Dulce Maria Saviñon
O Clube Lenoux ficava em uma área nobre de Oxford e era cercado por muros extensos e altos que protegiam gramados bem cuidados e salões de festa dignos da realeza. Por ali passavam as pessoas mais interessantes da cidade, ou seja, milionários, artistas, políticos e intelectuais de renome.
Já passava das 20h quando nosso comboio passou pelos portões principais do local. Sanders estacionou em frente a escadaria principal e um funcionário abriu a porta para que eu pudesse descer. Fazia uma noite fria e institivamente fechei mais o casaco para me abrigar do vento congelante.
Subi o lance de escadas ao lado da minha amiga e assim que passamos pelas portas francesas o ambiente climatizado atenuou o frio. Entregamos nossos casacos na chapelaria que ficava na entrada e adentramos o salão, sendo recebidas por conversas educadas e risos discretos.
Em um primeiro momento, nós observamos o lugar e comentamos sobre a decoração, afinal, assim como tudo que tinha em Oxford, a construção era antiga, glamourosa e exclusiva, assim como seus sócios.
Os fundadores daquele clube sabiam diferenciar os novos ricos de quem realmente tinha sobrenome e relevância social, por isso, dinheiro não garantia um título naquele lugar.
Eu achava tudo aquilo uma grande baboseira, mas era assim que o mundo funcionava.
Naquela noite, entretanto, o evento não era exclusivo para sócios, então haveria algumas pessoas que não faziam parte do grupo, o que poderia ser interessante.
Eu e Annie começamos a caminhar pelo salão e logo uma música de que gostava muito começou a ressoar, fazendo minha atenção se voltar para a talentosa orquestra. Absorta, levei um pequeno susto quando o reitor nos parou e agradeceu a nossa presença, e disse o quanto era importante que os alunos convidados participassem daquele tipo de evento.
Após aquela breve conversa, seguimos para um espaço aconchegante iluminado por luzes amenas e agradáveis, onde havia sofás, banquetas e mesas.
Um garçom nos serviu taças de champagne e bebi alguns goles, ao passo que Annie analisava os homens do salão. Enquanto ela tagarelava sobre a aparência e a conta bancária daqueles a quem conhecia, meus olhos foram atraídos para as portas duplas da entrada, por onde Christopher Uckermann passava.
Ele estava espetacular dentro de um smoking completo que abraçava seus ombros largos com perfeição.
Obviamente que Christopher ficava bem de jeans e jaqueta de couro, mas nada superava a imagem daquele homem vestido de forma tão elegante. Não me passou despercebido que ele não parecia nem um pouco deslocado, e estava tão atraente e másculo, que senti algo revirando meu estômago.
— Está escorrendo uma baba aqui. — Annie brincou, tocando o canto da minha boca.
— Deus, Dulce, você está mesmo a fim do Christopher.
— Não me culpe, ele é o cara mais gato da universidade — inferi com os olhos fixos nele. — Por que não me disse que o conhecia? — questionei.
— Porque você nunca perguntou e porque não imaginei que estivesse tão interessada — rebateu.
— Eu não estou interessada — menti.
— Nós duas sabemos que está — acusou e bebeu um gole do champagne.
Voltei a olhar para Christopher, que naquele momento conversava com dois senhores, e quando ele abriu um sorriso, meu coração começou a bater um pouco mais forte.
Ok, eu estava muito interessada!
— O que sabe sobre ele? — questionei.
— Só sei que trabalha na firma do pai do Devon e o pessoal da minha aula de finanças diz que ele é brilhante. Sorte a sua que a conta bancária dele não condiz com o que meu pai interesseiro espera de um genro, então, ele é todo seu.
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Dinastia
RomanceDulce Maria Saviñon e Christopher Uckermann se conheceram na universidade, um encontro improvável entre mundos opostos. Ela, herdeira de uma das dinastias mais influentes e poderosas do planeta, sempre viveu cercada de poder e luxo. Ele, um jovem ne...