Capítulo 33

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Sophia passou as mãos no cabelo, amarrou o robe e respirou fundo antes de ir abrir a porta.
Rolou os olhos e fez uma careta ao ver a madrasta ali parada.

— Você não é bem vinda no meu quarto. — Reclamou e ia bater a porta na cara da mulher, que impediu com o pé. — O que você quer hein, Branca de neve?

— Uma trégua?

— Você ainda nem me viu guerrear e já quer jogar a toalha?

— Eu não quero guerrear. — Suspirou e entrou no quarto, indo se sentar na cama. Micael prendeu a respiração e ficou olhando os pés da mulher desconhecida. — Eu sei que parece que sou uma aproveitadora, mas eu me apaixonei pelo seu pai de verdade.

— Vamos conversar em outro momento. — Nervosa, apontou pra fora. — Eu quero ficar sozinha.

— Você ficou sozinha o dia inteiro. Eu prometi ao seu pai que viria falar com você antes do jantar.

— Dá o fora daqui! — Quase gritou e a mulher finalmente se levantou. — Eu não quero nem ouvir a sua voz.

— Você devia querer ser minha amiga, eu posso ajudar você.

— Não quero sua ajuda. — Rosnou pra mulher que saiu desfilando pelo quarto. — Vivi minha vida muito bem sem você até agora.

— Então tenta ser mais discreta, seu pai não é surdo, você e seu namorado são muito espalhafatosos. — Surpreendeu Sophia que perdeu até a voz. — Eu não devia saber que ele está embaixo na cama? Ora, vocês nem ao menos são originais.

— Não conta pro meu pai. — Abaixou o tom de voz e Mariana riu. — Por favor?

— Se eu quisesse te entregar, não teria nem vindo aqui. — Sorriu afetuosamente pra enteada. — Não quero ser sua inimiga, Sophia, mas sei que você só perceberá isso com o tempo.

Sophia permaneceu muda, sem saber se devia ou não confiar na golpista.

— Seu namorado dormirá aqui? — Sophia assentiu, ainda em silêncio. — Direi ao seu pai que nossa conversa foi boa, mas que você está indisposta por isso não vira jantar a mesa, tá bem?

— Vai fazer isso a troco do quê?

— De uma chance de trégua. — Sophia prendeu o sorriso. — Mandarei uma empregada trazer uma bandeja com comida pra vocês dois daqui uma hora, estejam vestidos. — Disse por fim e saiu do quarto, mas logo se aproximou. — Usem camisinha e por favor, sejam discretos! — Piscou um olho e enfim saiu.

Sophia trancou a porta de novo e Micael saiu debaixo da cama dando risada da situação embaraçosa. Sentou-se na cama e Sophia foi até ele sem saber o que dizer.

— Ela me pareceu boa pessoa.

— Será que é fingimento?

— Existe nem que seja 1% de chance dela realmente amar o seu pai e querer viver em paz.

— Me desculpe por escolher acreditar nos noventa e nove que me diz que ela é uma golpista. Se você olhar na cara dela, vai ler essa palavra em neon.

— Deixa de ser dramática, amor. — Puxou Sophia para um beijo, desfazendo o laço do robe no mesmo instante. — E vamos deixar de conversar porque eu quero entrar nesse seu belo corpinho gostoso agora mesmo.

— Te amo!

— Te amo. — Ela respondeu e se deixou deitar, recebendo beijos que atacavam seu corpo de forma excitante.

Micael tirou sua própria roupa e num piscar de olhos também se livrou da pequena lingerie que Sophia vestia. Ela estava nua e era dele. Não se cansava de admirar.

A alisou com as mãos, apertou seus seios pequenos e durinhos antes de mordiscar e beijar seus mamilos duros de prazer. Sophia colocou um travesseiro no rosto pra abafar os gemidos que tinha vontade de soltar quando sentiu a língua de Micael tocar sua carne sensível.

