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Dulce Maria Saviñon

— O assunto deve ser sério mesmo — mamãe disse ao entrar na sala de sua cobertura e ver papai, Alexander e Harry acomodados no sofá.

Estava esperando-a chegar para começar a falar.

Assim que coloquei os pés em Nova York, eu liguei para eles e marquei um encontro na casa dos meus pais, por sorte, todos conseguiram comparecer.

— O que o Sueco aprontou dessa vez — Alexander alfinetou.

— Ele não fez nada de ruim, mas vou contar com detalhes para vocês entenderem o que aconteceu — expliquei e eles assentiram. — Ontem fui a um bar country lá em Sun Valley, junto com a irmã do Christopher e o marido dela, em certo momento fui ao banheiro e quando saí da cabine, a porta principal estava trancada e tinha um homem esperando por mim com claras intenções de me violentar.

— Ah, meu Deus! — mamãe disse e se aproximou —, onde estava o Sanders, seus seguranças, o relógio? — questionou apavorada.

— Era o Sanders que sempre me lembrava de colocar o relógio, mas ele está de férias, viajei somente com um segurança, pois seria uma viagem rápida, mas o substituto não se atentou a minha demora no banheiro... Eu realmente achei que aquele homem fosse abusar de mim.

— Porra, Dulce Maria! — Alexander disse nervoso. — Eu quero o nome do infeliz, isso não vai ficar assim.

— Pelo amor de Deus, diz que alguém chegou a tempo de te ajudar — meu pai disse exasperado.

— Por um milagre, Christopher foi atrás de mim lá no bar e desconfiou da minha demora no banheiro. Quando ele estourou a porta, o cara já tinha rasgado a minha blusa e me encurralado contra uma parede.

Conforme eu narrava, via ódio emanando dos olhos dos homens da minha família.

— Ao ver aquilo, Christopher partiu para cima e espancou o sujeito até ele quase perder a consciência. Depois me tirou dali e pediu que o chefe de segurança dele assumisse o problema, mas quando ele entrou no banheiro, não tinha mais ninguém lá, só as manchas de sangue no chão.
No dia seguinte ao ocorrido, Christopher recebeu a visita do xerife de Sun Valley informando que o cara que tentou me atacar foi encontrado morto e que ele provavelmente será investigado como principal suspeito.

— Maldição! — exclamou papai, exasperado.

— O motivo dessa reunião é para pedir que usem a influência de vocês para ajudar o Christopher, porque se não fosse ele, certamente o pior teria acontecido — falei e as lágrimas já estavam descendo pelo rosto.

— Não se preocupe, querida, vou conversar com seu irmão e vamos resolver isso, agora se acalme — papai disse e Harry se aproximou.

— Vou fazer algumas ligações e descobrir em que pé anda essa situação, mas pode contar comigo para o que precisar. Tenho bons contatos na imprensa do país e vou evitar que essa notícia seja publicada — ele disse e me deu um beijo na testa.

Mamãe foi buscar uma água para mim, e enquanto papai e Harry caminhavam em direção ao escritório, Alexander se aproximou.

— Eu não sei detalhes dessa história, mas posso apostar que estão armando para o seu namorado — declarou.

— Eu pensei a mesma coisa, mas o Christopher quer me deixar fora disso.

— Ele está certo. Pode deixar que vamos cuidar de tudo — afirmou.

— Quer dizer que você vai ajudar?

— Qualquer cara que entra em uma confusão desse tamanho para defender a minha irmã, merece meu respeito e principalmente minha ajuda.

— Obrigada, Alex, mas o que pensa em fazer? — questionei, curiosa.

— Papai e Harry vão tentar resolver isso do jeito certo, mas os inimigos de Christopher estão jogando sujo e eu conheço um pessoal que pode equiparar esse jogo.

— Contanto que isso não cause mais problemas... — alertei.

— Fique tranquila, em breve você estará nos braços do seu Rei do Petróleo novamente — ele brincou e me deu um beijo no topo da cabeça.

Mamãe voltou para sala e expliquei, com mais calma, tudo o que tinha acontecido e, assim como Christopher, ela também achava que Suarez tinha algum tipo de doença mental.

Fiquei algumas horas com ela e depois fui para casa. Senti vontade de falar com Christopher, mas me contive, não queria ser mais um problema em meio a tanta coisa que ele tinha para resolver.

Liguei para Annie e combinei de jantar com ela no meu apartamento, uma boa comida e algumas taças de vinho seriam uma boa forma de trazer um pouco de tranquilidade para o caos que tinha se tornado a minha vida.

[...]

Christopher Uckermann

Na sexta-feira, quando cheguei à empresa, encontrei Alexander Saviñon me esperando na recepção da presidência.

— Como vai, Christopher? — perguntou e apertou minha mão.

— Bem, obrigado.

Ele assentiu e apontei para meu escritório.

— Dulce disse o que aconteceu e gostaria de agradecer o que fez por ela.

— Não precisa agradecer, eu jamais deixaria aquele infeliz machucá-la — declarei.

— Ela também falou que você pode ter problemas por causa da morte do desgraçado — comentou.

— Meus advogados estão tentando resolver essa situação, mas é uma incógnita, as imagens das câmeras de segurança sumiram e ninguém sabe de nada, ou seja, quem armou isso para mim pensou nos mínimos detalhes.

— Vou falar para você o mesmo que falei para Dulce. Meu pai, Harry e seus advogados estão indo pelo caminho mais difícil e provavelmente não vão encontrar nada, por isso enviei um outro pessoal aqui para a cidade. Eles já estão por aí desde ontem, infiltrados entre os moradores, e logo vão descobrir o que aconteceu.

— Agradeço a ajuda, mas espero que seu pessoal não complique ainda mais a situação — alertei.

— Pode ficar tranquilo, eles são profissionais — declarou e eu assenti.

Alexander perguntou várias coisas sobre os Dunker, depois fez algumas ligações e agiu como se meu escritório fosse dele. Passamos a manhã toda juntos e fiquei bem impressionado com a quantidade de contatos que ele tinha nas mãos, talvez, Dulce estivesse certa e eles realmente conseguissem me ajudar a solucionar aquele mistério.

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