capítulo 79

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Misaki.

Fiquei olhando para a minha mãe enquanto ela era abraçada por todo mundo que veio para ver ela, comemorando sua volta. Dei um sorrisinho e abaixei um pouco a minha cabeça, olhando para as minhas mãos.

Misaki: ~eu falei que ela ia voltar~ — pensei enquanto começava a me afastar de todo mundo, indo para fora da mansão, andando na direção do jardim enquanto as minhas mãos estavam para trás.

Karina: não vai ficar lá dentro? — perguntou enquanto me seguia.

Misaki: ultimamente você tá muito grudenta — falei fingindo tédio, não parei de andar e nem olhei para Karina.

Karina: ah… eu não tinha percebido isso — murmurou e eu dei um sorrisinho.

Misaki: não, não vou ficar lá dentro, eu tenho que pensar em algumas coisas — falei e olhei para Karina, que me olhou de volta.

Karina: que tipos de coisas? — perguntou baixinho.

Misaki: Maki quer que eu dê a Merilyn o meu esperma — respondi e Karina me olhou com tédio.

Karina: sério? Você vai ficar que nem o Indra? Com medo — falou e voltei a olhar para frente enquanto revirava os meus olhos.

Misaki: não é medo, eu não quero ter ligação com ninguém, apenas isso. Já é demais ter ligação com a minha família, isso já basta — respondi e parei de andar assim que cheguei na fonte que fica no centro do jardim, observando a água da mesma.

Karina: Indra falava a mesma coisa — murmurou e revirou os olhos novamente.

Misaki: ai, para de falar dele, ele é noivo da minha irmã mas eu não gosto dele — falei indignado.

Karina: você não gosta de ninguém, eu ficaria surpresa se gostasse — recrutou e apoiou as mãos na porta da fonte — eu acho que seria legal ter um bebê, talvez não seja tão ruim, olha só pra sua mãe, teve logo três.

Misaki: nenhum um foi planejado — falei de imediato e Karina me olhou com as sobrancelhas levemente arqueadas enquanto dava um sorrisinho.

Karina: mas nem por isso ela abortou vocês… né? Mesmo que todos vocês tenham dado dificuldade para ela — murmurou e eu olhei com tédio para ela.

Misaki: o que você acha? — perguntei e Karina franziu as sobrancelhas.

Karina: acha o que? — perguntou de volta.

Misaki: se eu doar o meu esperma para a Merilyn e ela engravidar, eu vou ser pai de qualquer forma… eu posso até não cuidar da criança, mas vou ter ligação com a coisa — falei e Karina inclinou a cabeça — acha que eu seria um bom pai?

Karina: não — respondeu de imediato e eu olhei para frente, cruzando os meus braços, não gostando da resposta de Karina — o que? Você perguntou e eu respondi. Você seria um bom pai, Misaki? — perguntou e eu fiquei calado dessa vez.

Eu fui não fui um bom irmão, não fui um bom filho, não fui um bom guerreiro e nem sou um bom Uchiha. Eu seria um bom pai? Claro que não.

Misaki: não tenho jeito com crianças — respondi e voltei a olhar para Karina, sentindo uma curiosidade crescendo no meu peito — mas eu admito… sinto a curiosidade de saber como seria eu sendo pai.

Karina: e por que não seria? Talvez realizar o desejo de Merilyn de ser mãe, pode matar a sua curiosidade de como ser pai — falou e deu um sorriso.

Dessa vez eu fiquei calado novamente, apenas encarando Karina, os meus olhos fixando nos dela enquanto o vento batia contra os nossos corpos. O silêncio que ficou não é constrangedor, não pra mim.

𝒰𝒸𝒽𝒾𝒽𝒶 𝐹𝒶𝓂𝒾𝓁𝓎Onde histórias criam vida. Descubra agora