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Dulce Maria Saviñon

Ao chegar em Nova York, fomos direto para meu apartamento, dormimos juntos e no dia seguinte, Christopher foi para a cobertura dele, pois o smoking que encomendara tinha sido entregue lá. Mais tarde, ele me pegaria para irmos juntos a festa do meu pai, que aconteceria no salão de eventos de um luxuoso hotel da cidade.

Até lá, ele aproveitaria para trabalhar.

Então, enquanto Christopher estivesse visitando a filial de sua holding em Nova York, eu estaria em um spa com minha mãe, minha cunhada, tia Julie e as esposas dos meus primos. Eu havia convidado Annie, mas ela estava fora da cidade e não poderia ir.

— Pediu para ele colocar um colete a prova de balas por baixo da roupa? — Mel provocou e gargalhamos.

A esposa de Dom era tão espirituosa quanto o restante das mulheres pertencentes ao Clã Saviñon.

— Não precisa, ele sabe se defender dos leões da nossa família — brinquei.

— E todo aquele papo de não tocar no nome do falecido? — Liz alfinetou, trocando olhares com minha mãe.

Todas estávamos em uma ala do spa que fora reservada apenas para nós. Enquanto a fofoca rolava solta, umas faziam penteado e outras eram maquiadas.

— Pois é, ainda bem que tenho a melhor psicóloga em casa, para me ajudar a manter a sanidade depois de todas as decisões controversas que tomei no decorrer dos anos — zombei e mamãe sorriu.

Quando chegamos ali, perguntei a ela como estavam os ânimos do meu pai e do Alexander diante da notícia de que eu estava com Christopher novamente e ela basicamente disse que eles tinham entendido que eu já era grandinha para tomar minhas próprias decisões, mas que ficariam de olho.

Passamos boa parte da tarde no spa e quando voltei para a cobertura eu me sentia completamente renovada.

O vestido que eu usaria naquela noite era branco, com tecido leve que parecia flutuar em torno do meu corpo. O modelo exclusivo tinha sido feito especialmente para mim, uma cortesia da minha mãe, que ciente da correria que eu estava vivendo nos últimos dias, sabia que eu não teria tempo de pensar em um vestido para a festa do papai.

— Vou ser o homem mais invejado dessa festa — Christopher disse ao me ver pronta.

Depois de todas as socialites com quem se envolveu, poderia apostar que eu seria a pessoa mais invejada do evento, mas não achei oportuno tocar no assunto.

— Você também está lindo dentro deste smoking — devolvi.

Seguimos para o evento em um Bentley luxuoso. Ao longo do caminho ele parecia tranquilo, confiante, bem diferente de mim, que me sentia nervosa e ansiosa por não saber o que iria acontecer.

Bill estacionou o carro em frente ao hotel, onde alguns paparazzis se empoleiravam para conseguir a melhor foto dos convidados. Christopher saiu primeiro, me estendeu a mão e quando coloquei o pé para fora do carro, flashes explodiram em nossa direção.

Passamos pela área de imprensa e seguimos para dentro.

— Vocês sabem mesmo como dar uma festa — Christopher disse ao analisar a decoração toda em preto e dourado, que eram as cores preferidas do meu pai.

— É o passa tempo preferido da minha mãe — brinquei e caminhamos entre os convidados.

Christopher foi parado e tietado algumas vezes, até que finalmente chegamos à mesa do Clã Saviñon.

Eu já era uma mulher feita e mesmo assim me sentia diante de um tribunal do júri, mas aquilo era apenas coisa da minha cabeça.

— Prazer, sou a Blanca, mãe de Dulce Maria  — mamãe disse ao se aproximar junto com meu pai que continuava com um olhar impenetrável.

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