Capítulo 2

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— Pode me contar o que aconteceu ontem a noite? — Ele se sentou na cadeira de couro e a encarou. — Não consigo me lembrar de nada, somente de estar dançando e acordar aqui, na sua cama. 

— Você estava com duas amigas lá no Betters, eu não te vi chegar e com certeza não fiquei te vigiando, antes que pense isso. Mas eu estava numa mesa perto de vocês tomando minha cerveja em paz. — Revelou com um dar de ombros. —  Quando eu parei pra prestar atenção em você, estava discutindo com suas amigas de forma bem intensa, apesar do barulho, elas estavam te dizendo que você devia dar um tempo de beber. 

— Elas sempre tentam cortar o meu barato. 

— Baseado no que eu vi, elas tinham razão. 

— Sempre tem. — Revelou com um sorriso. — Continua. 

— Bom, vocês brigaram e me lembro da frase que saiu da sua boca: "me deixem em paz, eu não preciso de babá. Vocês deviam é procurar uma rola pra chupar." 

— Eu preciso realmente parar de  beber. — Balançou a cabeça constrangida. — Minhas amigas merecem ser canonizadas só por me aguentar. 

— Ficaram chateadas e te largaram lá, sozinha. — Sophia ficou surpresa, isso nunca tinha acontecido. —  Isso eu não achei correto, mas você foi tão escrota que é difícil julga-las. 

— Elas nunca fizeram isso. — Disse um pouco chateada. — Mas acredito que tenha exagerado, sempre tem um limite no qual os amigos podem aguentar. Depois conversarei com elas, com certeza que a essa hora devem estar preocupadas ao saber que não fui pra casa. Continue, por favor. 

— Você bebeu mais e mais, estava a ponto de subir na mesa e tirar as roupas. — Revelou com um sorriso. —  Naquela hora, tenho certeza de que todos os marmajos do bar estavam de olho em você. E então você sumiu. 

— Como assim? 

— Sumiu das minhas vistas, num instante estava rebolando de minissaia agradando diversos homens e no outro sumiu. — Sophia o encarou horrorizada, com medo do que havia acontecido com ela. — Eu paguei e sai do bar, encontrei você no beco, vomitando tudo.

— Você me assustou. 

— Bom, sinceramente, eu fiquei surpreso que ninguém naquele lugar tentou fazer uma graça pra cima de você. Sempre tem um espertalhão. 

— Esse não seria você?

— Não me aproveitei de você. — Se defendeu e a loira ergueu uma sobrancelha. — Eu tentei te ajudar. Você estava sozinha, bêbada com um vestido indecente, vomitando num beco. 

— E então? 

— Eu te ajudei e não se afogar no próprio vômito e te coloquei no meu carro, voltei ao bar e paguei sua conta e então quando estava sentado no carro, perguntei seu nome e onde você morava pra que pudesse te levar em casa. Você disse que se chamava Lua e morava na disney. 

— Ah, fala sério. — Gargalhou mediante aquela loucura. — Eu exagerei demais dessa vez. 

— Estou te dizendo, você estava muito doidona. Não soube me informar onde morava e eu não sabia o que fazer com você. Ou trazia pra cá até você recobrar a consciência ou te largava no meio da rua sozinha, mas eu não sou esse tipo de homem. 

— Que bom, pode me dizer como acabamos transando? — Foi direta e ele sorriu malicioso ao se lembrar. 

— Eu trouxe você e joguei debaixo do chuveiro com roupa e tudo. E funcionou, você recobrou um pouco de consciência e fique tranquila, eu te dei banho mas não fiz nenhum carinho indevido, eu não preciso me aproveitar dak bebedeira de uma mulher pra conseguir sexo. 

Sophia ergueu uma sobrancelha e encarou o homem a sua frente pensando se ele estava realmente sendo sincero naquelas palavras. 

— Sequei você e vesti essa camisa, antes de te jogar na cama. Eu ia sair e te deixar dormir em paz, até você me puxar pelo braço e pedir pra que eu ficasse. — As bochechas dela ruborizaram novamente. — Eu disse não três vezes e quando achei que tinha conseguido convencer você de que era loucura, você colocou a mão no meu pau. 

— MEU DEUS! — Jogou o lençol por cima da cabeça. — Me desculpa! 

— Para de graça. — Se aproximou dando risada. — Você não devia me pedir desculpas, eu que não devia ter cedido, você estava bêbada claramente não sabia o que estava fazendo. Isso não é do meu feitio, não consigo nem entender direito porque eu fiz o que fiz. 

— Está tudo bem, eu não vou te acusar de nada. — Deu de ombros. — Fica tranquilo. 

— Só não queria que você achasse que eu fiz tudo isso de propósito. Queria realmente que você apenas dormisse, não sabia pra onde te levar. 

— Está tudo bem. Obrigada pela sinceridade. — Soltou um suspiro pesado. — Só me diga que usamos camisinha. 

— Com certeza. — Ele soltou uma risadinha. — Eu não estava tão inebriado a ponto de esquecer isso. — Sophia respirou aliviada com a revelação. — Foi uma noite muito conturbada e eu fico feliz que esteja aqui, Sophia. Pensar no que poderia ter acontecido com você por aí de alguma forma me deixa maluco.

— Bom, senão você, eu teria atacado outra pessoa por aí. 

— E você é sempre assim?  

— Não, só quando estou com raiva. 

— E estava com raiva de quem ontem? 

— Do meu pai. — Soltou um suspiro pesado. — Ele mal chegou de uma viagem e já vai pra outra hoje. Quase não passa tempo nenhum com a gente, isso me deixa irritada e eu acabo fazendo besteira. 

— Válido, só me prometa que fará besteira de forma mais consciente daqui pra frente. 

— Prometer pra você? Isso faz parecer que somos ótimos amigos. — Sorriu de forma doce e Micael ficou a observando, encantado. — O que foi?

— Você é linda. — Disse com sinceridade e Sophia ficou sem graça outra vez. — Olha bem pra mim, você sente algo? 

— Como assim algo?

— Sente alguma coisa? 

— Eu nem te conheço! — Disse com a testa franzida, sem entender onde ele queria chegar. — Como sentiria algo? 

— Não estou falando de amor, estou falando de atração, sente algo? — Ficou de pé, com os braços abertos e até mesmo deu uma voltinha esperando a resposta de Sophia que parecia ter perdido a língua e só fazia gaguejar. — Ah para, não é uma pergunta de resposta tão difícil. Ou é sim ou não. Diga!

— Você é um homem muito bonito. — Disse envergonhada e ele sorriu, feliz com a resposta. — Mas por que esse interrogatório?

— Porque estou querendo beijar a sua boca desde a hora que eu entrei nesse quarto. Quero saber se você me dá permissão. — E mais uma vez, ela perdeu a língua e só conseguiu gaguejar.  

Último Ano do ColegialOnde histórias criam vida. Descubra agora