Micael tinha as duas mãos no pescoço de Sophia, prendendo o rosto contra o seu enquanto suas bocas se chocavam sem nenhuma cerimônia. No banheiro, Gabriela comemorou em silêncio e deu pulinhos ao presenciar aquele beijo, sabia que apesar do pouco tempo, os dois se gostavam.
Micael soltou uma das mãos do pescoço de Sophia e a escorregou por seu corpo. Alisando e acariciando Sophia por cima daquele uniforme. A camisa branca e a saia plissada azul marinho eram um belo modelito, mas ele a preferia sem, com toda certeza.
Quando o ar lhes faltou, ele encostou a testa na de Sophia e fechou os olhos enquanto tentava normalizar sua respiração ofegante.
— Você me enlouquce. — Abriu os olhos e a loira estava sorrindo. Ela podia até ser jovem, mas sabia bem usar seu poder de sedução quando necessário. — Isso é uma loucura!
— Eu sei que você me quer. — Tentou avançar para beija-lo, mas ele a segurou pelos ombros. — Para de resistir.
— Nunca disse que não a queria. — Se levantou da cama com as mãos na cabeça. — É só que... Sophia, você não vê? Eu quase poderia ser seu pai.
— Não force a barra, você é dez anos mais velho que eu, onze pra ser exata. — Se levantou e foi até ele de novo. — Vai ser impossível nós dois sobrevivermos a um ano desse jeito. A atração que sentimos é inegável.
Conseguiu se aproximar novamente e roçou os lábios nos dele, com um sorriso safado.
— Como vou conseguir prestar atenção no que você diz se eu só consigo pensar em beijar você.
— Terá que encontrar um jeito. — Insistiu, buscando forças mentalmente para afastar Sophia que já tinha o corpo colado no seu. — Por favor, Sophia! — Pediu bem baixinho, quase inaudível.
Ao invés de se afastar, se jogou de vez, se aproveitando daquele breve momento em que Micael estava diante de si com a guarda baixa. Mais um beijo aconteceu as mãos dele agora estavam na bunda a prendendo contra sua virilidade.
— Eu quero você. — Ele disse ao deixar sua boca, completamente inebriado de tesão ao beijar seu pescoço e logo depois subir para dizer ao seu ouvido. — Desesperadamente.
— Aqui não é bem lugar pra isso. — Virou a cabeça de lado para lhe dar total acesso ao seu pescoço e sorriu ao sentir os dedos de Micael puxando sua calcinha para o lado e passeando livremente por debaixo de sua saia.
— Eu sei que não é. — Sua voz rouca, abafada pela pele de Sophia. — Mas você me enlouquece, não sei como você faz isso, mas faz. — Enfiou um dedo e Sophia soltou um gemido baixo.
Gabriela arregalou os olhos e sabia que finalmente era hora de interromper os dois antes que realmente presenciasse uma cena ali. Teria pesadelos se visse os dois fazendo sexo.
— Calma aí gente. — Ela disse com um sorriso e os assustou. — Esqueceram que eu estou aqui?
Micael puxou a mão de debaixo da saia e Sophia virou, tampando a ereção de Micael e ele agradeceu por aquilo.
— Esqueci, você foi procurar garrafas pet na rua pra derreter e então fazer meu cartão. — Reclamou tentando fazer uma voz de bravo, mas Gabriela apenas sorriu.
— Eu vi como você ficou irritado por me aguardar. — Gesticulou entre os dois. — Deu bem pra perceber, professor Borges.
— Cala a boca, Gabriela. — Saiu de trás de Sophia quando percebeu que já estava bem. — Me dá logo esse cartão e me lembra de nunca mais te emprestar nada!
— Está tão bravo assim por quê? Porque demorei ou porque apareci? — Implicou mais uma vez e ele tomou o cartão da irmã. — Até amanhã. — Gritou pro irmão que saiu correndo do quarto, e nada disse a Sophia.
