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Christopher Uckermann

DIAS DEPOIS...

Eu estava na sede administrativa da Uckermann Oil, em Houston, quando Poncho me entregou um dos documentos que eu mais tinha esperado ao longo dos anos.

— Finalmente conseguimos — ele comemorou.

— Pois é, eu estou me livrando do problema oficialmente, mas ainda vai demorar para que tudo seja como planejei.

— Um passo de cada vez, estamos no caminho certo — respondeu e eu assenti.

— Tem outra coisa que você precisa saber — Herrera disse depois que lhe entreguei os papéis assinados.

— Estou ouvindo.

— Sabe aquela escavação que está acontecendo ao lado do rancho?

— O que tem lá?

— Dulce Maria Saviñon! — revelou, ganhando a minha atenção.

Ele sabia do meu passado com Dulce Maria  e às vezes conversávamos sobre o assunto.

— Como é? Que diabos ela está fazendo lá? — questionei.

— Eu olhei a lista de pessoas envolvidas e descobri que o pessoal da galeria dela fará a restauração de algumas peças que futuramente serão expostas em algum museu.

— Interessante — comentei.

Nas poucas vezes que procurei pelo nome de Dulce, as notícias se dividiam entre fotos nas colunas sociais com suas amigas, ou viagens a trabalho na qual ela tinha descoberto algum artefato incrível com sua equipe.

Dulce Maria  sempre demonstrou paixão pelo curso que fazia e se tornou um nome de referência em sua área.

Pensei no que iria fazer com aquela informação.

"Para mim, você é apenas um cara que enganou as pessoas certas para conseguir ficar rico, então gaste seu dinheiro sujo com outra pessoa".

— Descubra o que ela quer aqui e dê um jeito de melar seus planos — ordenei e Alfonso assentiu com um leve sorriso no rosto.

Não era a primeira vez que eu tirava alguma coisa de Dulce sem que ela soubesse. Lembrava-me com riquezas de detalhes da vez em que soube do seu interesse em adquirir a mansão na qual morou em Oxford. Era curioso que depois de tantos anos ela quisesse comprar a casa, e ainda mais eu ter ficado sabendo. Mas para minha sorte, eu já tinha dinheiro sobrando e efetuei a compra antes mesmo que ela pudesse enviar uma proposta.

Mesquinho? Talvez. Mas na época foi ótimo tirar algo que ela queria e estava sentindo o mesmo deleite naquele momento.

Voltei a analisar minha agenda e vi que naquela tarde ainda participaria de uma reunião com o governador do Texas. Nós precisávamos conversar sobre a cadeia de resorts que eu pretendia construir e com ajuda dele e algumas emendas seria mais fácil convencer os ambientalistas de que o impacto ambiental seria menos prejudicial do que a falta de empregos daquela região.

No fundo, eu sabia que iria vencer, mas isso não me eximiria de ter que enfrentar algumas batalhas judiciais, até que o projeto fosse concluído e inaugurado.

— Senhor, o helicóptero chegou — Natália disse ao entrar na minha sala.

— Já estou indo — respondi e ela assentiu.

Desde a nossa viagem a Nova York, eu nunca mais tinha saído com a minha assistente e sequer cogitado a possibilidade.

Segui para fora do escritório e caminhei pela empresa até chegar ao elevador que me levaria para o último andar do prédio. O helicóptero negro da minha empresa já estava a minha espera para me levar ao rancho do governador James Underwood, de onde eu esperava sair com algumas garantias.

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