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Imprudentemente, com a raiva cegando meus olhos, joguei em sua direção o que estava em minhas mãos antes que sua frase fosse completada. Ou seja, o barulho do meu celular espatifando-se no chão me despertou da ira recém provocada. Olhei para o meu celular destruído no chão, amaldiçoando minha péssima coordenação motora, já que o aparelho passou pelo seu ombro, bateu na porta e caiu no chão. Encolhi-me quando subi meu olhar e avistei William vir correndo até mim, vermelho de raiva por eu ter atirado um objeto nele. Tentei ir para o outro lado da cama, mas as mãos de William foram mais rápidas e seguraram minhas pernas. Mexia meu corpo de forma que ele não conseguia me manter parada. William sempre fazia isso quando nós brigávamos, segurava-me pelos ombros e me obrigava a olhar em seus olhos.

Eu sempre perdia quando ele o fazia e o garoto já tinha consciência disso.

- Não é como se eu fosse seu namorado para você me fazer cobranças assim!

Puxei um travesseiro acima de mim e comecei a acertá-lo com o mesmo. Xinguei, indignada com sua fala. Lutou contra mim e meu ataque de travesseiro, empurrando-me e tentando prender meus braços. O físico sempre acabava em nossas discussões quando o psicológico estava muito abalado. Mas se você estiver se perguntando se não era muita agressividade ou se William já tinha sido um pouco mais "bruto" comigo, a resposta é não. Nossas brigas eram agitadas e energéticas, mas sabíamos respeitar nossos limites. William nunca tinha levantado a mão para mim e eu nunca tinha tido um ímpeto de fúria contra ele. Até agora.

- Você faz questão de deixar claro que não sou seu namorado quando você sai com aqueles babacas da sua faculdade! - Ele forçou meu corpo a deitar-se no colchão e sentou em cima de mim, tentando tirar o travesseiro de minhas mãos, mas eu o segurei como se estivesse segurando a última garrafa de cerveja da geladeira.

- William, se você transou com ela por vingança, apenas para me atingir, eu juro que...

- Eu não transei com ela! - Quase gritou novamente, ainda tentando tirar o travesseiro de meus braços.

- Quem me garante? - Eu usava o travesseiro para me proteger de suas investidas de segurar meu rosto entre suas mãos. - Fane e Gabb, seus fiéis escudeiros? Rá! Bela garantia! - Soltei uma gargalhada sarcástica e vi a veia do pescoço de William saltar.

- Você acha que é fácil para mim acreditar que você não tem nada com aqueles caras? Que não aconteceu nada naquele dia que você saiu com a Bibi e ela voltou para casa e você não? - Meus braços enfraqueceram ao ouvi sua voz sentida. Ele aproveitou para tirar o travesseiro que estava entre nós. Segurou-me pelo queixo, encarando-me raivoso e eu soube que já tinha perdido a luta quando encarei seus olhos. - Não é. Mas se você diz que não fez, eu preciso acredito. Porque a única coisa que eu tenho é você e sua palavra. Se você quer garantia maior, que tal começa a pensar na ideia de um relacionamento sé...

"Relacionamento sério". Era o que ele ia dizer, mas antes que ele cometesse tal loucura, empurrei-o de cima de mim e levantei da cama, indo em direção aos pedaços do meu celular. Estava todo despedaçado e com a tela quebrada.

- Isso! Foge, é o que você sempre faz! - Reclamou mais uma vez, deitando na cama e esticando os braços. Ignorei sua provocação, agachei-me pegar os restos do meu aparelho.

Eu gostava de William, de verdade. Entretanto, eu tinha sérios problemas de confiança. Não me sentia pronta para apostar em um novo relacionamento depois de uma onda de relacionamentos falhos. Tinha medo de namorar, principalmente com ele. William era o tipo de cara que todo mundo queria. Ele era demais e eu era... De menos. Encontrar uma Megan por aí, mais legal e interessante que eu, não seria difícil para ele.

Loml? | Will grayson Iv Onde histórias criam vida. Descubra agora