A loira caminhou pra trancar a porta do quarto e depois foi dar um abraço na amiga. As duas davam pulinhos empolgados enquanto gritinhos escapavam.
— Me conta! — Gabi pediu ao puxar a amiga para o sofá. — Vai me diz, estão juntos?
— Claro que não, ele não vai ceder.
— Fala sério, se eu não chego vocês iam transar, como se eu não estivesse aqui.
— Mas o seu irmão é teimoso, ele não vai ceder. Tenho certeza de que isso aqui foi um deslize. — Deu de ombros. — Mas eu já estou feliz com isso, foi um grande avanço.
— Se um dia casarem, quero ser madrinha. Eu mereço.
— Casar? — Sophia gargalhou. — Gabriela a gente se conhece há dois dias. Transamos duas vezes e uma delas eu nem me lembro.
— Ah, eu sinto uma vibe boa em vocês, não me julgue. — Sophia negou com a cabeça, mas sorriu. Talvez até gostaria que aquilo acontecesse.
— Eu não vou comentar, apenas vou tomar banho e depois a gente vai dar uma volta, pode ser?
— Sim senhora! — Bateu continência e Sophia foi embora rindo.
Sophia terminou de apresentar a escola pra Gabriela e no fim, encontraram com o pessoal na sala de estar. Mel estava abraçada com Pedro no sofá, assim como Lua e Arthur. Os dois casais conversavam animadamente sobre algo que nenhuma das duas tinha conseguido entender até se aproximar.
— Oi, gente! — Soph disse ao sentar no meio dos casais, junto com Gabriela. — O que estão conversando?
— Nada demais, apenas sobre as primeiras impressões. — Pedro respondeu a irmã, mas olhando nos olhos de Gabi. — Gostou da escola?
— Ainda não tenho opinião formada, apenas posso dizer que parece ótima. — Sorriu sem graça, desviando o olhar do irmão de Sophia. — Os professores também parecem ótimos.
— Menos a bruxa de biologia, aquela ali é péssima, todos nós podemos garantir. — Lua quem disse, se incluindo na conversa. — E o seu irmão, além de ser gato, ele tem cara de exigente.
— Ele é insuportável e não vai demorar muito pra vocês perceberem isso. — Gabi disse com uma risadinha. — Eu nunca tive aula com ele, mas o conheço bem demais pra sempre ter pena dos alunos dele.
— Que horror, Gabi. — Sophia o defendeu e deu risada. — Ele não parece tão ruim assim.
— Você viu a apresentação dele? — Mel disse com uma careta. — Ele ficou falando mais de uma hora sobre todo o ano letivo. Fala sério, que tipo de pessoa faz isso?
— Alguém bem preparado? — Sophia defendeu mais uma vez. — Deixa o cara, tivemos uma aula de apresentação e vocês já o estão crucificando.
— E você está defendendo demais. — Lua ergueu uma sobrancelha. — Resolveu acatar a minha dica de mais cedo?
— Nada disso! — Sophia ficou de pé num pulo. — Vou inclusive ir para o meu quarto, não devia ter saido de lá.
— Nada disso, digo eu. — Mel e Lua também ficaram de pé. — Nós vamos dar uma volta, temos muito o que pôr em dia. — Lua a segurou por um lado e Mel por outro. — Vem também, Gabi. — Chamou a novata que as seguiu com um sorriso.
E já quando estavam bem distante dos meninos, caminhando pelo corredor feminino até o quarto de Lua e Mel, Lua parou e olhou para Sophia bem séria.
— Você vai nos contar tudo o que aconteceu na noite passada, não pense que eu esqueci!
E entrou no quarto seguida por Mel. Sophia olhou pra Gabi que apenas deu risada, entrando no quarto, não perderia aquele papo por nada.
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Último Ano do Colegial
RomanceSophia Abrahão é uma jovem problemática que vive em guerra com seu pai por ele viver trabalhando. Geniosa e atrevida, ama sair e beber com as amigas. Se vê completamente apaixonada no instante em que conhece o galante senhor Borges, de uma forma nã...