Capítulo 31

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Na manhã seguinte, as amigas estavam divididas em duplas. Pedro chegou ao refeitório e antes que se sentasse junto com a irmã e Gabi, a menina levantou e saiu de perto, o deixando desolado.

Foi uma longa sexta feira, todo mundo agradeceu quando finalmente chegou ao fim e com ele, o sábado pela manhã chegou.

Era um dia ensolarado e eram apenas oito da manhã quando todos já estavam prontos e indo pra casa. O motorista apareceu pra buscar Sophia e Pedro.

— Vamos com a gente. — Sophia chamou quando viu Gabriela saindo da escola, provavelmente em direção ao ponto de ônibus. — É caminho, a gente te deixa em casa. 

— Não é uma boa ideia. — Gabi olhou para Pedro por um instante e soltou um suspiro. — Outro dia, tá bem? 

— Fala sério, você não precisa me evitar dessa maneira. — Pedro falou. — Eu não sou um maníaco, não vou te agarrar.  — Ela suspirou de novo. 

— Te vejo mais tarde, lá em casa. — Falou com Sophia e foi embora, sem dizer nada a Pedro. 

— Não acredito que eu sou tão repulsivo a ponto dela rejeitar uma carona. — Reclamou e entrou no carro, seguido pela irmã. — Eu sei que ela gosta de mim, como faz isso?

— Mel apareceu lá no quarto ontem e falou várias coisas pra ela. — Sophia contou e viu raiva no rosto do irmão. — Talvez você não devesse ter contado pra ela. 

— Erro meu, apostei no bom senso da sua amiga, mas pelo visto ela perdeu todo quando terminamos. — Bufou. — Vou tentar conversar com ela mais tarde. Mas e você? Seu plano para o final de semana é ficar na Gabi?

— Vou ver meu namorado depois. 

— Mas que namorado?

— Você não o conhece e talvez fique muito tempo sem conhecer! — Sorriu pro irmão. — É aquele cara do início do ano. 

— O que abusou de você bêbada? Ah, não sabia que você era tão irresponsável. Além do que, ele é mais velho, papai não vai aceitar uma coisa dessa! 

— Ele não precisa saber! 

— Ele sabe de tudo, sempre! — Sophia fez uma careta. — Parece que tem olhos e ouvidos em todas as paredes. 

— Eu gosto dele de verdade, eu o amo. Você tem que me ajudar a manter isso em segredo. 

— Eu quero socar a cara desse abusador, não vou te ajudar. — Sophia cruzou os braços e fitou a janela. — Você acha que ama, mas está só se iludindo. Se afastar desse velho deve ser a melhor solução. 

—  Deixa disso, Pedro. — Voltou a encara-lo. — Você me ajuda a manter escondido meu namoro e eu te ajudo com a Gabi. — Ergueu uma mão e o viu pensar sobre o assunto. — Essa é a última oferta. 

— Então nunca deixa eu saber quem é, porque se eu souber, vou quebrar a cara desse velho aproveitador. 

— Tudo bem, você nunca vai saber. — Deu de ombros e os dois apertaram a mão. 

Chegaram em casa um instante depois e se surpreenderam ao ouvir vozes. Os dois estranharam, e quando enfim chegaram a sala de estar, lá estava Renato, seu pai. 

— Papai! — Sophia sorriu e correu para lhe dar um abraço. — Eu estava com tanta saudade!

— Eu também, meu amor. — Ele lhe apertou num abraço de urso. — De vocês dois. — Apertou o filho também. — Voltei pra ficar um tempo dessa vez. — Os irmãos se olharam um instantte. — Sinto que deixo vocês sozinhos demais. 

— Sempre deixou, o que mudou dessa vez? — Sophia cruzou os braços encarando o senhor quase careca que tinha diante de si. — Está muito estranho, papai. 

— Estou ficando velho e repensei a nossa relação, precisamos ser uma família de verdade! — Os dois sorriram, felizes por ter o pai por perto mais que uma semana. — Então quero lhes apresentar Mariana. 

Uma jovem com a pele branca e cabelo moreno apareceu ali segurando duas taças. Seus olhos eram verdes, seu corpo escutural e tinha uma postura impecável. Mariana sorriu com seus dentes igualmente perfeitos e isso deixou os dois choque. Aquela mulher era perfeita, parecia uma boneca. 

Com toda certeza não passava dos trinta anos, pra falar a verdade, Sophia a analisou bem e chegou a conclusão que devia ter dezessete, como ela. O que uma mulher tão jovem fazia com seu pai, que já tinha quase cinquenta anos, estava ficando calvo e com certeza não era nenhum galã de novela? 

— Quantos anos você tem? — Sophia perguntou na cara dura, assim que se recuperou do choque e a mulher riu. — Anda, responde!

— Vinte e seis. — Disse com o mesmo sorriso, sem perder a compostura. — Eu sei que é estranho pra vocês, mas eu e seu pai... 

— Ah, cala sua boca, golpista. 

— Sophia! — Renato quase gritou, com os olhos arregalados. — Isso não é jeito de falar com a sua madrasta. 

— Não é possível que você não enxergue o tamanho do golpe que a branca de neve ai tá querendo te dar. — Disse com ironia. — Você não nasceu ontem, papai. 

— Eu não posso me apaixonar por ninguém? 

— Pode, por alguém da sua idade, que não está claramente interessado no seu dinheiro. — Ofendeu mais uma vez. — Onde você achou essa aproveitadora? É uma modelo? É uma acompanhante de luxo? 

— Eu sou...

— Não precisa se explicar, meu amor. — Renato disse com docura e em seguida se virou bravo pra filha caçula. — Você não tem o menor direito de falar dessa forma com a minha noiva. Isso é inadmissível. 

— Estou tentando te abrir os olhos, já que parece cego de paixão e o Rafael parece que não tem língua. 

— Sobe pro seu quarto, Sophia. — Ordenou. — E fique lá até aprender a ter o mínimo de educação. 

— Não é  justo me colocar de castigo só porque estou te alertando do golpe que todos vamos tomar. Logo essa mulher aparece grávida e ai já era. 

— VAI! — Gritou e Sophia rolou os olhos antes de sair de perto e subir as escadas. 

Último Ano do ColegialOnde histórias criam vida. Descubra agora