isso foi sexy. - Revelou ainda constrangida. - Você não disse seu nome ainda. - Tentou mudar o assunto.
- Micael. - Lhe deu seu sorriso mais galante. - Muito prazer, Micael Borges!
------------------------------
Galeres, trouxe essa fic lá do blog também, mas já adianto a vocês que não terão capítulos diários porque ando ausente demais pra prometer escrever todo dia.
Curtam, divirtam-se.
Comentem se tiverem amor no coração 😂😂
Já estou com saudades! Bjs!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Último Ano do Colegial
RomanceSophia Abrahão é uma jovem problemática que vive em guerra com seu pai por ele viver trabalhando. Geniosa e atrevida, ama sair e beber com as amigas. Se vê completamente apaixonada no instante em que conhece o galante senhor Borges, de uma forma nã...