O ponto mais íntimo de seu corpo parecia sido feito pra ele. Sua língua passeava com total experiência e a levava para o céu. Implorou para que ele saísse de lá, não aguentaria ficar em silêncio desfrutando daquele prazeroso sexo oral.

Chupou Micael bem menos tempo do que ele permaneceu. Assim como ela, ele estava febril, louco para se conectar com a namorada, precisava senti-la.

Então após pegar a camisinha na calça que agora estava jogada no chão e se vestir, ele entrou sem pestanejar e sorriu ao ver Sophia arregalar os olhos e tentar controlar o som que escapava de sua boca.

— Shhh. — Ele pediu baixinho. — Você consegue.

E voltou a estocar, observando bem o rosto de sua namorada enquanto ela tentava se controlar.

Aquele sexo não havia sido muito silencioso, então o pai estar à mesa de jantar era uma coisa boa. No fim, Micael estava deitado com Sophia em seu peito, ainda nua. Um sorriso que não conseguia tirar do rosto.

— Eu te amo tanto que deve ser até impossível. — Comentou ao fazer carinho nela. — Espero que um dia a gente consiga ficar junto sem esconder de ninguém.

— Mas é claro que vamos, quando acabar esse ano eu não serei mais sua aluna, não é esse o problema?

— Acho que esse é apenas o maior problema e não o único. Eu ser mais velho também é um problema.

— Acha mesmo que meu pai está no direito de me julgar por causa disso? — Ele deu risada e ficou de pé, catando a camisinha usada que tinha dado um nó e deixado ali no chão. — Vai tomar banho?

— Sim, senhora. — Sophia apontou pro banheiro, felizmente era uma suíte então não teriam problemas. Enquanto isso vestiu o robe e foi atender a porta.

A empregada sorriu e entregou a bandeja com comida pra dois com a desculpa que a madrasta tinha dado.

— Coloquei bastante comida porque a dona Mariana disse que você estava faminta, Sophia.

— Dona Mariana acertou em cheio, obrigada Daiana.

Sophia botou a bandeja na cama e voltou pra trancar a porta, logo foi pra um banho rápido.

— Isso está muito bom! — Micael elogiou ao provar. — Você tem uma cozinheira de mão cheia.

— Nós temos sorte com os empregados. — Sophia sorriu, se deliciando do risoto de camarão.

— Você acusa sua madrasta de golpista, mas nós nunca falamos disso, não é? — Micael mudou o tom de voz um pouco e Sophia o encarou com a testa franzida.

— Sobre golpe?

— Bom, estamos em classes sociais bem distintas. — Gesticulou pelo quarto. — Você mora numa super casa, tem vários empregados que fazer tudo por você, estuda no colégio mais caro do Rio de Janeiro. E eu sou só um professor.

— Não acho que sabia quem eu era quando me levou pra sua casa.

— Lógico que não.

— Você se apaixonou por mim antes de saber que eu era só uma riquinha mimada, eu sei que não é um golpista.

— Eu sei que sabe, mas o fato de que eu não sou rico não te incomoda nem um pouco?

— Não fale como se catasse moedas, você tem um ótimo emprego.

— Que posso perder a qualquer momento só por amar você. — Suspirou.

— Nossa noite começou a ficar baixo astral. Poxa, amor, você sabe que eu não dou a mínima para isso.

— Não dá mesmo? Quero dizer, meu quarto não é uma suíte e a minha casa só tem um banheiro.

— Poxaaaa! Para de me tratar como uma menina mimada. Eu conheço sua casa e é linda, por sinal.

— Tudo bem, me desculpe. Só que com esse papo todo de golpista eu acabei ficando inseguro.

— Daremos um jeito quando chegar a hora. No momento vamos apenas curtir nosso amor, pode ser?

— Pode sim, linda.

Último Ano do ColegialOnde histórias criam vida. Descubra agora