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Dulce Maria Saviñon

Despertei no dia seguinte na completa escuridão, sentindo uma dor de cabeça terrível e isso não tinha nada a ver com a qualidade do vinho que eu bebi a noite toda e sim com a quantidade.

— Bom dia, dorminhoca — Rodrigo disse ao acender a luz e só então eu comecei a me desesperar de verdade.

Olhei ao redor e vi que estava na suíte do apartamento dele. Quando olhei embaixo do lençol e vi que estava nua, uma coisa começou a queimar minha garganta.

Mas. Que. Grande. Merda!

— Rodrigo, a gente...

— Não, Dulce, você chegou aqui quase desmaiada — ele disse, depositando uma bandeja na minha frente.

— Desculpe por isso.

— Não tem problema, mas na próxima vez...

— Não terá próxima vez, nunca mais vou beber desse jeito — falei e saí da cama enrolada no lençol, mas fui interceptada por Rodrigo.

— Ei, pra que a pressa? Ontem não deu para fazer nada, mas agora estamos ambos lúcidos...

— Fale por você. De qualquer forma, isso entre nós não vai mais rolar.

— Você disse isso na primeira vez que dormimos juntos e na décima também, então acho que já estou acostumado com essa parte do enredo — ele brincou.

Era diferente. Eu amava Christopher e precisei passar a noite, mesmo que sem sexo, com um ex-affair, para entender que meu coração jamais aceitaria outra pessoa.

Ignorando suas palavras, peguei minhas roupas e me tranquei no banheiro.

Enquanto tomava banho, pensei no que poderia ter feito naquela noite se tivesse bebido um pouquinho menos, mas me acalmei ao lembrar que se tivesse rolado algo não teria problema, porque eu tinha terminado com Christopher e ele não poderia me cobrar nada.

Por dentro, entretanto, estava me sentindo péssima. Em minha ânsia de esquecê-lo, eu tinha dado falsas esperanças ao Rodrigo e não gostava de fazer isso. Mesmo que não houvesse nada romântico entre nós.

Após o banho, troquei de roupa e quando saí do quarto, encontrei Rodrigo sentado em uma poltrona, totalmente despreocupado com o meu chilique.

— Quer que eu a leve em casa? — ele quis saber.

— Não precisa, Sanders já está chegando para me pegar — falei enquanto colocava os sapatos.

— Tudo bem, qualquer coisa, me ligue.

Aproximei-me dele e beijei sua bochecha antes de me despedir e sair.

Quando cheguei a rua, Sanders já estava com o carro estacionado, esperando por mim. Seguimos para meu apartamento e quando entrei em casa eu me sentia presa dentro de um furacão de emoções.

Fui direto para meu quarto, coloquei uma camisola e depois preparei um café bem forte. Estava há um bom tempo no balcão da cozinha, pensando na merda da minha noite, quando meu celular tocou em cima da mesa.

Era Beatrice e meu coração acelerou.

— Alô.

Oi, Dulce, você pode falar?

— Posso sim, estou em casa.

Christopher já sabe que você saiu com outro homem, pior que isso, ele viu fotos de vocês se beijando e depois entrando no apartamento do cara — declarou e meu coração começou a pular no peito.

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