O Desmoronar Da Fachada

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capítulo oito.

Ponto de vista de Jude

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Ponto de vista de Jude

Com o passar dos dias, a proximidade forçada com Jasmine tornou-se insuportável. A casa, que antes parecia um refúgio seguro, agora era um campo de batalha emocional. Cada pequeno gesto dela, uma risada ou um olhar casual, era uma lâmina afiada que cortava o muro que eu construí ao longo dos anos.

O convívio diário nos forçava a interagir mais do que eu estava disposto. Conversas triviais se transformavam em momentos carregados de tensão não dita. Uma tarde, enquanto estávamos na cozinha, Jasmine estava ocupada preparando algo, e eu a observava em silêncio. A forma como ela movia as mãos com destreza e a maneira como seu cabelo caía suavemente sobre os ombros despertavam em mim uma admiração que eu tentava desesperadamente ignorar.

"Você está pensando em algo"? perguntou ela, notando meu olhar fixo.

Tentei disfarçar, mas a dúvida nos olhos dela era clara. Nada demais. Só... só estava pensando, respondi, a voz traindo um leve tremor.

Ela franziu a testa, mas não insistiu. Em vez disso, mudou o assunto e continuou com o que estava fazendo, mas a desconfortável sensação de estarmos à beira de uma revelação pairava no ar.

Nas semanas seguintes, a tentativa de manter minha fachada começou a falhar cada vez mais. Jasmine, com sua presença constante e o comportamento descontraído, parecia não perceber a luta interna pela qual eu estava passando. Talvez ela fosse, de fato, a única que tinha o poder de desestabilizar a máscara de indiferença que eu mantinha com tanto esforço.

Eu me vi refletindo sobre o que realmente me atraía nela. Não era apenas o físico, nem o charme, mas uma combinação de vulnerabilidade e força, de inteligência e empatia que me capturava de uma forma que eu nunca havia conseguido compreender completamente. O que eu via em Jasmine não era apenas uma companheira de infância, mas alguém que me completava de maneiras que eu não tinha coragem de enfrentar.

A sensação de fracasso em minhas tentativas de preencher o vazio com outras pessoas tornou-se ainda mais evidente. As garotas que eu havia conhecido, por mais encantadoras que fossem, eram apenas sombras em comparação com o brilho de Jasmine. Elas eram substitutos temporários que nunca poderiam preencher o espaço que ela ocupava em meu coração.

Uma noite, ao me deitar, o silêncio da casa era esmagador. O ambiente ao redor parecia carregar o peso de tudo o que eu não havia dito. Fechei os olhos, imaginando como seria se eu finalmente confessasse o que sentia. O medo do que isso poderia significar - a possível rejeição, a mudança em nossa dinâmica - era opressor.

Então, uma ideia começou a se formar em minha mente: talvez o primeiro passo para superar essa batalha interna fosse admitir meus sentimentos para mim mesmo. Talvez eu não precisasse ter todas as respostas ainda, mas reconhecer o que eu realmente sentia poderia ser o começo de algo novo.

Com o coração pesado, respirei fundo e me preparei para o que viria a seguir. A fachada que eu havia construído estava ruindo, e eu não tinha certeza do que esperar. No entanto, uma coisa era certa: a verdade que eu havia escondido por tanto tempo estava prestes a emergir, e eu teria que encarar as consequências disso.

  𝐸𝓃𝓉𝓇𝑒 𝒪 𝒪́𝒹𝒾𝑜 𝐸 𝒪 𝒜𝓂𝑜𝓇Onde histórias criam vida. Descubra agora