Dulce Maria Saviñon
Entre todas as coisas que já tinha planejado para minha vida, construir uma família com Christopher Uckermann era a mais improvável delas. Não que eu nunca tivesse imaginado aquele tipo de situação, mas nosso afastamento doloroso me fazia desacreditar que um dia poderíamos ficar juntos, muito menos imaginá-lo brincando no jardim com os nossos filhos.
Lucas Uckermann era o complemento que faltava; o fato de ser mãe tinha mudado a química do meu cérebro, era algo surreal.
— Vem brincar com a gente, mamãe — Leo pediu e acabei sorrindo para ele.
Escutar meu garotinho me chamando de mamãe era sempre emocionante para mim, pois eu nunca o incentivei a falar aquilo, mas depois de tanto tempo de cuidado e dedicação ele pediu se poderia me chamar assim e foi um dos dias mais especiais da minha vida. Ele e o pequeno Lucas eram o nosso mundo.
Deixei minha leitura atual do lado, levantei-me da espreguiçadeira e caminhei até o gramado. Christopher tinha acabado de chegar da empresa e ainda estava de social, com exceção do blazer que estava pendurado em uma das cadeiras em volta da piscina.
Ele continuava um homem ambicioso nos negócios, mas não recusava um convite para brincar de bola no jardim. Era equilíbrio entre um homem admirável e um pai atencioso que ganhavam minha admiração. Sem contar a forma que ele me tratava. Às vezes tinha a impressão de que estava vivendo um sonho, já que depois de tantos anos separados, era um tanto improvável que as coisas dessem certo, mas nosso amor nos uniu e eu não poderia estar mais feliz com isso.
Me juntei a eles e brinquei por alguns minutos, antes que a governanta avisasse que o jantar estava quase pronto e seria servido em breve.
Entramos em casa, levei meu pequeno para o banho, enquanto Christopher falava sobre a reunião que teve com meu pai. Fernando Espinosa, era um grande admirador de todas as conquistas do meu marido e sempre que possível, eles fechavam algum negócio juntos.
Eu sempre achei incrível a relação que meus pais tinham e meu coração se enchia de alegria por saber que eles tinham abençoado nosso casamento e que gostavam tanto da minha escolha.
Talvez, esse não fosse um detalhe importante para outras pessoas, mas para mim era.
Após o jantar, Christopher colocou Lucas e Leo para dormir, enquanto fui até nossa suíte atender uma ligação da minha mãe, ela estava organizando uma viagem em família, para ser mais exata, um safari. Estava ansiosa para ver Alexander e todo seu mau humor na selva africana.
Sorri com o pensamento, somente a Celine para aguentar sua personalidade forte.
— Do que está rindo? — Christopher perguntou ao entrar no quarto.
— Imaginando cenas do meu irmão no safari da família Saviñon — brinquei.
— Será no mínimo curioso, mas pelas crianças eu acho que ele vai — assenti e envolvi meus braços ao redor do seu pescoço.
Alexander e meu marido se davam muito bem e também tinham negócios juntos. Eu costumava brincar que todos queriam se beneficiar da genialidade do meu marido, pois uma coisa era nascer herdeiro e administrar algo que já estava pronto, outra coisa é construir um império tendo apenas coragem e um coração partido.
Nós nos beijamos e minha mente me levou de volta ao passado, me fazendo lembrar tudo pelo que passei para estar desfrutando daquele momento que parecia um sonho.
A idade, as diferenças sociais e principalmente as decisões erradas nos afastaram por anos, tive que aprender as duras custas que você poderia estragar algo especial em segundos e levaria o resto de uma vida para consertar.
Ainda bem que o nosso amor teve uma segunda chance, pois não conseguiria imaginar outro homem ao meu lado; estava destinada a ser de Christopher Uckermann para sempre, só com ele eu sentia que possuía um pedaço do céu na terra.

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Dinastia
RomansaDulce Maria Saviñon e Christopher Uckermann se conheceram na universidade, um encontro improvável entre mundos opostos. Ela, herdeira de uma das dinastias mais influentes e poderosas do planeta, sempre viveu cercada de poder e luxo. Ele, um jovem ne...