Capítulo 32

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Sophia passou boa parte do dia trancada no quarto, remoendo o que tinha acontecido. Ouvia risadinhas vindas do andar de baixo e isso a deixava mais irritada. Não devia ser capaz de ouvir, estava longe. Então ou estavam se esforçando para incomodá-la ou estava ficando louca e ouvindo demais. 

— Oi, amor. — Sophia disse ao atender o celular depois da decima ligação de Micael.  

— Que tom de voz é esse? — Micael estava preocupado. — Eu te liguei o dia inteiro! Pode me dizer o que eu fiz dessa vez pra você estar com raiva?

— Não fez nada. — Sophia suspirou suavizando o tom de voz. — Me desculpe por não atender você e diga a mesma coisa pra Gabi, eu só estava sem cabeça pra conversar. 

— O que aconteceu? 

— Eu estou de castigo. — Contou e ouviu a risada de Micael, o que a fez rir de leve. — Não é engraçado! 

— Quer contar o que aconteceu? Se não quiser, eu não vou forçar a barra. — Insistiu mais um pouco e após um longo silêncio de Sophia, ela finalmente começou a contar o que aconteceu. 

— Meu pai voltou de viagem, disse que dessa vez pra ficar. Fiquei feliz por apenas dois segundos  antes dele apresentar uma golpista de vinte e seis anos como noiva. 

— Seu pai o quê? — Faltou só gritar. — Mais que loucura. 

— E não é? A menina é linda, não sei o que pode ter visto no meu pai além do dinheiro. Ai eu chamei ela de golpista e acabei de castigo. 

— Você não pode bater de frente senão vai perder a razão. As vezes é amor. 

— Amor? Está de brincadeira? A menina tem quase metade da idade dele, como isso pode ser amor? 

— Bom, você tem quase metade da minha idade. — Disse com um sorriso que se abriu ainda mais quando a namorada ficou em silêncio. — Que foi? Derrubei seu argumento? 

— Derrubou. — Os dois deram risadas. — Mas olha só, você é um gato e transa bem, é por isso que eu te amo.  

— Talvez seu pai transe bem. 

— Ah, pelo amor de Deus! — Disse com nojo ao imaginar aquilo. — Você colocou uma imagem dos infernos na minha mente. 

— Ta legal, me desculpe. — Sophia parou de rir e suspirou mais uma vez. — Mas dê uma chance a mulher, talvez não seja tão ruim assim. 

— Por você, talvez eu escute o que a piriguete tem a dizer. — Sorriu mais uma vez. 

— Só tente não ofender a moça, se esforce. 

— Tá, tá. — Bufou. — Eu estou com saudades de você, sabia?

— Sabia. 

Micael estava deitado na cama, olhando para o teto. 

— Era pra você estar aqui comigo hoje, matando toda a saudade. 

— Era, mas como já foi dito, estou de castigo. — Ele mais uma vez deu risada. — Mas que tal você vir até aqui? 

— Ficou louca? — Se sentou com os olhos arregalados como se ela pudesse ver. — Eu não posso entrar na sua casa. 

— Não pela porta da frente, nada te impede de entrar pela janela. — Sophia incentivou e ouviu mais uma risada. — É sério, vem dormir comigo. 

— Eu não tenho idade pra subir em janela. 

— Pode entrar pela porta dos fundos também. 

— Sophia...

— VEM! — Insistiu. — Um pouco de adrenalina é bom. 

— Tá bom. — Concordou ainda sem acreditar que faria mesmo aquilo. — Quando eu tiver ai, te ligo. 

Ele desligou a ligação e pegou sua carteira e as chaves do carro. Saiu do quarto e encontrou a irmã deitada no sofá vendo televisão. Gabi ergueu o olhar e viu o irmão saindo animado. 

— Sophia sabe que o senhor vai sair todo animadinho? 

— Vou até a casa dela, entrar pela janela como se fosse um adolescente. — Contou o plano e viu a irmã dar risada. — Talvez eu dê um jeito na minha coluna, vamos esperar que dê tudo certo. 

— Boa sorte. — Foi só o que disse, sem querer saber os detalhes. Micael assentiu e saiu de casa, pensando o quanto estava louco por aceitar fazer aquilo. 

Chegou rápido demais na casa de Sophia e ligou. A loira atendeu no mesmo toque supresa com a velocidade. 

— Desistiu de vir? 

— Na verdade, estou aqui. — Deixou o carro um quarteirão antes e foi andando. — E aí, como eu entro sem ninguém me ver? 

— Vou abrir o portão, calma aí. 

E Sophia saiu do quarto na ponta dos pés. Passou pelos cômodos  verificando que não tinha ninguém e finalmente chegou do lado de fora, dando um beijo apaixonado em Micael na frente de sua casa.

— Ei, tá doida?

— Não tem ninguém vendo. — O puxou pra outro beijo.

— Pode ter e você não sabe!

— Deixa de ser medroso. — Puxou ele pra dentro pela mão.

O casal se esgueirou pela casa e conseguiram chegar ao quarto em segurança. Sophia trancou a porta e enfim tirou o robe que usava, revelando a Micael sua lingerie preta que o deixou vidrado.

— Você estava me aguardando preparada. — Ele se deitou na cama, com um sorriso e os olhos focados em Sophia e sua pouca roupa.

— Você não sabe o quanto eu estava com saudade do seu corpinho. — Se aproximou e sentou se em cima dos quadris de Micael, em seguida, iniciou um beijo quente.

As mãos do moreno passearam pela pele desnuda de Sophia como se fosse um jovem explorador. Tatearam cada pedaço de pele exposta deixando uma trilha de excitação pelo caminho.

Sophia soltou um gemido mais alto que deveria e Micael a puxou para outro beijo, abafando o som quase que no mesmo instante.

A loira rebolava com vontade em cima dele, sentindo sua virilidade lhe tocar por cima de todas as roupas que ainda usava. Mesmo assim, era quente e a fazia querer gemer só em se mexer naquele roçar.

E então todo o clima se desfez quando o barulho de batidas foi ouvido pelo casal que parou de se beijar e arregalaram os olhos um para o outro.

— E agora? — Micael cochichou e Sophia se levantou num pulo silencioso para pegar o robe e o amarrar.

— Embaixo da cama, rápido! — Ele balançou a cabeça sem acreditar naquela situação. — Ou dentro do closet.

— Eu não tenho vinte anos.

— Isso não é hora de discutir! — Cochichou mais uma vez e ele mesmo receoso entrou debaixo da cama.

Último Ano do ColegialOnde histórias criam vida. Descubra agora