Capítulo 26

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A aula se passou com sorrisos mal disfarçados entre Sophia e o professor. Por pior atores que fossem, ninguém realmente prestou atenção pra conseguir capitar algo, mesmo que escondessem daquela forma esdrúxula.

No fim, Sophia deu qualquer desculpa as amigas e ficou pra falar com seu quase namorado. Gabriela ficou de enrolar as meninas e assim ela teve alguns breves momentos a sós com Micael.

— Oi. — Ele disse com um sorriso. — Está linda!

— Oi. — Ela sorriu envergonhada e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Obrigada!

— Você não devia ficar após a aula, as pessoas vão começar a perceber.

— Eu sei, mas hoje eu queria te perguntar qual é o lance com a aluna nova. — Cruzou os braços e a face meiga e doce desapareceu num instante.

— Zoe? A menina chegou hoje, estávamos falando sobre o histórico dela e ela se empolgou contando as coisas. Não foi nada demais, por quê?

— Ela estava se jogando pra você.

— Adivinha amor, metade das alunas dormiriam comigo se eu quisesse. — Disse com um tom cafajeste que fez Sophia abrir a boca surpresa. — Você acha que esse fetiche de professor e aluna só você que tem?

— Para! — Lhe deu um tapinha. — Eu não tenho esse fetiche.

— Claro que tem. — Seu sorriso cafajeste se abriu ainda mais. — Repito, a menina chegou hoje, não encrenca com ela por causa de besteira.

— Ela se jogou, isso é besteira?

— Não se jogou, sinceramente, foi uma conversa normal sobre o histórico dela. Deixa de bobeira.

— Tudo bem. — Se deu por vencida e soltou um suspiro. — Vou deixar essa passar.

— Você compreende que ainda nem conversamos sobre nós, não é? Quero dizer, está cedo pra você ter um ataque de ciúmes.

— Está achando engraçado?

— Por enquanto sim, se você surtar e entrar numa com a Zoe, vou achar terrível, então relaxa. E vai pra aula, já deveria estar na sala.

— Insuportável. — Ela sorriu e pretendia dar um beijo nele, a porta se abriu e foram interrompidos no mesmo instante, felizmente antes de se tocarem.

— Sueli. — Micael disse após pigarrear. — Te ajudo em algo?

Ele perguntou na tentativa de distrair a atenção deles dois, mas Sueli olhava o jovem casal com severa desconfiança.

— O que fazem sozinhos aqui?

— Fiquei com algumas dúvidas depois da aula e o professor se dispôs a me ajudar. — Sophia disse rápido e com um sorriso simpático. — Inclusive, eu já estava de saída, obrigada pela paciência, professor.

Saiu apressada e passou pela professora de artes com um sorriso amistoso. A mulher entrou na sala ainda desconfiada e parou de frente a Micael.

— Você é novo aqui, mas devia saber que essa menina é furada.

— Como assim furada?

— Bom, eu não sou fofoqueira, mas muita coisa se ouve pelos corredores a respeito da jovem Abrahão. Essa menina pode afundar a sua carreira se alguém descobrir isso aqui.

— Isso aqui o quê? É proibido tirar dúvidas?

— Eu sou tão idiota assim?

— É sério! Não aconteceu nada. Poderia até ser a intenção dela, mas não chegou a verbalizar nada além de literatura.

Último Ano do ColegialOnde histórias criam vida. Descubra agora