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Junho.

Meridian City é uma cidade de 200.000 habitantes, conhecida por ser uma cidade universitária, ter um clima ameno e por suas paisagens simples. Encarei a cidade imposta a minha frente pela janela da minha sala. Cheia de elevados, o sol de 17h se perdia entre os prédios e as luzes dos carros. O céu azulado e sem nuvens de junho me fazia sorrir, mesmo com o calor suportável de 30º que fazia.
Era sexta-feira, o horário de pico se aproximava e por meu apartamento ser afastado do centro, eu conseguia vê-lo da minha janela. Gostava de ver os carros vindo de todas as direções e se aglomerando na avenida principal, o que mais tarde causaria um enorme congestionamento. As minhas aulas acabaram mais cedo, o que me livrou de estar nesse mesmo congestionamento. Eu passaria horas olhando a paisagem, apenas pensando. Gostava de criar histórias sobre as vidas das pessoas dentro daqueles carros. De onde vinham e para onde iam. Coisa de gente meio distraída, que não tem muito o que fazer.

Sorri de leve ao ver os carros se amontoando aos poucos, concretizando minhas previsões. A mobilidade social dessa cidade é algo que realmente deveria ser melhorado. Eu não os culpo pelas barbeiragens e atrocidades que cometiam no trânsito na ânsia de chegar logo ao seu destino. Era sexta, afinal. Todo mundo estava ansioso para sair, encontrar alguém ou simplesmente ir para casa e dormir.

Por falar em curtir o fim de semana, Bianca e Gabb foram convidados para uma festa em um hotel no litoral de uma agência publicitária que estava de olho nos dois para algum novo trabalho. Claro que eles não perderiam a oportunidade de passar o final de semana em um hotel chique enquanto comiam canapés a beira da praia. Isso só nos rendeu umas boas piadas sobre eles estarem transando escondido do resto de nós. Até nos convidaram, mas todos estavam ocupados demais para viajar. Eles voltariam para casa apenas na terça da outra semana e para mim, isso significaria três dias de aula perdido. Eu estava bastante ocupada com a faculdade naqueles dias, mas também estava bem animada porque esse passe livre para ter a casa só para mim, me renderia quatro dias de sexo da melhor qualidade com William.

E nós já tínhamos começado.
Eu estava apenas de calcinha, mas ainda parecia que o diabo estava soprando em meu rosto. Eu estava com fome, calor e preguiça. Tendo isso como motivação, fui até minha geladeira, à procura de algo fácil e rápido de cozinhar no meio de toda a comida que Bianca tinha estocado para mim. Eu gostava de cozinhar e era até boa nisso, mas só me via na obrigação de ir para a cozinha quando eu tinha que fazer comida para Bianca também.
Portanto, quando ela não estava presente, eu sobrevivia de comidas instantâneas e congelados. Achei uma caixa de lasanha à bolonhesa e coloquei-a no micro-ondas. Não era a minha preferência, mas era o que tinha. Deitei-me de bruços no sofá, esperando dar tempo de a lasanha ficar bem aquecida.
Peguei meu celular, checando as últimas mensagens me deparei com uma foto que Gabb e Bibi mandaram e me fez rir. Ambos estavam com poses pomposas e de nariz empinado, bebiam champanhe numa piscina, a praia ao fundo deixou a foto, que deveria ter sido uma piada, realmente bonita. Eu até senti inveja, mas o sentimento durou três segundos apenas porque William entrou na sala naquele instante. Com os cabelos bagunçados, bocejando e se espreguiçando, usando uma boxer vermelha que destacava em seu corpo.

William Grayson andando de cueca confortavelmente pela minha cozinha era definitivamente melhor que champanhe á beira da praia.
Uma mensagem de Fane tirou minha atenção do cara bonito abrindo minha geladeira. Comentou nas mensagens que Will IV faria um show no domingo e ele preferia ir ao show do amigo do que ir à praia. Depois ele se desmentiu, falando que preferia a praia mesmo, já que de todos nós, ele era o que ia em quase todos os shows de Grayson. Seu comentário me fez perceber algo.

- Will? - Ele respondeu com um murmúrio. - Eu nunca fui em um show seu.

- E daí? - Ele abriu o micro-ondas e tirou minha lasanha de lá, jogando em cima do balcão e olhando para os próprios dedos depois, provavelmente queimados.

- E daí que eu quero.

- Sério? - Ele pareceu nem acreditar, fazendo uma careta em seguida.

Eu já conhecia William á quase quatro meses e o máximo que eu ouvia de sua voz era quando ele cantava no chuveiro e um vídeo de 15 segundos no Instagram.

- Claro que sim, porque a surpresa? - Questionei, sem entender seu espanto.

- Eu só achei que... - Titubeou, pareceu indeciso sobre o que falar, mas balançou a cabeça, como se estivesse espantando as ideias. - Eu levo você no show de domingo. Tudo bem? - Ele veio até mim e assenti, sorrindo.

Senti meu corpo arrepiar-se completa e instantaneamente quando ele parou ao meu lado no sofá. Seus olhos passearam pelo meu corpo estirado no sofá. Sentia-me ainda mais nua, se fosse possível.

- Algum problema? - Perguntei e ergui uma sobrancelha ao perceber que seus olhos indecentes ainda percorriam meu corpo, totalmente sem vergonha de observar cada pedaço de pele exposto.

Sorriu travesso, quase beirando a lasciva e pegou-me de surpresa quando soltou um tapa na minha nádega direita. Meu corpo balanceou no sofá com o impacto da palma da sua mão. Foi como se meu corpo tivesse entrado em chamas imediatamente. "Apressado!", exclamei ao sentir suas mãos puxando as laterais da minha calcinha.

- Não vai nem me dar um beijinho? - Mesmo contrariada, levantei meu quadril para ajudá-lo no ato.

- Acordei sozinho e excitado. Não acho que você esteja merecendo beijinhos. - Enunciou, intransigente.

- Eu só vim comer, baby. - Mordi os lábios quando senti seus beijos irem do início ao fim de minhas costas e tive que segurar-me para não arfar alto demais com o toque mínimo.

Depois de uma longa e torturante trilha de beijos pelas minhas costas, seus lábios (finalmente!) desceram até o meio das minhas pernas, fazendo-me jogar o celular em qualquer canto. Senti todo e qualquer vestígio da fome e preguiça sumirem, ficando apenas o calor.
Muito calor.

Loml? | Will grayson Iv Onde histórias criam vida. Descubra agora