Christopher Uckermann
A casa de Dulce Maria Saviñon era exatamente como eu imaginei, grande e luxuosa, o que provava que ela era uma garota que tinha tudo na vida, que, diferente dos simples mortais, nunca precisou batalhar por nada.
Era esse tipo de coisa que me fazia ter aversão a me relacionar com garotas como ela, Dulce jamais entenderia a profundidade dos problemas das pessoas comuns, até seu modo de pensar era diferente, o que inviabilizava um relacionamento a longo prazo com quem não fosse da mesma estirpe.
— Você está linda — elogiei quando ela abriu a porta.
— Obrigada, você também — respondeu e pegou o vinho da minha mão.
Após me convidar para entrar, Dulce me guiou até a cozinha. O cheiro da comida estava ótimo, mas pude ver que ela parecia feliz e bem nervosa.
Aquilo me deu um estalo: ela estava apaixonada. Pena que eu não sentia o mesmo e não poderia corresponder. Depois que a levasse para a cama, ela seria apenas mais uma na minha lista de conquistas.
Delicadamente, Dulce serviu duas taças do vinho que levei e voltamos para a sala de estar, com ela detalhando suas aventuras na cozinha.
Precisaria admitir que ela era bem menos entediante do que eu imaginei, era muito inteligente também e, obviamente, linda, entretanto, seu mundo era oposto ao meu, o que apenas provava que eu estava certo: mesmo que um dia eu me apaixonasse por ela, um relacionamento de verdade seria impossível.
Por isso eu tinha que cumprir a minha parte do acordo e cair fora.
— E como estão as coisas com a Beatrice, eu nunca mais a encontrei.
— Ela está estudando bastante para as provas, deve ser por isso — justifiquei.
Na verdade, Beatrice estava desconfiada que meu lance com a Dulce não iria durar, por isso resolveu se afastar, o que foi ótimo para mim.
Ela continuou falando e falando, e nesse tempo todo eu observava seu rosto bonito, meio que entendendo a fascinação dos caras e das garotas da universidade. Sempre que a via pelos corredores de Oxford, eu flagrava olhares de cobiça, desejo e inveja. Os caras queriam levá-la para a cama, enquanto as garotas sonhavam em ser ela.
Dulce era amada e odiada na mesma proporção.
Bebemos uma garrafa inteira de vinho e depois jantamos em um clima gostoso, e por mais que eu quisesse negar, ela era uma companhia muito melhor do que eu julgava.
Após a refeição nós voltamos para a sala e as coisas saíram um pouco de controle, Dulce derretia em meus braços, mas toda vez que a coisa ficava quente demais ela me afastava para se recompor.
Se eu forçasse um pouquinho mais, tinha certeza de que ela cederia, mas eu não faria isso. Mesmo que a intenção fosse levá-la para a cama, a iniciativa precisava partir dela. Essa foi a forma que encontrei de me sentir menos canalha por estar compactuando com o projeto de Pablo.
Quando saí da casa da Dulce, segui direto para o pub onde tinha combinado de me encontrar com ele, que queria me passar algumas informações sobre o caso de Beatrice.
— E aí, como foi o jantar na casa da vadia Saviñon? — Pablo zombou.
Eu não gostava dos adjetivos que ele usava para se referir a ela, mas não entraria em uma briga para a defender, ela não era a minha garota.
— Foi tranquilo — respondi e pedi uma cerveja ao garçom.
— Falta muito pra conseguir foder ela? — continuou.

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Dinastia
RomanceDulce Maria Saviñon e Christopher Uckermann se conheceram na universidade, um encontro improvável entre mundos opostos. Ela, herdeira de uma das dinastias mais influentes e poderosas do planeta, sempre viveu cercada de poder e luxo. Ele, um jovem ne...