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Voltamos quase no final do set de Fane, ele iria tocar por uma hora apenas. William e eu nos beijamos mais algumas vezes e foi uma delícia. Eu abraçava a cintura dele, dançando e ele passava um braço pelo meu ombro. Ficava brincando com lábios, não me deixando aprofundar o beijo. Eu passaria a noite assim, mas quando Fane finalizou seu trabalho e ganhou algumas doses de tequilas de graça, as coisas saíram um pouco do controle.

Eu me afastei por uns minutos para ir ajudar uma moça bêbada e quando voltei Bianca dançava em cima de uma mesa, Fane entrou numa de dançar valsa com Will IV e eu fiquei apenas rindo de tudo a minha volta, deixando-os de divertiram do seu jeito estranho e irreverente.

Já eram quase cinco da manhã quando eu tive que os arrastar para fora do Carté em direção ao meu carro. Quando anunciei que já era hora de ir embora, William foi o único que se recusou, queria ficar mais um pouco. Mas eu prometi a Gabriel que todos chegariam em casa são e salvos então puxei William pelo braço e empurrei-o em direção ao meu carro. Ele ria e dava em cima de todas as pessoas que passavam por nós com cantadas ridículas.

- Minha carteira e minhas chaves, vamos! - Passei a mão pelos bolsos da calça de Will, onde eu tinha colocado minhas coisas mais cedo, receando esquecê-las por cima de alguma mesa.

- A gente devia seguir o exemplo deles, olha! - William riu e apontou para Bianca e Fane se beijando sem pudor encostados na porta traseira do meu carro.

- Que porra é essa? Quando isso aconteceu? - Gargalhei, incrédula com a cena ao meu lado. Will IV imprensou meu corpo na porta do motorista e tentou me beijar. - Você deu em cima de um monte de gente e agora quer me beijar, que absurdo!

Comecei a rir, mas o beijei de volta, aproveitando para por a mão dentro do seu bolso traseiro, puxando minha carteira e minhas chaves dali. Beijando-o, fui empurrando em direção a porta do outro lado até dar um jeito de jogá-lo de qualquer jeito lá dentro. Ele reclamou, mas assim que sentou-se direito, encostou a cabeça no banco e fechou os olhos. Fechei a porta do passageiro e ri ao ver Bianca quase se prendendo na cintura de Fane.

- Ei, para dentro! A porta está aberta, vamos. Nada de fazer besteira aí atrás. - Eu dei um tapa na bunda de Fane. Eles riram e entraram no carro, voltando a se agarrar instantaneamente.

- Will IV, o endereço. - Eu pedi, colocando a mão na coxa dele, balançando um pouco. Ele colocou a mão em cima da minha e respondeu que ficariam na rua 13.

- É o único condomínio que tem lá.
Enquanto eu dirigia, Fane e Bianca colocaram Britney Spears para tocar. Segundo Fane, Spears era seu maior guilty pleasure. Eu desconfiava que estavam até coreografando ao som de Baby One More Time. Pelo menos, eu torcia que a grande movimentação no banco de trás fosse apenas dança.

- Quero te ver de novo. - William se inclinou em minha direção, deu um beijo rápido na minha bochecha e voltou a posição anterior.

Senti todo meu interior se aquecer, surpresa com seu ato. Até o álcool pareceu evaporar. Peguei meu celular, desbloqueei e joguei em seu colo. Ele prontamente pegou, colocando seu número.

- Vou me mandar uma mensagem, não quero que você fuja de mim. - Ele avisou. Dei uma olhada rápida e ele realmente estava digitando alguma coisa.

- Tenho cara de quem foge?

- Parece ser aqueles tipos de garota que nós só vemos uma vez na vida. - Ele colocou meu celular de volta nas minhas pernas e deixou a mão por ali mesmo.

Ah, essas mãos perigosas.
Andar pelas ruas do centro quando estavam vazias era uma das minhas coisas preferidas no mundo. O céu estava nublado, devido à chuva, mas estava muito bonito. Fane e Bianca estavam dormindo um em cima do outro e William provavelmente dormia também, com o rosto virado para o outro lado.
A mini-eu de dez anos sentia-se vibrante ao fim da noite.

Essa é a parte legal da vida adulta. A independência. O fato de você poder sair numa sexta-feira de noite sem nenhuma expectativa de diversão e acabar tendo uma noite incrível, com direito a danças em cima da mesa, três novas amizades e um beijo que vai ser difícil de superar.
Apertei o ombro de William, avisando que já tínhamos chegado. Ele abriu os olhos, olhando em volta, parecendo meio confuso. Sorri ao ver sua feição. O rosto vermelho e amassado me deixaram agraciada. Encostei meus lábios nos dele, sentindo-o sugar meu lábio inferior. Sua língua brincou um pouco com a minha antes de nos separarmos com selinhos.

- Boa noite. - Ele desejou, com a voz rouca, me dando mais um selinho e virando para trás. Deu um tapa na perna de Fane, que levantou assustado. Fane deu um beijo na testa de Bianca, que já estava completamente entregue, me fazendo pensar no desafio que seria para ela sair do carro. Fane me desejou bom dia, eu particularmente acho que ele ainda estava dormindo.

Ambos saíram do carro e William virou, sorrindo para mim de uma forma que me faria pensar naquele sorriso a noite inteira. Deu risada quando Fane virou para a direita, mas William o puxou para a esquerda, guiando-o pelo ombro.

Cinco quadras antes de chegar em nosso prédio, já comecei a cutucar Bianca, na intenção de acordá-la, mas ela estava certa que a ideia de dormir ali no carro era ótima, então tirá-la de lá foi difícil. Eu e Bianca estávamos acostumadas a chegar cambaleantes em casa, mas quando só uma de nós estava bêbada, era um saco.
Assim que entramos no apartamento, eu imediatamente a levei para o banheiro. A ajudei a tirar as suas roupas e ela fez o resto sozinha. Fui para meu quarto, jogando minhas roupas pela caminho. Tomei um banho rápido devido a água fria demais. Coloquei apenas uma camisa cinco números maior que o meu, deitei na minha cama, sentindo meus músculos quase gritarem de alívio. Abri meu whatsapp, silenciando todos os grupos e respondendo minha irmã. Abri minhas mensagens e lá estava a mensagem de William.
"Mande um oi para o Will IV, ele é um cara legal e beija bem."
Sorri, era extremo pensar que nada no mundo que me faria apagar aquele número?
Em menos de dois minutos, Bianca entrou no meu quarto, com seu cobertor nos braços e de olhos fechados.

- Bianca, não. - Eu previ sua ação. Bianca gostava de dormir com companhia quando estava frágil, triste, bêbada ou com medo. E eu não era lá muito fã de dividir cama.

- Não pedi permissão, Vivi. Você nem vai me notar aqui. - Deu um beijinho no meu nariz e eu revirei os olhos. Muito cansada para iniciar uma discussão, só deixei que ela se aconchegasse no meu ombro e fechei os olhos.
Dormiria imediatamente, se não fosse William Grayson e seus lábios perigosos rondando minha mente.

Loml? | Will grayson Iv Onde histórias criam vida. Descubra agora